Perdi as contas de quantas vezes me perguntaram isso.
Perdi as contas de quantas vezes fiquei sem palavras para respondê-la e disse apenas um “como assim?”
Já vi uma meia dúzia de livros que tentam responder essa pergunta, com mil regras sobre o que dizer, como dizer e que cara fazer!
E quem leu e decidiu seguir a risca, qualquer um deles, corre um grande risco: Errar feio na hora da entrevista!
Planeje a roupa, planeje chegar com antecedência, mas antes de qualquer outro planejamento, pare agora mesmo de planejar!
Toda vez que planejei um encontro profissional, social ou até mesmo romântico. Errei tudo.
Toda vez que tratei de imaginar como as coisas aconteceriam e como eu iria me comportar, as coisas aconteceram de outra forma e eu fiquei sem saber como usar todo o repertório que eu tinha preparado e ao mesmo tempo não sabia o que fazer com o que realmente acontecia. E só me restou uma alternativa: TRAVEI!
Aposto que você tem aí, guardado na sua cabeça uma situação onde você tentou tanto ser adequado que não foi “você mesmo” por causa disso. Na tentativa de não errar, acabamos deixando de acertar. Quer erro pior que esse?
Então, deixemos essa pergunta de lado, por enquanto, e vamos tentar responder outra:
O que as empresas esperam de você em uma entrevista? Descobrir se você “sabe se portar” de acordo com o que leu nos livros? Descobrir se você sabe as “respostas certas” para cada pergunta?
Não.
Saber de verdade quem é você e mais que isso, descobrir o que você pode fazer por aquela empresa.
Tudo o que nós queremos ver na hora da entrevista é alguém que responda as nossas perguntas com o mesmo brilho nos olhos de uma criança que responde “o que você quer ser quando crescer”.
Não queremos respostas certas, queremos respostas sinceras, que traduzam seu sonho, suas crenças e seus valores, para que possamos descobrir duas coisas: Se quem você é, combina com a empresa, sua cultura, a oportunidade oferecida e se você tem chance de “ser feliz” alí. Quando falo em ser feliz no trabalho estou dizendo que é preciso que tenhamos chance de nos realizar, nos desenvolver e não morrer de tédio por falta de desafios.
Enquanto jovens profissionais treinam respostas “certas” para dar na entrevista, os entrevistadores aprendem a identificar mentiras e simulações. A ironia é que existem livros que ensinam ambas as coisas.
Tente imaginar: Você conheceu alguém muito interessante, marcaram de se encontrar.
No encontro, você tenta se aproximar, mostrar-se interessante, descobrir se o outro também é tão interessante quanto você imaginou. Mostra quem você é e tenta deixar o outro encantado e se possível apaixonado. Fazendo com que o outro tenha a certeza que tudo fluiu tão bem e tão rápido que seu rosto, seu jeito e seu nome se tornaram inesquecíveis a ponto de fazê-lo contar os minutos para te reencontrar.
Isso para uma paquera, seria perfeito.
Para uma entrevista de emprego, claro que respeitando a metáfora e as devidas proporções, também!
Temos apenas um pequeno problema: Só funciona quando isso acontece “de verdade”.
Agora sim, vamos àquela pergunta, já com tantas respostas:
Coloque a sua roupa preferida, aquela que, quando você se olha no espelho, gosta muito do que vê. Aquela que te deixa elegante e a vontade ao mesmo tempo. Aquela que você colocaria se fosse pedir alguém em casamento! (em 2011 acredito que essa frase pode ser unissex!) Então dê uma boa olhada no espelho e responda: Se eu fosse o dono dessa empresa que estou indo agora, eu contrataria essa pessoa? Se a resposta for sim, você está pronto! Ah, não esqueça de passar um pouco daquele perfume que você adora e que acredita que tenha o “seu cheiro”, que traduza a sua personalidade!
Chegue com antecedência, para que você possa reconhecer o ambiente, se acalmar da loucura do trânsito que muitos de nós enfrentamos para chegar a qualquer lugar, para ir ao banheiro, ninguém se sai bem em uma entrevista de emprego, por melhor “preparado” que esteja, se estiver apertado para fazer “xixi”, e também para experimentar o cafezinho, ninguém quer trabalhar em uma empresa que tem um café horrível esperando por você todos os dias! (Sim, estou brincando em relação ao café!)
E quando o papo começar entregue-se. Deixe o entrevistador descobrir o motivo que fez você se apaixonar por aquela área de atuação, por mais bobo que isso pareça, conte o que inspira você e o que já fez você passar noites em claro para realizar. Se tiver uma banda conte, se é um ótimo cozinheiro conte, se gosta de reunir os amigos para jogar jogos de tabuleiro, conte. E se te perguntarem o último livro que leu, não diga o nome daquele que encabeça a lista dos mais lidos pelos executivos a não ser que isso seja verdade, pois sua resposta não vai ter brilho nenhum e aí não vale, mesmo sendo uma resposta tão boa!
Se você ainda não acredita em mim, volte ao parágrafo anterior e veja, nas respostas tão humanas que tem lá, como elas substituem, com muito mais personalidade, tudo aquilo que uma empresa procura em um candidato. Pessoas apaixonadas, inspiradas, empenhadas, que acreditam nos próprios sonhos e os valorizam, que vêem no sucesso daquela empresa uma forma de alcançar o próprio sucesso, alguém que possui múltiplas habilidades, que sente prazer em trabalhar em equipe e se diverte com isso e que de repente não leu os livros da lista dos mais lidos, porque estava lendo algo “menos relevante” porém mais divertido, tudo bem também, afinal, não buscamos um computador, programado corretamente, buscamos um sorriso amplo e honesto que nos diga que aquela pessoa fará toda a diferença para a nossa empresa e se entrar, vai entrar de cabeça, dando tudo de si, compartilhando suas idéias, ajudando as pessoas dalí a tornarem aquela empresa um lugar melhor. um pouquinho por dia!
Nós queremos e precisamos que você seja simplesmente o melhor que você pode ser!