A influência a escola no hábito de ler

A INFLUÊNCIA DA ESCOLA NO HÁBITO DE LER

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Autor: Otacílio do Carmo Dantas

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1. INTRODUÇÃO:

A escola tem a responsabilidade de formar mais que alunos, e se responsabiliza pela formação de cidadãos, capazes de compreender e criticar as realidades atuais. É na escola que o aluno juntamente com o professor, aprende a ler e escrever. Entre vários problemas que a educação enfrenta, destaca-se aqui a falta de interesse de muitos pela leitura e essa falta de interesse tem gerado inúmeras preocupações, não só dos professores, mas da educação como um todo.

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Encontra-se em sala de aula um número cada vez menor de leitores, mas o número de alunos que se interessam pela leitura está cada vez mais escasso, os alunos criaram aversão á leitura e este fato, segundo alguns estudiosos é decorrente da forma como a leitura é aplicada na sala de aula.

Sabendo da importância da leitura, o professor deve sempre buscar melhores estratégias didáticas e dinâmicas, com o objetivo de estimular no aluno o gosto pela leitura. Muitos educadores não conseguem superar a prática formalista e mecânica, enquanto para a maioria dos alunos aprenderem a ler se resume apenas à decoreba de signos lingüísticos e infelizmente, muitos discentes não se interessam pela leitura, não têm prazer, nem conseguem compreender que a mesma é fundamental para a vida na sociedade, pois quem lê sabe mais, pensa melhor, sabe se expressar e conhecer o mundo.

A educação focaliza a gramática contextualizada, visando formar alunos com o hábito de ler e capazes de produzir. O hábito de ler, é de fundamental importância para a produção textual, somente através da leitura seja ela de mundo, de livros, revistas e jornais, é que adquirir-se bases necessárias á produção. Na década de 90, documentos oficiais passam a orientar práticas de leitura e produção de textos de diferentes gêneros textuais, na perspectiva das esferas discursivas em que eles circulam.

Na realidade, toda a palavra composta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém .Ela constitui justamente o produto de interação do locutor e do ouvinte .Toda a palavra serve de expressão a um em relação ao outro (BAKHTIN,1992,P.113).

Através da citação acima, é notável perceber como a palavra que é primitiva e deriva textos através da produção, constitui uma interação entre locutor e ouvinte, e conseqüentemente relação entre leitor e escritor. Falar da leitura no século atual, não é tarefa fácil, já que os meios de comunicação têm passado por transformações tecnológicas, que visam facilitar a vida na sociedade. Segundo Zilbermane Silva (2005, p.40) “se por um lado, falar e escrever são duas formas de manifestação do uso produtivo e criativo da língua (gerando e transmitindo saber), por outro, ouvir e ler não são simples manifestações de um uso reprodutivo e passivo da língua”.

Todos, escritores ou não, são unânimes em apontar as dificuldades da tarefa de escrever. Muitos a consideram um aprendizado demorado, dispendioso e pouco eficiente, já que são poucos os que chegam a redigir textos de forma adequada.

Outros afirmam que escrever é lutar inutilmente contra as palavras, pois parecem nunca atingir plenamente os objetivos pretendidos. Além do mais, no nosso cotidiano, a língua falada parece ocupar um espaço de maior prestígio - jornais falados, mensagens gravadas em fitas, telefonemas, etc. Substituem tradicionais meios de comunicação que utilizam a língua escrita. Diante desse cenário, cabe a pergunta –Ainda vale a pena aprender a escrever? A escola parece acreditar que sim, já que ainda prioriza a escrita... Mas de onde vem essa importância? Por que, apesar das dificuldades, alguns que devem continuar a defender o seu ensino? (CARNEIRO, 2001, p.9).

2. DESENVOLVIMENTO

Falar, escrever, ouvir e ler são ações igualmente a seu modo ativas, produtivas, criativas e as mesmas têm sido estudadas por muitos especialistas. Há algum tempo, há anos, melhor colocando, as pessoas tinham o costume desse corresponderem através de cartas escritas a punho, ou datilografadas, que demoravam vários dias para serem entreguem, era a única via de comunicação existente na época, então era melhor.

Atualmente, século XXI, tem-se o correio como forma de enviar encomendas e correspondências, na verdade não, até o correio já está fora de moda, agora são usados e-mails, a chamada carta eletrônica, em que a pessoa fala com a outra em tempo real, Orkut, onde são enviados recados, que serão respondidos também de forma imediata, cartas enviadas pelo correio, quase não existem mais, uma pequena porção da população faz uso deste serviço.

O conceito de virtual é sempre ligado à idéia de algo desprovido de realidade, o que para o filósofo Pierre Lévy, não passa de um grande engano. Para ele:

Desde suas origens mesopotâmicas, o texto é um objeto virtual, abstrato, independente de um suporte específico. Essa entidade virtual atualiza-se em múltiplas versões, traduções, edições, exemplares e cópias. Ao interpretar, ao dar sentido ao texto aqui e agora, o leitor leva adiante essa cascata de atualizações (LÉVY, 1996, p.35).

A inserção de novas tecnologias tem formado alunos “preguiçosos”, relapsos, sem coragem de escrever, de redigir, e de pensar, fato absurdo e até inadmissível, porém verdadeiro. Os alunos têm usado as facilidades atuais de forma inadequada, e contrariam o objetivo proposto pelo sistema educacional. A internet,que deveria ser ter a função de dar suporte, de auxiliar nas pesquisas, agora virou local no qual as pessoas encontram copiam e colam trabalhos prontos, e sem o menor respeito aos docentes, facilitadores do processo de aprendizagem, são entregues estes trabalhos, ou cópias, para assim melhor definir.

Para Pierre Lévy, um dos mais importantes pensadores das novas mídias e da cibercultura, “a mediação digital remodela certas atividades cognitivas fundamentais que envolvem a linguagem, a sensibilidade, o conhecimento e a imaginação inventiva” (LÉVY, 1998, p.17).

Desta forma, os alunos não se dão ao trabalho de lerem as pesquisas, de formularem possíveis opiniões sobre o texto lido, de tentar interpretar, para posteriormente redigir um trabalho de autoria própria. Até chegar à produção, existe uma seqüência a se seguir, antes de escrever, é preciso pensar, sobre o que se pretende redigir, e para expor um assunto, ou defender um tema, é necessário que se tenha embasamento teórico adquirido através da leitura e interpretação de textos, livros, artigos, resenhas publicadas por determinado autor, através deste material bibliográfico adquirido e que o aluno terá suporte, par enfocar, questionar, discordar e produzir.

Segundo Valente (2005), o professor formado para inserir o computador em sua prática pedagógica “necessita conhecer ferramentas computacionais (linguagem de programação ou banco de dados), teorias que explicam o processo de aprendizagem, os fatores sociais e afetivos que contribuem para a mesma e conhecer como intervir na interação aluno-computador”.

As mudanças e avanços tecnológicos não são fatores negativos, ao contrário, são indispensáveis pra o crescimento e desenvolvimento de um país, sejam de ordem tecnológica, econômica, ou social. A questão em debate é o uso que se tem feito das tecnologias, a forma erronia de se aplicar aquilo que deveria vir com o objetivo de melhorar a educação, e a vida na sociedade.

3. CONCLUSÃO

Assim, é possível entender que esta formação de professores para o uso do computador em suas aulas não ocorrerá isoladamente e deve ser permeada pelas questões que envolvem a prática docente no ambiente escolar. O professor deve “refletir sobre a própria prática, tomando consciência da necessidade de transformação e aprimoramento da ação educativa”. (ALMEIDA, 2004, P.97).

REFERÊNCIAS

BAKTHIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1992.

LÉVY, P. As árvores de conhecimento. São Paulo: Escuta, 1995.

CARNEIRO, Moacir Alves. LDB Fácil: Leitura critica. SP; Cortez, 2001

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.