Amém - Que Assim Seja!

“Amém – Que Assim Seja”

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‘Não quero que você acredite e nem questione, apenas que saiba’

1 – Apenas o Início

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“No início, antes de tudo começar, antes de tudo ter forma ou características, era apenas nós; seres superiores a raça cuja nossa ordem era para servi-los, sendo essa Sua primeira idéia, mas logo lhe veio à tona que isso não daria certo. Isso tudo tinha sido planejado por nosso pai e tendo o apoio de seus filhos; a idéia dele era criar seres a semelhança de nossa família, a antiga idéia que possui apenas na imaginação das pessoas, a imagem de um pai e seus filhos lhe ajudando. Mas ele conhecia as criaturas que ia criar, por isso que pessoas com tanta ganância, ódio, vingança, inveja e pouca fé não daria certo, por isso ele pensou em fazer uma experiência, onde ele criará essa tão desejada raça e as deixaria no planeta sob os nossos cuidados, visando que quando tudo viesse a dar errado, onde acabasse todo o respeito entre as pessoas e apenas o errado estivesse certo a eles, era ai que nós viríamos que sua experiência não dava certo, por isso que quando ele fez tudo aquilo começar pensou também no fim, no dia em que desceríamos e salvássemos apenas aqueles que começariam a raça definitiva, no qual não seria uma experiência; e esse dia aquelas pessoas sem fé, sem nenhuma crença no qual o manteria vivo seriam simplesmente exterminadas pelo Anjo da Morte.”

Hoje era o dia em que tudo seria decidido, a nova raça começaria, a experiência começava, era tumulto em nosso meio, alguns concordavam outros não, mas estava decidido era o inicio de um novo teste, no qual todos poderiam ajudar essas criaturas a tomar decisões certas, mas não diretamente e sim indiretamente, no qual a nossa presença real traria várias discussões e conflitos, e essa era a ordem. Mas um irmão nosso que foi criado para supervisionar essa raça não concordava com a seguinte ordem, pois para ele aquilo não passava de uma experiência inútil, como colocar seres e guiá-los para um único caminho ou seja, as decisões corretas, mas meu pai sabia o que fazia e não aceitou guiá-los para o caminho errado e falou que em nenhuma hipótese isso teria que acontecer. E foi ai que nosso irmão Lúcifer discordou, logo disse que não iria obedecer à essa ordem, porque isso não passava de um teste ridículo onde tudo tem que haver dois caminhos e cabe a eles decidirem o que ser. Só para um pequeno detalhe, meu pai não aturava desaforo de seus filhos, por isso logo olhou para ele e disse “Se não estás comigo, estás contra eu” e em seguida olhou para mim e ordenou “Miguel, tire o desobediente dentre nós” e logo o obedeci, fui até ele e em seguida ele me olhou e retrucou “Miguel, pensai duas vezes em fazer isso, saiba que muitos daqui estão comigo, muitos são amigos, e mesmo com tanto amor a nosso Pai, não estás de acordo mas possuem medo de se manifestarem”. Eu o ignorei, saquei minha espada e fui para cima, em frações de segundo ele sacou sua espada também, houve sete conflitos entre as espadas e no meu oitavo golpe eu o acertara, fazendo com que caísse e logo falei em vós alta “Saia junto com esse todos aqueles que não estão de acordo com a ordem de vosso Pai” em seguida Lúcifer caiu e com ele foi metade dos anjos do céu. Depois do feito olhei para meu Pai, e sua única resposta foi “Que assim seja meu filho”. A Queda de Lúcifer levaria cerca de 1000 anos para acontecer, até ele chegar no meio da nova raça.

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Mais tarde sentei com minha família para conversarmos, meu pai estava meio preocupado com o que acabava de fazer, ele acabava de criar uma nova raça e junto a isso colocado um anjo junto a eles, foi ai que perguntei sem preocupação “E agora Pai?”, ficamos em silêncio por alguns minutos, logo Rafael falou “Meu Pai, o senhor tem que avisar a pobre raça agora da chegada desse anjo, mas não falaras mal dele e sim o contrário, dizei que será o salvador, e sabemos que quando um anjo cai ele perde sua memória e só a recupera no ultimo dia, se avisai a todos que ele é o grandioso, ele não farás mal a ninguém”. Em seguida a idéia de Rafael foi aceita, com isso foi dirigida a ordem ao meu outro irmão “Gabriel, fazei que isso se torne real, desça entre eles, mas não em sua forma, entre no sonho de um deles e avise a chegada do anjo, mas não darei o seu real nome, anuncie outro nome”. A ordem seria executada na hora certa e o aviso seria dado.

Alguns anos passaram para criação de meu pai, então eu e Gabriel decidimos descer e observar como eles estavam, ficamos em uma grandiosa montanha, onde avistávamos e então o perguntei “O que achas irmão? Novos seres criados, mas com um grande problema no meio, não era esse o plano” então logo Gabriel respondeu “Acamai Miguel, com o tempo veremos o resultado, agora sim podemos chamar isso de experiência e saberemos a hora certa de ajudar nosso Pai na raça definitiva, esse grande problema vai virar uma grande ajuda e sabemos que isso no fundo não ira atrapalhar”. Ficamos em silêncio, apenas observando aqueles seres, como a sua evolução era rápida, eles possuíam uma inteligência enorme no qual tudo mudava tão rápido.

Hoje era a data exata, cujo passava os 1000 anos, e a queda de Lúcifer aconteceria amanhã, então como combinado, Gabriel descia ao lar dessa raça, o qual resolvemos acolher o nome que eles mesmos deram a eles, ou seja, “humanos”. Acompanhando a descida de Gabriel, Rafael veio ao meu encontro e afirmou “Isso não vai durar muito tempo Miguel e você sabe muito bem disso” apenas olhei para ele e demonstrei um sorriso positivo, segundos depois aparece Gabriel, afirmando que tudo estava de acordo como planejado.

Com o passar do tempo, vimos que Lúcifer forjara sua morte, morrendo como digno e piedoso ser, achando aquilo muito estranho e vindo a nossa mente que Lúcifer tinha recuperado sua mente e com isso se fez ficar invisível aos nosso olhos, meu Pai nos fez outra ordem para conter ele no meio dos humanos “Filhos, Miguel, Rafael e Gabriel, façam-me um favor, caiam no meio dos humanos e acompanhem toda suas trajetórias e ficai de olho nos planos de Lúcifer, vocês terão destinos diferentes mas no final se encontraram, estão ciente que suas memórias serão apagadas mas quando chegar a hora certa tudo estarás esclarecido, a única informação que posso dar a vocês de Lúcifer é que sua inveja cresceu e ele usou minhas criaturas para criar uma nova raça entre eles, os noturnos, seres que dependem do próprio sangue para sobreviver, mas vivem em sigilo pois ele apenas quer controlar minha criação e não perder o controle entre ela. Descei e fazei que tudo de certo, na hora certa”. Em seguida olhamos para ele e falamos “Que assim seja” e caímos.

2 – A Queda dos Arcanjos

Ao passar os anos, Rafael foi o primeiro a cair, eles teriam a vida normal de um humano, foram gestante de uma mulher, o qual carregará eles durante nove meses em seus úteros, eles cresceriam normalmente, passando por todas as fases, desde a infância até a juventude, onde poderiam se envolver em relacionamentos ou não, estudar em colégios e faculdades, chegaram a trabalhar, a receber por isso, terão toda uma vida no qual não saberão o motivo de estarem no meio dessa nova raça, eles terão todas as dúvidas que os humanos tem, como, ‘qual o nosso objetivo aqui?’, ‘quem é Deus?’, ‘de onde viemos?’. Para eles, durante o tempo vão descobrindo quem realmente são, até a chegada do dia em que o extermínio acontecerá, terão suas formas angelicais novamente e toda suas memórias.

Mas eles não vão ser criadas junto na Terra, com isso fiz com que tomassem rumos diferentes e também modos de vidas; Rafael seria criado em uma família rica, onde ele teria tudo sem precisar ir atrás de nada, sua residência será em no continente que as pessoas chamam de América do Norte, nos Estados Unidos.

O segundo a cair, segundos logo após a queda de Rafael, seria Miguel o qual já seria criado em uma família pobre, onde vai ter que passar por varias dificuldades até que ele saiba realmente quem ele é, e supere tudo. Ele será criado na América também, mas na do Sul, no país que chamam de Brasil.

Por fim, com um certo atraso Gabriel caía, esse sim era o meio termo, seria criado em uma família nem rica e nem pobre, onde passará por necessidades as vezes, poucas vezes, e sendo o ultimo cair mas também será o primeiro a se lembrar de quem é, e vai ver que nada mais fazia sentido nessa criação, e caberá a ele avisar Miguel e Rafael. Sua residência seria próximo a Miguel, mas tendo muita dificuldade de se encontrarem e facilidade de se comunicarem futuramente.

O ano, contado pelos humanos, em que chegaram na Terra, foi em 1992, no qual se totalizaria um total de vinte anos até que tudo começasse a ter o real sentido das coisas. O dia da queda foi marcado, Rafael quando caiu fez um tremendo relâmpago onde clareara grande parte do planeta e segundos depois para representar a queda de Miguel um tremendo raio caía sobre a cidade de Cuiabá, no meio de um campo, e com um atrasado de um minuto aproximadamente caía Gabriel e com ele uma grande chuva. Sendo tudo planejado, a hora deles caírem, foi exatamente quando os casais certos, das famílias certas estavam se relacionando sexualmente, quando ocorreu o relâmpago, o raio e a chuva foi exatamente quando houve o orgasmo. Depois disso nada mudava na vida dos casais, eles não foram ‘abençoados’ como costumam achar através das falsidades das religiões, os casais tiverem suas vidas normais, tendo a presença de mais um membro na sua família, a única coisa que eles ganharam foi a felicidade da chegada de um filho nove meses depois.

3 - Rafael

Era ano de 2002, fazia alguns anos que estávamos definitivamente no meio dos humanos, no meio de Lúcifer. Eu acabava de completar meus dez anos de idade, metade do caminho andado. Dos meus irmão, meio que me considerei o mais sortudo, pois meu pai me coloquei no meio de uma alta sociedade, serei criado com certa mordomia que os outros dois não terão, pouco importa, é mais para termos conhecimento das diferentes classes que as próprias pessoas criaram entre elas. Os humanos que me colocaram no meio deles eram muito simpáticos, pessoas ricas, gananciosas. Eu não tinha muita atenção deles, era sujeitos ocupados, na maior parte do tempo ficava sozinho, apenas cercado de vídeo – games, brinquedos e poucos amigos. Uma casa enorme, cheia de empregados ao meu dispor sempre querendo me agradar só para ganhar um agrado do patrão, sinceramente não sentia nenhum sentimento sincero dentro daquela residência.

Estava freqüentando a escola ainda, La eu não falava com praticamente ninguém, tinha alguns amigos, que andavam comigo mesmo eram apenas dois, fora eles conhecia uns sete, no máximo dez, de um colégio que tinha cerca de oito mil alunos. Eu não tinha encrenca, ficava sempre na minha, com meus amigos, vendo os populares se divertindo, ficando entre as garotas e eu, apenas querendo ser igual a um deles. Minha vida era muito controlada, venho a explicar, acordava cedo para ir estudar, no horário de almoço o meu mordomo vinha me buscar e me levava até em casa. Chegando em casa, hibernava na frente dos jogos que eu possuía, muitas das vezes chamava meus dois amigos para ir até em casa. Os dois também era que nem eu, quietos, ficávamos na nossa. O mais importante, não freqüentava nenhuma religião.

O tempo passa, cresço. Hoje completava meus quinze anos. Amigos vem e vão, os dois que andavam comigo antigamente, não andam mais. Agora tenho cerca de cinco amigos, três homens e duas mulheres, moravam no mesmo condomínio que eu e diferentes dos outros, esses já eram mais de sair e curtir. Foi com eles que aprendi o outro lado da vida dos humanos. Eram todos ricos, eles se reuniram e me deram de presente um whisky, uma cabecinha de cocaína e uma puta, e logo disseram: “Rafael, você vai entrar nesse quarto (o meu) e só vai poder sair daqui três horas dele, ai vamos ver qual será a mudança”. Entrei no quarto, mas logo refleti que eu não iria fazer nada, até que a puta começa: “Hey! Vamos fazer o seguinte, já que você só está olhando para mim. Para perdemos a vergonha um com o outro, vamos começar virar copinhos de whisky, e logo isso passa você vai ver”. E comecei. Do lado de fora, eles cuidavam para que ninguém entrasse na sala e falavam para os convidados que eu estava com dor de barriga. Foi no sexto copo que eu já estava bêbado, começamos a nos beijar, ela começo a passar a mão em minhas costas, o clima começou a esquentar e foi ali que eu vi que eu tinha um problema, eu não conseguia me excitar quando ficava bêbado e ela ao passar a mão em meu pênis descobriu isso: “relaxa Rafael. Esse é seu nome né? Ouvi seus amigos falarem, então, isso é normal, por isso que eles deixaram esse pó aqui, e logo tudo vai erguer” e ela me passou o pó com um certo sorriso de ganância. Logo fui, ela fez uma ‘cobrinha’ com esse pó e falou para eu cheirar, e imagina só, fiz exatamente o que pediu, e adivinha só?

Passaram-se cerca de uma hora e uns vinte minutos até que sai do quarto. Não tinha passado as três horas, mas quando abri sai exausto e suado de La e joguei a garrafa vazia no chão. Sinceramente, sai ‘chapado’ e feliz daquele quarto, tinha acabado de descobrir o lado perfeito da vida. Descemos até o saguão onde tava tendo a festa, foi só bagunça, meu pai chegou até mim para falar algo mais eu num tava nem ai, um minuto depois eu havia esquecido.

Depois disso, minha vida estava totalmente diferente daquilo que eu tinha vivido nos últimos anos. Jogos? Nunca mais. Estudo? Nunca mais. Minha rotina era só festa e gastar dinheiro, eu chapava todo dia, sendo bebida, cocaína, maconha, algumas vezes heroína; mas relaxa, nunca fui um viciado, usava apenas quando saia e outra eu conseguia ficar muito bem sem usar durante uma semana, e quando eu tinha que ficar sem usar era porque meu pai ou minha mãe tinha me dado bronca. Isso foi minha rotina, festa, chegava em casa, levava bronca e toda uma filosofia de vida, dormia, acordava e ficava a toa. Mas isso teve fim aos dezenove anos, onde parece que do nada eu havia enjoado de tudo aquilo e comecei a me interessar por Deus, queria saber se tudo o que eu fazia era a toa ou eu tinha um objetivo. Até que comecei a pesquisar, depois disso era poucas vezes que eu saia, ficava na minha, falava para meus amigos que eu estava cansado, meu pai achou estranho.

E uma noite antes de eu completar meus vinte anos, olhei para o céu. Naquele exato momento acontecia um eclipse, que durou aproximadamente quatro minutos e quando ele desfez ouvi uma voz “Está na hora”.

4 – As Primeiras Manifestações.

Enquanto meus filhos cumpria o que eu pedia no meio dos humanos, eu apenas observava e tentava encontrar meu filho rebelde.  Todos os dias eu ficava em um pais na Terra, cada qual com uma forma humana diferenciada, eu me interessava pelos costumes que minha criação tinha e queria saber tudo que acontecia entre eles, mas sempre atento em meu objetivo, ou melhor, consertar meu erro.

Em 1994 senti um tremor diferente na superfície terrestre, algo que só alguém poderia ter feito, ou melhor, só ele conseguiria fazer aquilo. Foi exatamente na Indonésia, onde ele fez com que ocorresse um terremoto, mas quando fui até La para ver se eu o achava, não tinha mas nem sinal dele.

Até que em 1995, tive uma pista de onde Lúcifer estava, era um lugar chamado de “Filipinas” pelos humanos, logo pensei “mesmo continente de Rafael” e então resolvi dar meu jeito e tentar pegar ele, e todos os inocentes que ali estavam, todos os que possuíam uma fé, seriam salvos e então criei um furacão na região que surgira a informação. Mas percebi que o único resultado ali presente, foi a salvação dos inocentes, de Lúcifer não consegui nada.

5 – Miguel

Parece que eu fui o sem sorte de nos três, mas não, nasci na pior condição de vida e fui o que mais vivi.

Minha família era miserável, não possuíam literalmente nada no nome deles, exemplo, nossa casa era um barraco onde fora emprestado por um amigo do meu pai que estudou o primário com ele. Nossas roupas, comida, objetos pessoais eram tudo emprestados ou achados na rua, exatamente nada tinha saído do nosso bolso, nada foi nós quem compramos.

Minha mãe era uma pessoa muito dedicada, sempre queria trazer o máximo de conforto para mim, já que eu era seu único filho. Sempre dava seu jeito nas coisas, como comida, trabalho temporário, tudo que tínhamos que correr atrás era ela quem improvisava. Desde que me conheço como gente foi ela quem fez tudo, já meu pai...

Ele sim era ignorante, não ia atrás de nada e tudo que aparecia para nós ele falava que era ele quem fazia acontecer aquilo. Se oferecessem algum serviço para ele que o humilhasse de mais, já recusava. Se a renda fosse baixa então, nem pensava a respeito. Parecia muito com gente rica, não tava nem ai para nada, apenas com ele, a única diferença é que ele era pobre, muito pobre.

Desde meus oito anos de idade eu já arrumava uns ‘bicos’ por ai, parecia que eu tinha em torno de vinte anos de idade, pois em questão financeira sempre fui bem amadurecido porque minha mãe sempre foi muito aberta comigo, ou seja, realista. Aos dez anos, infelizmente conheci um lado ‘escuro’ da vida dos pobres, a mania de achar o que não é seu e vender, ou seja, tudo que alguém deixava cair ou esquecia em algum lugar, La estava eu para pegar, tudo que realmente varia alguma coisa eu já revendia e entregava para minha mãe.

Eu não possuía amigos e sim conhecidos, de quem arrumava as coisas para vender, onde mais tarde começaria a vender drogas também. Mas nunca foi nada alem daquela coisa de esquina, não fui de me influenciar bastante mas na questão de consumo, era de vez em quando.

Aos quinze anos fui preso pelos humanos, em uma espécie de penitenciária por tráfico de drogas. Minha mãe ficou muito triste com ela, pois eu era a única pessoa que ela nunca imaginaria que eu fizera uma coisa dessa e depois que ela me tirou de La foram dias que ela ficará sem falar comigo.

Mas depois de dezessete anos vivendo na miséria, finalmente meu pai e minha mãe conseguiram empregos decentes, o qual eu falo que a renda era o suficiente para pagar nossas dividas e conseguir um canto para nós, com isso minha mãe que gostava muito de ler passou até a comprar livros onde acabei me interessando por alguns, e neles comecei a ler sobre anjos. Parei de vender coisas, ficava apenas em casa lendo. Meu pai me chamava de vagabundo, falando para eu procurar algo para fazer e com isso minha mãe já brigava com ele falando que eu estava estudando para fazer com que criasse um futuro melhor para nós e aos poucos ele foi ficando na dele, e eu, apenas lendo.

Chegava meu aniversário, acabava de completar meu 19 anos, fizemos até que uma festinha, mas só entre nós três mesmo, a única coisa que não me esqueço daquele dia foi minha noite e principalmente do sonho que eu tive, onde eu estava no meio de uma cidade toda destruída, com duas pessoas ao meu lado, cuja uma mulher chega até nós e balança a cabeça. Logo depois fui passando um filme na minha cabeça, onde pareciam memórias de alguém, ou seja, minhas memórias. No outro dia acordei com uma dor de cabeça enorme, não conseguia nem levantar da minha cama, não conseguia falar e nem me mexer apenas ficava com os olhos abertos. Foi questão de minutos até que pisquei meus olhos e tudo passou e a partir apenas levantei e pensei comigo mesmo ‘que assim seja’.

6 – São Apenas Ordens.

Enquanto isso fui enviando mais anjos para a Terra, para que enquanto os três não se lembrassem de suas ordens. Mas o que destinei a esses outros foram que apenas me informassem o que acontecia aos redores do mundo e se caso encontrassem Lúcifer tinham que me comunicar imediatamente.

Algo que eu não imaginaria que fosse acontecer tão cedo foi que encontrassem velhos irmãos deles e foi justamente o que houve. Sobre os anjos que eu havia enviado para que me informassem, era que eles não perderiam suas respectivas memórias, estavam lá como anjos mesmo, mas em carne e osso, igual as minhas criaturas.

Ariel estava caminhando sobre os humanos, era em uma pequena vila que se encontrava no continente europeu, passava das três horas da manhã, ninguém na rua, avistou apenas um bar com luzes acesas e dele se ouviu gritos e um grande clarão saindo das janelas e sobre algumas telhas, e logo se aproximou. Chegando perto começou a ouvir sussurros, pareciam três pessoas conversando, algo que aparentavam estar dizendo era ‘vamos prosseguir, não são profetas, precisamos dos profetas’ e se aproximando, Ariel entrou. Assim que entrou viu os três e logo uma surpresa:

- Olá meu irmão Ariel, como estas? – um deles falou.

Ariel calou-se, apenas fixou o olhar neles. O outro que estava presente também começou a falar:

- O que foi pequeno Ariel? Seu paizinho não permitiu que você falasse?

- Olá Anael, Nuel e Felizel! Como estão? – Ariel abriu a boca.

- Estamos muito bem! Estamos apenas dando uma volta e brincando com as pequenas criaturas daqui. Afinal, o que estas fazendo aqui? Que eu saiba vocês não tinham autorização de interferir no meio da ‘grande criação’. – disse Anael ironicamente.

Ariel ficou segundo em silêncio, apenas olhou rapidamente para os três, observou que estavam a procura de algo e que haviam se assustados assim que vira Ariel, e logo prosseguiu:

- Vocês não sabem de mais nada! E não me chamem mais de irmão, quem trai meu pai não é meu irmão, mas sim meu inimigo! Estou atrás de Lúcifer, afinal, sabem onde ele está?

Anael ficava em silêncio, apenas olhou para os outros dois e disse para partirem, pois tinham um objetivo a cumprir, e se dirigiram a porta.

Antes de saírem Ariel foi para frente deles e não os deixou saírem:

- Não fujam, afinal que objetivo é esse? Quem não esses profetas?

Nuel e Felizel riram, e logo Anael se irritou:

- Ariel! Saia agora mesmo de nossa frente! Quem são os profetas? Parece que não te contam tudo! Agora se você não sair da minha frente, eu vou arrumar um jeito de sair daqui. – em seguida piscou um de seus olhos e o bar simplesmente desmoronou, caindo sobre seus pés.

Ariel apenas estendeu a palma de sua mão, fazendo um sinal de ‘pare’ e riu:

- Pobre são vocês! Estão desesperados e não sabem o que fazer longe de Lúcifer, vocês não passam de marionetes!

- Cale sua boca Ariel, acho que não é bem nós que somos marionetes e outra, estamos cada vez mais fortes graças a seu irmão, e agora falo sério, é bom sair de nossa frente ou algo bem pior vai acontecer nessa vila! – Anael retrucou.

Em seguida, Ariel abaixou a mão, com isso os três anjos riram e abriram suas asas e completaram com um aviso:

- Acho melhor não nos encontrarmos novamente!

E Ariel completou antes que eles fossem embora:

- Relaxem, da próxima vez tenho certeza que eu terei outras ordens em relação a vocês!

E os três saíram voando, em direção as nuvens, logo sumiram no escuro da noite.

7 – Gabriel

Arcanjo Gabriel, esse é meu verdadeiro nome, um peso que carrego nas costas com inúmeras responsabilidades. Definitivamente esse é um cargo cujo nenhum outro anjo gostaria de ter, ou nenhum ser humano. As criaturas que pai criou sabem sobre a existência de anjos e muitos sonham com isso, e poucos sabem que é um sonho perdido.

Poucos sabem as diferenças entre anjos, demônios e humanos. A raça que meu pai criou são apenas um teste, cuja a capacidade intelectual deles é exercida por apenas 1% de sua mente, alguns chegaram até uns 3% e conseguiram grandes conquistas. Os demônios, anjos que foram expulsos por meu irmão, segundo a ordem de meu pai, desde que obtive a ultima informação eles conseguem ter um domínio de 25% de sua mente, o que já causaria grandes mudanças, com certeza conseguem fazer mais coisas que os humanos. Os anjos não são diferentes, mas sobre os que estão ao meu lado ainda, os que continuam a obedecer meu pai, sua capacidade mental já fora aumentada para uns 30%, o que já faz muita diferença. Já nos três, os arcanjos, grandes chefes de exércitos celestiais temos em torno de 50% a 70%, de acordo com a ordem e o treino de cada um, estimasse que Lúcifer tenha o mesmo, desde sua queda, é claro.

Essa capacidade mental é a única coisa que diferencia a hierarquia celestial e humana, quanto maior for mais disponibilidade o ser tem, por exemplo, quanto mais tiver, mais coisas ele pode controlar ou até mesmo criar.

A minha queda foi a ultima e a mais demorada porque tive alguns assuntos a resolver com Zacarias, o anjo que controla as almas, e depois do resolvido, cai. Desde o início de toda essa confusão não foi dada mais nenhuma ordem no campo celeste, apenas a de consertar um grande erro, a queda de Lúcifer. Apenas a nós três que as coisas mudam um pouco, pois são algumas ordens a mais. Exceto a de caçar Lúcifer, temos que proteger os profetas, seres que possuem uma pena angelical dentro de si, são seres que nasceram para exercer uma certa função no meio dos humanos para guiá-los para o caminho certo e uma coisa é certa, nós já fomos enviados para crescer ao redor deles porque quando o dia de concertar as coisas chegar, eles já estarão por perto.

Cresci com uma família nem pobre e nem rica, no começo não passará por dificuldade nenhuma, mas também sempre fui muito alienado. Com o passar do tempo fui mudando, com apenas seis anos de idade, sentado na frente da televisão, vendo o noticiário que os próprios humanos apresentavam suas próprias desgraças, algo me chamou atenção, me pareceu que alguém queria que eu visse aquilo, alguém chamara minha atenção. A noticia era de um trem que saiu da rota e ferio cerca de 90 pessoas, 90 inocentes. Mas quando vi as imagens do trem saindo percebi que era alguém empurrando o trilho, e não tinha acontecido acidentalmente e sim propositalmente. Aquilo não tinha saído da minha cabeça durante dias. O tempo foi passando, e eu amadurecendo cada vez mais, sempre sendo criado bem por algumas pessoas e mal por outras.

A partir dos meus doze anos comecei a dar mais valor à minhas amizades, pois ali acabava de conhecer as pessoas que eu sabia que iam me seguir para o resto dos dias, e eles, os profetas.

Foi a partir dos meus quinze anos que comecei a sair, a me divertir como os humanos se divertiam, a beber, a dançar e em poucas vezes a se drogar. Arrumava namoradas, jogava com os amigos, afinal me divertia muito e muita das vezes exagerava um pouco e levava lição de moral de meus parentes.

Com o gosto que eu tinha de me divertir e sempre estar com meus amigos, fui deixando a religião dos humanos de lado, coisa que tentaram desde cedo me levar para ver e eu nunca gostei, às vezes deixava de lado até meus estudos, mentia que ia fazer uma coisa e fazia outra só para sair.

Aos dezoito anos enjoei de tudo, assim como Miguel e Rafael. Comecei a me interessar sobre a historia do Arcanjo Gabriel e fui me aprofundando cada vez mais, mas o que eu tinha de diferente dos dois é que eu continuava a sair.

Até que um dia, andando pela rua avistei um velho, fiquei encarando ele por muito tempo e ele me encarando. Possuía aparência uniforme de outros senhores da mesma idade, cabelo grisalho quase careca, meio magro e alto. Ficamos um olhando para o outro durante uns seis minutos, claro que não era olhar fixo, tentávamos ás vezes dar aquela disfarçada. Até que passou uma caminhão que impossibilitou um olhar para o outro e assim que o caminhão passou ele sumiu, levei um susto, achei que estava louco mas segundo depois ouvi algo em minha cabeça ‘chega Gabriel, as coisas estão saindo do controle, acorde!’ levei um susto, olhei para trás para ver se tinha alguém falando comigo e me assustei de novo, o velho homem estava logo atrás, olhou para mim, piscou e colocou a mão em meu ombro, na mesma hora cai no sono.

Acordei em casa, mas ninguém estava surpreso nem nada, era apenas mais uma manhã como as outras. Levantei, tomei um banho pra ver se a dor de cabeça e a tontura passava e em seguida comi. Caminhei até minha cama, lembro que no caminho minha mãe me perguntou algo, nem dei muita atenção e dormi novamente. Acordei como se sentisse um estralo na minha cabeça, levei um susto, parecia que tinha me recordado de uma história, olhei rapidamente para a porta e ela estava aberta e a luz me incomodando dormir, fiz um movimento com a mão fazendo ela se fechar, por que estava com preguiça de levantar, e apenas com o movimento a porta se fechou. Me assustei e desmaiei. Quando acordei novamente já estava ciente de tudo, de quem eu era.

8 – “Eu Posso Julgar!”

Eu já não sei o que falar, todas minhas apostas se foram, tudo que eu achei que ia dar certo, deu errado. Pensei que seria algo que eu me orgulhasse, em que eu poderia falar para todos o que alguns pais falam para os outros sobre seus filhos “esses são os meus filhos, tenho tanto orgulho deles e me fazem tão feliz” mas infelizmente não posso. Seres que criei a minha semelhança, seres perfeitos que foram perdendo a perfeição. Onde está todo aquele amor, toda aquela fé, toda aquela compaixão que coloquei em cada um? A evolução de vocês passaram dos limites, chegou a um ponto onde perderam todo o controle e ninguém mais sabe para onde ir, o que fazer ou até mesmo o que dizer. Pessoas que se perguntam diariamente se são felizes escondendo-se atrás de falsidades, de falsos deuses. Nunca quis que vocês me invejassem ou tivesse qualquer outro sentimento infiel, apenas queria que vocês me amassem e me aceitassem e se aceitassem, mas não. Eu planejei um por um, para que tudo ocorresse bem, até tentei me manifestar a consertar seus próprios erros, sempre fiquei a disposição de vocês e o que me dão em troca? Ganância? Desrespeito? Alguns erros, isso é normal, todos erram. Eu errei, alguns de meus filhos erraram, ninguém é perfeito mas se todos se unirem, serão. Infelizmente não há mais volta, até vocês mesmos acreditaram durante um tempo em si, mas muitos estão perdendo a fé que restava. O valor do bem material que fora criados por vocês mesmos, pequenos objetos que passam a ter mais valor que uma vida, como isso é possível? Como pessoas que eu coloquei tudo em um único lugar, para que pudessem viver juntas conseguem ser tão desunidas?

Assim como vocês não possuem respostas para algumas perguntas, eu também vivo me perguntando várias coisas onde chega a um ponto que não há resposta. Criei vocês porque estávamos sozinhos, eu estava sozinho, pensei em criar vocês para me fazerem companhia e me dar alegrias, mas infelizmente não consegui. Vocês destruíram tudo aquilo que vocês mesmo ergueram e no final acabaram sem saber o que fazer, perdidos. Alem do mais, destruíram o lar de vocês, coloquei na mão de vocês um globo terrestre cheio de vida, onde nunca faltariam recursos para vocês, mas não, vocês acabaram com ele e destruiu seus recursos que aos poucos estão se esgotando.

De onde veio toda essa raiva? Essa infidelidade de vocês? Acabaram por virar marionetes que vocês mesmos controlam, vocês trocaram de lugar com objetos e no fim vão perceber que tudo isso foi em vão.

O dia de concertar as coisas está chegando, e será salvo apenas aqueles que merecem, aqueles com coração puro, que ainda tem fé, amor. A própria pessoa sabe se foi fiel ou infiel e algumas descobrirão que esconder atrás de uma religião por muito tempo acabará por não valer em nada. Se vocês acham que criando uma religião e se baseando nela vai te levar a algum lugar? Pode ter certeza que não e outra eu estou cansado e chega dessa baboseira toda, dei a vocês a oportunidade de serem seres que poderiam chegar um dia e criar outro seres, mas ao invés de criarem outros, vocês se destruíram.

09 – Não Há Explicações

Passava-se vinte anos desde a queda dos arcanjos, algo começava a mudar no globo já fazia algum tempo, mas agora era mais intenso. Terremotos começaram a aparecer com mais freqüências, as chuvas acontecia intensamente fazendo com que a água invadisse o continente criando enchentes e descargas elétricas aconteciam diariamente em vários lugares do planeta e matando aquelas pessoas que já estavam salvas, livrando-as do juízo final.

As pessoas criaram estações do ano para que pudessem se controlarem e se prevenirem das ocorrências da natureza, mas nem isso agora bastava. Fenômenos do verão acontecia intensamente na época do inverno e vice-versa. Direto cientistas tentavam alguma explicação na televisão, no rádio e na internet para acalmar as pessoas, e sempre quando davam alguma explicação sobre o ocorrido, no outro dia acontecia totalmente o contrario. O clima começou a mudar diariamente, um dia se fazia calor e no outro amanhecia frio.

Algumas pessoas já começaram a se desesperarem, não acreditavam mais no que se via e ouvia por ai, para eles cientistas estavam tão perdidos quanto ás pessoas que ouviam eles.

Algumas religiões que possuíam crenças de acordo com o que aconteceria no juízo-final já se preocuparam, mas não havia manifesto algum deles. De acordo que foi passando os dias ia se agravando as tempestades, os terremotos, até que um dia bastou, não aconteceu exatamente nada.

Todos acharam estranho, ninguém nesse dia amanheceu pensando no serviço ou em qualquer outra coisa que tinha que fazer, apenas olharam para as televisões e viram em diversos outros lugar que tudo havia acabado, só fazia sol em todo o mundo e afirmavam em todo lugar que era um ótimo dia para se trabalhar, para se fazer tudo. E em alguns lugares, ironicamente falavam que Deus tinha perdoado as pessoas.

Mas era exatamente o contrário, aquilo tinha sido apenas um aviso e tudo estava a acontecer exatamente depois desse dia.

10 – São Apenas Sete Dias.

Tudo parecia normal, aquele caos ambiental tinha acabado, pessoas achavam que tinha sido apenas um descontrole ambiental cujo havia muitas poluições. Mas não, era a agora que a coisa piorava. Antes do juízo final, vem um pré – apocalipse, que é aquele em que são sete dias de desastres que servem para matar todos aqueles que já estão perdoados, com isso, livrando eles do apocalipse e da guerra celestial. A partir desse dias muitos anjos já começaram a ser enviados para a Terra, mas ainda disfarçados como humanos e para não levar mil anos para a queda deles, vieram a residir a Terra no sétimo dia, o qual seriam enviados através de raios.

Segunda, hoje era o primeiro dia, no céu se avistava apenas o sol e nem outra coisa a mais. Muitos acharam que era o dia perfeito, apenas com um sol raiando, o ruim era que a temperatura aumentará cada vez mais no globo terrestre, onde a temperatura variou em dez graus da manha para a noite.

Terça, ao amanhecer o calor já era insuportável, o globo terrestre fazia exatamente quarenta graus em todo qualquer canto do mundo. Ninguém conseguia explicar aquilo, alguns cientistas já começaram a dizer que a terra começava seu super aquecimento e dali para frente muita coisa iria mudar, podendo fazer que as geleiras derretam e enchentes ocorram em diversos litorais, mas não foi bem assim, nada derreteu. No segundo dia, pessoas começaram a morrer desidratadas já, em torno de seis mil casos identificados em todo o mundo, na parte da manhã. Entardecia e a temperatura aumentava, poucos conseguiam suportar, chegava a quarenta e oito graus, nem ventilador, nem ar condicionados, nada conseguia esfriar  o ambiente, e de seis foi para oito mil o número de pessoas mortas.

Muitos países começaram a decretar estado de emergência, pessoas começaram a sair nas ruas, ninguém mais suportava ficar em casa e nem em qualquer lugar que possuam paredes. O governo para ajudar começou a enviar caminhões – pipas para as ruas para satisfazer a população. Durante a madrugada, alguns começaram a dormir em suas devidas varandas, jardins.

Começava o terceiro dia, quarta-feira, todos desesperados, manifestos começaram a dar início, chegava á fazer cinqüenta e cinco graus na parte da manha, ninguém sabia o que fazer e nem com quem falar, pessoas nas ruas e nem sabiam o porque estavam ali, chegava a vinte mil o numero de pessoas mortas no mundo, o planeta decretou estado de emergência. Debates surgiam na mídia, cientistas de um lado falando que era por causa do aquecimento global e a religião do outro falando que era o fim do mundo. Ninguém sabia em quem acreditar e como se proteger. E algo de estranho aconteceu, anoitecia e a temperatura mudará, dos cinqüenta e cinco graus que fizera de manha mudou para vinte ao anoitecer, muitos adoeceram com a mudança rápida, outros morriam com choque térmico e outros agradeciam.

Muitos amanheceram muito doente, era quinta-feira, o quarto dia, era cedo e fazia dez graus positivos. Diante a mídia, cientistas se calaram, o pessoal religioso apenas deram continuidade a razão deles, mas estavam com muito medo. O numero de mortos chegava a quarenta mil, todos estavam de luto, quem antes estava nas ruas, poucos andavam agora, fazia muito frio e ninguém queria sair de casa. Não estavam nem ai para o serviço, apavorados ninguém sabia o que fazer. A sociedade começou a se ajudar, muitos abriram suas casas para receber aquele que não tinha nada e o governo agora oferecia grandes ginásios para os desabrigados. A noite se fazia dois graus positivos.

Sexta, países que nunca se quer caiu um floco de neve, caia agora, pessoas que não tinham nada para se proteger do frio pois em seu pais nunca fizera calor, morriam agora, indefesos. Fazia quinze graus negativos, e subirá para cem mil o numero de mortos. Animais mortos nas ruas, rios congelados, oceanos começando a congelar, o mundo se calou. Na mídia não aparecia mais ninguém, só se ouvia rádios agora, ninguém queria se quer sair de casa. Protestos em faixas, cartazes, pessoas gritavam sem sair de casa. Só se ouvia o barulho de um helicóptero sobrevoando alguns lugares, filmando aquele caos, aquela solidão. E no sábado, continuou mesma coisa, pessoas em suas casas, plantas, lugares da cidade tudo congelando. Fazia trinta graus negativos, e um milhão de mortos, de pessoas salvas, livres do pior. No sábado, durante a manhã a situação se agravou, chegando a fazer quarenta graus negativos. Operações especiais tentavam se locomover nas grandes cidades para obter noticias da população, muitos quando tentaram comunicar-se com alguma família e quando não obtida a resposta entravam na casa, ao entrar encontravam-se corpos congelados ou pessoas com pouca consciência. Não se sabiam o que era pior, passar por um calor escaldante ou por um frio exuberante. Foi entardecendo e a situação mudava, tudo aquilo passava. A temperatura subia rapidamente até que se estabilizou nos trinta graus positivos durante a tarde, muitos morriam com o choque térmico. Foi anoitecendo e o tempo foi fechando com nuvens negras, parecia que uma grande tempestade viria e quem ligava a televisão já conseguia ouvir notícias. Jornais não mostravam mais fatos, falavam apenas do apocalipse e se perguntavam o tempo todo quando aquilo iria passar e por fim demonstravam medo, mesmo que o calor e o frio tenha passado, será que a gora viria uma grande tempestade?

Em diversas partes do mundo, religiosos se reuniam em Igrejas para rezar, alguns não queriam saber de mais nada; entres eles faziam arrecadações para suprimentos. Terminava o dia de sábado e não cairá nenhuma grande tempestade, apenas uma chuvinha de leve e assim foi a noite toda.

Domingo, e ultimo dia. Muitos consideravam aquele o ‘Dia do Senhor’. Na internet, em televisores, rádios, todos os tipos de comunicação pessoas davam graças pois não era nenhuma tempestade e sim uma chuva de leve. Passava das dez da manhã e a chuva continuava a mesma coisa, algumas crianças até brincavam na rua de tanta felicidade, até que relâmpagos começaram a clarear a terra. Alguns começaram a se preocupar, havia muitos relâmpagos em diversas partes do planeta, e foi assim durante uma hora inteira até que o primeiro raio caiu. Começava a outra metade do dia e com ela vinha uma chuva de raios em toda parte do planeta, aquelas mesmas ruas que ficou calada durante seis dias agora só se via pânico. Ninguém sabia se ficava em casa ou corria, se salvava algum bem ou deixava para trás. Alguns se ajudavam, outros não estavam nem ai para o outro e a maioria não sabia nem o que fazer. Milhares de raios caindo ao mesmo tempo, destruindo prédios, casas, escolas, tudo aquilo que o homem ergueu e se glorificou, quem andava nas ruas tinha que ter muita sorte para não ser atingido e se não fosse, agora tinha que rezar para pelo menos não ficar surdo ou cego. E depois de quatro horas passou. O mundo se quitou por uns trinta minutos até que começava o ultimo castigo. Bolas de fogo começaram a surgir, meteoritos começaram a cair, foi cerca de vinte meteoritos em cada cidade durante uns vinte minutos, e o caos aumentava. Passava das seis da tarde, anoitecia, a única coisa que se via nos céus era fumaça e por – do – sol como nunca tinha se visto antes.

11 – Vinte Anos Depois.

Três bilhões de pessoas mortas, metade da população mundial e mais alguns animais que não tinha nada haver com a ação dos humanos. Aqueles que não morreram vão desejar ter morrido, porque a partir de agora as coisas ficam bem piores. O ambiente terrestre tava um caos, construções destruídas, corpos para todos os lados, fogo em toda parte, fedor insuportável em algumas áreas e desespero. Quem caminhava pelas ruas vias todo tipo de cena, alguns se matando, outros enlouquecendo, tinha gente até brigando, poucos rezando, muitos tinham perdido sua fé, andavam pelas ruas gritando “Deus, cadê você?”, curtos passos, pessoas tontas, desesperadas a procura de algum sinal. A crença de algumas pessoas já era. Bandidos aproveitavam para roubar, alguns matavam apenas por necessidade e outros apenas se calaram em algum lugar. A cena foi se repetindo durante alguns dias, algumas pessoas tentavam se levantar economicamente de novo, mas poucas conseguiam, isso quando outras não atrapalhavam, outros marcavam território e formava gangues para que pessoas não entrassem naquele lugar. Por todo lugar que se ia ouvia-se tiros, via-se mais sangues derramando, a ganância humana ainda aumentava. Foram três dias de apocalipse humana, onde eles mesmo faziam o próprio inferno.

Eles esperaram o tempo suficiente para que os humanos se matassem e se odiassem, era a vez deles se manifestarem, os demônios, anjos que foram expulsos junto a Lúcifer. Eles apareciam em pequenos grupos de três a quatro, espalhados por todo o mundo, chegavam para fazer com que os humanos o obedeçam, demonstrando poder e autoridade.

Uma gangue se formava em um bairro onde estavam se erguendo, pessoas armadas faziam com que inocentes trabalhassem e lhe servissem, caso não obedecessem morriam. Armado eram em torno de doze homens mais três mulheres, totalizando quinze. Faquel, uma das anjas mais irônicas do campo celestial que agora se tornava mais um demônio e linda como todas as outras, se aproximava desse bairro. Dois homem que cuidava da entrada esperando ela se aproximar logo saíram para render ela:

- Ei! Graçinha pode ir parando ai mesmo! – um dos homens falou, e em seguida seu amigo completou:

- O que uma vadiazinha gostosinha como você anda por ai sozinha?

Ela apenas deu um sorriso de canto de boca, e observou todo o lugar.

E um terceiro amigo se aproximou:

- O que aconteceu com ela? Ficou colocando a boca onde não deve e agora não consegue falar? – riu ironicamente.

Ela ergueu sua mão, apontou o dedo para um deles e falou docemente:

- É melhor você calar sua boca, e não me irrite, e vocês outros façam o mesmo!

Eles riram, e apontaram a arma para a cabeça dela e um que se encontrava bem no fundo logo gritou:

- Cale a boca vadia, e é melhor você dar meia volta quer fazer um favorzinho para nós aqui?

Com a arma apontada na cara ela deu mais dois passos, fazendo com que o cano ficasse grudado em sua testa, riu e falou:

- Vocês se acham muito com essa coisa de ferro. O que vocês acham de eu tomar essa arma de vocês e fazer vocês engolirem em cerca de trinta balas cada um?

Logo um se aproximou gritando “Cala boca sua vadia” e em seguida chegou atirando. Antes que as balas atingissem ela, abriu suas asas formando um escudo, os outros se apavoraram e começaram a atirar também em seguida ela abriu suas asas e estendendo sua mão para frente fez com que os quatro fossem arremessados para longe com isso voou até os que se encontravam mais distante tirou sua adaga prata e enfiou na garganta fazendo restar apenas uma mulher, e então ela parou seu ataque e apenas olhou para ela. Ficou com medo, a munição de seu cartucho chegou ao fim, foi recarregar e Faquel balançou a cabeça para que ela não fizesse isso, ficaram alguns minutos se encarando e em seguida a anja foi para cima, voou até ela e parou alguns centímetros de distância. Ela se apavorou, em seguida tirou a pistola e meteu uma bala na testa da anja fazendo com que ficasse cravada em sua testa, mas ela nem se movimentou para trás, apenas riu e rodou fazendo com que a ponta de sua asa cortasse sua garganta. Depois foi em direção aos humanos que ali trabalhavam, muitos davam glória, e se aproximou:

- Deus existe!

Ela riu, se aproximou dele e no tom doce disse:

- Ele existe sim, e ele pediu para mim te dizer exatamente essas palavras ‘vai se ferrar’.

Ela riu, ele ficou espantado e tentou correr, ela apenas observou e na mesma hora outro demônio já chegou rodando, fazendo suas asas parecerem gilete e foi retalhando os que ali trabalhavam, após isso um riu para o outro.

E assim os demônios se espalhavam por diversas partes do globo terrestre, levando caos e o poder deles para todo lado e sem dó de ninguém, a única vantagem é que eles não escravizavam ninguém.

12 – Vocês Não Estão Sozinhos!

Nas ruas se via humanos tentando escapar de demônios, eles não tinham mais escapatória, suas armas eram inúteis, suas forças indesejáveis, apenas um sopro de um demônio matará um humano. Esses anjos malignos já haviam matado em torno de cem milhões de almas, mas nenhuma sendo de algum profeta.

A alma do profeta deixa os demônios mais poderosos, pois a pena celestial que possui neles vai para os demônios, com isso sua capacidade mental aumenta cerca de dois por centos.

De longe se via uma mulher correndo, certamente de um demônio, sem saber o que fazer começou a cruzar esquinas, tentando despistar o demônio mas quanto mais ela corria mais vozes em seus pensamentos apareciam, “Não adiantas correr seu rato, vou te achar em qualquer lugar” até que ela virou a ultima esquina e rapidamente os pensamentos sumiram, quando ela olhou para frente viu um anjo, se assustou, mas esse era diferente, era formoso, alto, aparentava ter uns 1,80m com cabelos grandes, chegando até o ombro, branco e liso, tinha em torno de umas oito franjas jogadas em seu rosto, sua asa era maior e tinha um olhar confiante e dele se ouviu:

- Não se assuste, estou do seu lado, quem anda comigo, nada teme.

A mulher se sentiu mais segura e admirada, e não demorou muito os três demônios que estavam a sua caça apareceram e se assustaram, um deles com a voz tremida, arregalou os olhos e não acreditará no que via:

- Rafael?!?

Com apenas um sorriso de lado, acenou com a cabeça fazendo um sinal positivo. Eles se assustaram, não sabiam o que fazer e então abriram suas asas, parecendo esticar-las, era um sinal de reforço. Logo aparecerá cerca de trinta demônios ao se redor, chegou a demonstrar conforto até que Rafael resolveu falar:

- Kael! Não temas porque não farei nada a você. Se fosse para matá-lo já tinha feito antes de chamar qualquer outro desses anjinhos inúteis, hum, vejo que aumentaram sua capacidade mental, como fizestes? Obra de meu Irmão?

Todos ficaram quietos, apenas se olharam e Kael retrucou:

- Não fale em nome de Lúcifer, vocês estão proibidos disso, e outra, não atacastes nós porque sabes que não é forte o suficiente.

Ele riu ironicamente, em seguida pousa dois anjos ao seu redor, Zacarias e um querubim, e sentando-se em uma pedra que se encontrará ali falou calmamente:

- Não mato vocês porque não tenho ordens para isso, Miguel chegará em breve e ele saberá o que fazer.

Eles se espantaram ao saber que Miguel também estava no meio, Kael ficou intimidado e pediu para que um dos anjos que estavam ali chamasse Anael.

Anel apareceu segundos depois, olhou para todos que estavam ali e avistou Rafael, com raiva foi para cima de Zacarias, em seguida Rafael se levantou e se chocou com Anael antes que ele chegasse em Zacarias, ao se chocarem Rafael lhe acertou com um tapa do lado contrario da palma da mão, fazendo com que golpe levasse Anael a uma distancia de onze metros dali. Todos se assustaram, e então Rafael avisou:

- Acalme-se seu traidor, ninguém vai ferir ninguém aqui até que Miguel chegue e não tente nada, pois se não serei obrigado a te torturar!

Todos ficam parados, apenas encarando-se, e em seguida chegava Miguel, a mulher que ali se encontrava ficou pasma ao vê-lo e não tinha palavras para descrevê-lo. Anael se assustou ao ver aquele arcanjo, alto, aproximadamente 1,85m, cabelos brancos, curto atrás e com as franjas longas até o nariz, seus olhos eram brancos assim como os outros arcanjos. Com todos ali espantados, até mesmo Zacarias e o querubim pois nunca estavam presentes junto a um arcanjo, apenas Rafael com um sorriso humilhante disse:

- Olá irmão! Gostou de sua vida humana? – logo riu.

Miguel vendo o deboche de seu irmão, o respondeu:

- Ola Rafael. Pois é, não foi das melhores, mas soube que a sua foi boa. E então, o que esses anjinhos revoltosos e fracos fazem aqui? – com seu jeito de deboche.

Rafael riu e acenou positivamente com a cabeça:

- Vi essa pobre mulher correndo deles, queriam matá-la. E até então tentaram até golpear Zacarias mas não obterão sucesso. – em seguida riu.

Miguel olhou para eles, invadiu a mente deles e descobriu que era Kael quem queria matar a pobre mulher. Com isso perguntou a Kael:

- Porque querias matar ela Kael?

Kael apenas riu e respondeu:

- Porque estava afim, seres tão inúteis não merecem viver!

Miguel o olhou, riu e disse:

- Então você não merece viver.

Em seguida, se aproximou dele, ficou cara – a – cara, ele tentou recuar dando um passo para trás, ele esticou seu braço fazendo com que a palma de sua mão ficasse em seu peito:

- Desculpe irmãozinho. Você se revoltou contra meu Pai, e se tornou um ser inútil para mim e como você mesmo disse, não mereces viver.

Em seguida o corpo de Kael ficou em chamas, questão de segundos e logo depois virou pó. E Miguel continuou:

- Não haverás guerra celestial, pois não temos permissão para eliminar vocês e Lúcifer ainda, assim que o Anjo da Morte chegar, saberemos – em seguida foi do lado de Rafael e sentou na pedra também.

Foi chegando cada vez mais demônios, e foram ficando ali, vendo que se atacassem seriam impedidos e iam chamando cada vez mais ajuda, porque quando resolvessem lutar eles iriam para cima com tudo, eliminariam todos e sem piedade nenhum deles, até que Anael se manifestou:

- Preparam-se arcanjos, pois quando for para brigar, nós todos não teremos piedade de ninguém e não deixaremos ninguém para trás.

13 – O Anjo da Morte

Miguel olhou para Rafael e fez uma cara de insano, não dava a mínima para o que Anael dizia, afinal, ele nem sabia direito o que estava acontecendo. Mas o que preocupava-os mesmo era Lúcifer, porque não aparecerá até agora? Vendo que os demônios já tinham o planeta em suas mãos, onde está ele?

Já se passavam alguns minutos, vendo a situação, cada vez mais demônios se reuniam ali e também humanos se acomodavam ao redor dos arcanjos procurando segurança, até que Miguel se levantou, deu dois passos para frente e exclamou:

- Ai vem o tão esperando Anjo da Morte, aquele que nos dirá quem devemos punir.

Anael riu, logo virou para os outros demônios e falou confiante:

- Não esperem que ele diga uma só palavra, assim que esse tal Anjo da Morte chegar, vamos matá-lo, não deve ser tão poderosos assim, afinal, nunca vi ele no campo celeste e muito menos ouvi comentários.

Rafael se levantou, Miguel deu mais alguns passos para frente, ansioso, se ouvia as asas batendo no vento, até que se viu um anjo descendo, todos se assustaram, os poucos segundos que pararam para observá-lo viram que já pareciam ter visto ele em algum lugar, Anael arregalou os olhos. Não era diferente, apenas suas asas eram um pouco maior que a dos outros arcanjos, seu cabelo era bem curto, quase careca, também era alto, cerca de 1,80m e na sua mão direita, a foice. Os demônios não pensaram duas vezes e foram para cima, obedecendo a ordem de Anael, era cerca de cinqüenta anjos em cima de um só, ele apenas ergueu sua foice e girando foi acertando todos e depois bateu a ponta no chão, criando um vento onde afastará todos os demônios de seu redor, por fim, estendeu sua mão esquerda com a palma fechada e ao abri-la os demônios simplesmente desapareceram, virando pó. Sobrará apenas Anael, que vendo aquela cena se assustava, mais seus olhos viram aquele anjo por apenas dez segundos até que foi para cima dele, e ele imobilizado apenas observou que ele tirasse sua cabeça fora.

Rafael chegou mais perto da cena, ficando ao lado de Miguel e expressava um sorriso confiante em seu rosto, depois de visto Miguel o cumprimentou:

- Olá meu irmão!

O anjo apenas olhou para Miguel e em seguida foi a vez de Rafael falar algo:

- Olá Gabriel, gostou de sua vida humana? E porque demorastes tanto?

Gabriel se aproximou e respondeu seus dois irmãos:

- Oi Miguel, oi Rafael. Tive uma vida não muito boa mas também não foi ruim – riu e continuou – Demorei pois fui até nosso Pai para ver quais eram as ordens.

Antes que um dos irmãos falasse mais algo, Gabriel viu as pessoas ao redor e apenas virou para eles e afirmou:

- O que fazem aqui? Era para vocês estarem mortos! – quando terminou, todos os corpos das pessoas caíram, mortas.

- E então Gabriel, qual é nossa ordem? – dizia Rafael.

Gabriel se calou e com o dedo indicador apontado para as nuvens e olhando para cima respondeu a pergunta de seu irmão:

- Essa!

Nesse exato momento um anjo posou na frente dos três e com uma cara de decepção olhou para Gabriel. E então vendo aquela cena, Miguel e Rafael ficaram ao lado de Gabriel, até que Gabriel o cumprimentou:

- Como estás Lúcifer?

Ele olhou para os outros dois irmãos e abaixando sua cabeça respondeu:

- Muito arrependido meus irmãos.

Miguel com sua ironia logo o agrediu verbalmente:

- Hum, agora estas arrependido? Não adiantas mais! Se estivesse se arrependido mesmo não teria se escondido perante nossos olhos e sim vindo até nós.

- Mas... – Lúcifer ia falar algo até que Rafael o interrompeu:

- Sem mas seu filho rebelde – sacou seu arco e uma flecha armada, apontou em direção de Lúcifer.

Gabriel apenas colocou a mão na frente do arco e pediu:

- Rafael, acalme-se. Vamos ver o que ele tem para nos dizer.

14 – Lúcifer

“Miguel, pensai duas vezes em fazer isso, saiba que muitos daqui estão comigo, muitos são amigos, e mesmo com tanto amor a nosso Pai, não estás de acordo mas possuem medo de se manifestarem” segundos depois eu vi Miguel vindo para cima de mim com sua espada, saquei a minha e tentei me defender, depois de alguns choques ele me acertará e me expulsava do meio deles.

Enquanto eu caía parei para falar com Zacarias, tentei pedir perdão no que acabava de fazer, ele apenas me ignorou falando que ordem era ordem e disse que nada mudaria, a partir daquele momento começaram a me considerar um traidor.

Cheguei no meio dos humanos através de um povo muito humilde, a família que meu Pai me colocou era um pessoal muito humilde e me tratando com muita dificuldade sem tendo condições financeiras de me sustentar, mas mesmo assim me dando muito amor. O tempo foi passando e achando muito estranho que eu tinha certas habilidades, como, eu conseguia curar algumas pessoas, não importa se eram cegas, mudas, surdas ou deficientes mentais e a partir do momento que me aproximava deles tudo era curado. Pessoas começavam a me seguir, falando que eu era enviado por alguém, que eu era o salvador e chegaram a me matar por isso, porque eu estava tomando o lugar daquele que reinavam. Antes de me matarem eu sabia que havia algo errado, eu era diferente e então comecei a me lembrar de tudo, quem eu era mesmo e o quanto eu me arrependia. Com isso preferi ser morto ‘morto’ mesmo, não queria aquilo e então assim que me crucificaram e me levaram a uma cova e então sumi. Depois disso ouvi os mesmo boatos que todos ouviram.

A humanidade foi evoluindo e através dos anjos que desceram comigo ouvi dizer que meu Pai estava atrás de mim e então sugeriram uma guerra, queriam que começassem a eliminar aqueles que meu Pai enviará. Não aceitei, eles se viraram contra mim e começaram a ditar suas próprias regras, eu realmente estava arrependido, queria ficar sozinho, me escondi porque tive medo, todo filho tem medo do Pai quando ele esta com raiva e aproveitei para me esconder daqueles que desceram junto comigo. Nenhuma catástrofe sequer na terra foi feita por mim, eu ainda tinha alguns que estavam comigo nessa e apenas me informavam, nunca achei que algum celestial pudesse fazer isso além de mim e dos três arcanjos, esses anjos que estão na terra estão muito mais poderosos.

Quando eu soube que meus irmãos estavam no meio das criaturas, resolvi então procurá-los mesmo quando estavam vivendo como eles, mas não obtive sucesso, só quando acordaram consegui sentir a presença de vocês.

Afinal, eu não poderia fazer nada, apenas esperar o grande dia, estou muito ansioso. Para ver o que vai acontecer comigo e com todos que aqui estão, quando me aproximei de você agora Gabriel consegui ver que o único que está atrás do certo aqui, é você. Estou disposto a me redimir e a cumprir qualquer punição e quero que saiba que estou aqui para ajudar, se eu for útil em algo.

15 – Me Desculpe

Assim que Lúcifer terminou de falar, Miguel riu ironicamente e forçado, não acreditava em nada que foi dito pelo seu irmão, se irritou e não agüentou se calar:

- Ah, então você acha que é simples assim? Inventa qualquer baboseira e conta para nós? Qual é Lúcifer, seu merda, você foi expulso e não voltará tão cedo!

Todos ficaram pasmos, Gabriel apenas abaixou a cabeça, sabia que o certo era perdoar seu irmão mas com isso parece que iria ter a raiva de Miguel, e então pediu opinião para Rafael:

- E então Rafael, você que de principio quis atacá-lo, o que achas?

Rafael ficou quieto por alguns segundo, pensou, olhou para Lúcifer, vira que ele não expressava nada, apenas ficou em silêncio, Rafael não sabia o que dizer, se concordasse ficaria a favor de Gabriel caso contrário seu irmão Miguel ficaria com raiva, até que resolveu falar:

- Concordo com você Gabriel. – em seguida calou-se.

Miguel não sabia o que dizer, apenas observou e fez uma cara de espantado, logo virou-se para Gabriel:

- E agora? O que acontece?

Gabriel olhou para seus irmãos, observou o que havia ao seu redor, pegou a túnica que estava jogada em suas costas e pôs em sua cabeça e ficou alguns minutos em silêncio.

Os outros sem saberem a situação apenas observaram, quietos, até que Gabriel abriu a boca:

- Agora? Eu faço o meu trabalho, que é exatamente limpar a sujeira de vocês! – riu em seguida. Abriu suas asas, e saiu voando para cima. Os outros celestiais apenas ficaram parados.

16 – Limpando a Sujeira

Gabriel saiu voando, tinha como objetivo ir para todo o canto do mundo, matar aqueles que não merecem a vida. Quando ele se aproximava de uma cidade as nuvens negras vinham junto, ele descia, dava algumas voltas, nenhum demônio sequer pensava em atacar a Morte, apenas observavam. As pessoas, algumas tentavam pedir ajuda outras ficavam mais apavoradas ainda. Até que ele erguia suas asas e todos os demônios morriam, ele esperava um pouco, via o sorriso das pessoas em suas devidas faces, ria, e então tirava sua foice desaparecia e aparecia bem na frente daqueles que mereciam morrer. Quando se aproximava sussurrava aos ouvidos das criaturas “Venha comigo há alguém te esperando” a pessoa se paralisava e em seguida sentia a foice sendo enfiada bem onde fica o coração, e caia sangrando. Ao terminar sua função, voava até um altura onde conseguia ver a cidade toda e então olhava para as nuvens, estendia sua mão esquerda e rapidamente a abaixava, fazendo com que raios caíssem sobre a cidade. Quando feito, se via apenas entulhos, tudo destruído e algumas pessoas caminhando e então saia para outro lado.

A cena se repetia em todas as partes que ele passava, sobreviviam só aqueles  que aguardavam uma salvação, uma resposta.

Até que passando pelo ultimo local, viu que os demônios tinham armado para ele, como a notícia que o Anjo da Morte se espalhava entre os caídos de acordo que o anjo se movimentava. Pisou com o pé no chão, viu que tinha cerca de dez mil demônios esperando por ele, e já haviam eliminado todos os humanos dali. Ao chegar ouviu que um dos anjos falava com ele:

- Olha só quem está aqui, se não é o Anjo da Morte, ou prefere que te chamamos de Anjo Gabriel?

Gabriel deu uma risada no canto da boca e respondeu sinicamente:

- Você pode me chamar do que quiser, menos de anjo, pois não sou tão medíocre quanto você, então se quiser, pode usar a palavra Arcanjo.

O anjo se irritava, olhou para Gabriel, sacou seu chicote de sangue:

- Que pena que você não vai mais nem poder ser chamado assim. – e logo em seguida gritou – Venham todos aqueles que querem Gabriel morto.

Vários demônios começaram a surgir ao redor, todos armados e com suas devidas armas, sendo faca, espada, arco e flecha, alguns até estavam com revolve, claro, adaptado por eles. Gabriel não demonstrou nenhum medo, até que um demônio foi para cima com um bastão, se aproximando, Gabriel virou e se esquivou e ao mesmo tempo quando o demônio estava atrás dele, levantou a foice e enfiou em sua coluna, só se viu caindo no chão e congelando.

Em seguida Gabriel bateu com a foice no chão, enfiando apenas sua ponta no chão, segundos depois todos começaram a congelar e depois de congelados começaram a evaporar rapidamente.

O Anjo da Morte acabava de cumprir o combinado com seu Pai, passará por todo o canto do mundo e matou todos aqueles que eram para ser mortos e depois retornou ao encontro de seus irmão, se aproximando apenas exclamou:

- Pronto!

Apenas se olharam.

17 – A Lenda Celestial

Quando Gabriel se calou ouviu um homem dizendo:

- Parabéns! Você fez exatamente o que pedimos, estou muito orgulhoso de vocês, principalmente de você Gabriel.

Sem saber quem era ficaram pasmo a olhar aquele homem, nunca virá ele no campo celestial e muito menos na Terra, mas sentiram uma presença forte quando ele se aproximou. Era alto, cerca de 1,75m, um pouco músculo, era careca com um pouco de cabelo, assim como Gabriel e não possuía arma nenhuma. Miguel, já estava impaciente foi logo perguntando:

- Quem é você? – levou cerca de três segundos para que ele respondesse:

- Vocês sabem quem eu sou! Só não estão lembrados.

Rafael deu uma risada irônica, foi se aproximando e apontando o dedo para ele:

- É melhor você dizer quem é você... – Rafael parava de falava, e ele continuava:

- Por quê? O que você vai fazer?

Rafael não conseguia falar, começou a desesperar-se, Miguel fica raivoso até que o homem ordenou:

- Agora você pode falar! – em seguida Rafael, conseguindo falar, abaixou seu tom de voz e perguntou novamente:

- Quem é você? – abaixou a cabeça em seguida.

Ele deu um sorriso e respondeu:

- Eu sou aquele que não é o certo e nem o errado, aquele que te ajuda e te atrapalha, aquele que está do seu lado e contra você, sou o confiável e o traidor, aquele quem te alimenta e faz você passar fome. Afinal o sou o meio termo, sou eu quem tomo minhas próprias decisões se arrependimento, você pode estar do meu lado e contra eu no fim sou eu quem decido o que vou fazer com você.

Lúcifer deu uma risada irônica e falou:

- Gabriel! Então você existe mesmo.

Logo Gabriel olhou para ele e não entendeu:

- Por acaso não está me vendo aqui Lúcifer?

Rafael e Miguel riram, achando que ele enlouquecera.

Então o homem voltou a falar:

- Lúcifer está certo, me chamo Gabriel, o irmão do pai de vocês.

Logo os arcanjos levaram um susto e lembraram de ter ouvido boatos no campo celestial sobre um tal irmão do Pai deles mas nunca chegaram a acreditar, aquilo tinha se tornado uma lenda ou uma mentira feita por aqueles que eram fracos que tinham medo de enfrentar nós, amedrontavam sobre uma tal lenda, que se os arcanjos fizesse mal a algum anjo seriam punidos não pelo seu pai mas sim pelo seu tio. Em seguida se olharam e riram e exclamaram juntos:

- Você está de brincadeira!

Logo o tio deles começou a explicar:

- Sou eu mesmo, afinal, porque acha que você existe Gabriel? Foi eu quem te colocou nessa história toda. Eu não queria aparecer, afinal, as criaturas ficariam sabendo sobre dois deuses e acabariam criando mais confusões, tomei a decisão de não aparecer e então criei minha imagem. Era para ser só Miguel e Rafael. O guerreiro e o curador até então que fiz a proposta para meu irmão, falei que faria a minha imagem e também teria uma forma humana para ficar no meio das criaturas. Quem você acha que te salvou daquela briga no beco em Rafael? Lembra? Tava você e seus amigos voltando da festa até que cinco caras foram roubar vocês, ai apareceu um homem e deu uma surra neles? E você Miguel, quando roubou a loja de carros? A policia estava atrás te perseguindo e de repente não estava mais? Fui eu quem distrai ele. Gabriel, Gabriel, quem você acha que comunicava com você? Porque sempre foi diferente? Culpa minha. Já você Lúcifer, foi um teste, que nem as criaturas, fizemos você para cuidar dessas criaturas e logo você se rebelou? Mas chegou a hora de tudo voltar como era antes, chegou o fim. Vão para casa, seu pai vos esperam.

Em seguida, os três arcanjos mais Lúcifer sumiram.

18 – Que Assim Seja.

Gabriel começou a caminhar, chutando pedras e sussurrando:

“Hoje é o grande dia para vocês humanos que conseguiram sobreviver, vocês serão exemplos para os próximos, a partir de hoje vocês se tornam anjos, anjos da guarda, pobre foi aqueles que se revoltaram, que não possuíam crenças e nem um pouco de fé. Vocês se tornaram o orgulho de vosso Pai, vão, vão para o lugar que tanto espera vocês, há uma grande festa acontecendo com grandes farturas e em seguida assista a criação dos novos seres, cujo, vocês o guiaram”.

De acordo que ele sussurrava as pessoas ouviam, assim que parou de falar foi desaparecendo de um em um, até que o planeta Terra estava vazio. Só tinha um celestial lá. Então ele olhou para cima e disse:

- Irmão, o que tinha de acontecer aqui acaba hoje. Nós conseguimos.

Em seguida ele sumiu, vivia ali agora só seres puros, que possuem respeito com si próprios e com a natureza. Naquele planeta todo, restaram apenas animais.

GLMSMS 3192