CONFESSO QUE VI E VIVI

CONFESSO QUE VI E VIVI

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Memórias de um evangélico pentecostal, certa tarde fui convidado para ir a uma campanha de oração cuja direção estava a cargo da esposa  de um Pastor.

A casa humilde, na sala se amontoava homens e mulheres, alguns hinos foram entoados pelos presentes e após todos se prostaram de joelhos a orar.

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De repente a dona da casa e, dirigente da campanha começou a emitir gemidos lancinantes, ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, parecia que fora presa de uma tristeza profunda, ou estava a sentir uma forte cólica renal.

Os gemidos eram entrecortados por soluços. ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Continuamos a orar e, após algum tempo, fomos instados a ficar de pé, mais uma vez louvamos, momento que as irmãs e irmãos perderam o controle sobre o movimento de seus corpos, e ai algumas passaram a rodar como pião, outras davam socos no ar, outras se puseram a marchar, os pés batiam no chão que mais parecia uma cavadeira, tal a força de suas batidas estas irmãs marchadeiras tinham seus braços estendidos para frente efetuando um movimento de vai e vem e suas mãos abertas a golpear o ar, mais parecia que estava  a se travar uma batalha de artes marciais, ao dar o golpe no ar elas rodavam o corpo e, eu ali de pé, sem ter para onde correr ou me desviar daqueles golpes, fui acertado em cheio na cabeça.

As irmãs e irmãos repetiam cada qual a seu modo uma frase desconexa, um falava chacarabaraia, outro falava balabalabalaia, outro falava subrianda, outro falava clamanaias e vai por ai a fora o interessante é que era sempre a mesma frase, somente uma frase. Eram as famosas línguas estranhas, observe que estas línguas só tinham uma palavra e nada mais.

No meio daquele tumulto e, após ter sido atingido, parou na minha frente uma irmão de meia idade, parecia que estava com raiva tal o seu tom de voz e, me ordenou ajoelha ai, apontando para o chão, o local onde eu deveria ajoelhar, ora posso ser leso, mas não sou besta me lembrei na hora da pancada na cabeça e resolvi obedecer sem questionar, ai foi um tal sai demônio, sai capeta, desaloja, que parecia uma eternidade, após já de pé aquela “abençoada” passa a profetizar sobre a minha saúde, e diz” Deus acaba de te curar do seu coração, amem”.

Ocorre que há pouco mais de uma semana eu havia sido submetido a uma bateria de exame cardiológico inclusive cateterismo e o resultado apontou que minhas coronárias e meu coração estavam a gozar da mais perfeita saúde.

Pouco mais de vinte minutos havia se passado e, veio uma outra irmã rodando, rodando, para na minha frente e gerando toda uma expectativa nos que ali se encontravam falou para mim Deus me mostra que neste momento esta lhe curando do coração.

Acaso eu não houvesse sido submetido à bateria de exames médicos até acreditaria, tal o clima que se formou naquele lugar, ora os exames foram claros, eu só tenho um coração, e fui curado duas vezes no mesmo dia e no mesmo lugar.

Por acaso Deus cometeu um erro de procedimento clinico cirúrgico na primeira cura e, por isso necessitou efetuar o segundo procedimento no meu coração?

Esta pergunta somente àquelas irmãs podem responder.

Línguas estranhas sem interprete não edifica a igreja, e se é uma língua dotada de apenas uma palavra não pode ser considerada como língua estranha proveniente do céu.

A impressão que tive dado a tudo que vi e vivi naquela tarde, sem querer emitir pré-julgamento, é que aquela dita campanha estava sob o comando de pessoa desajustada, descontrolada, sem, domínio próprio, há que se levar em conta que os iguais se atraem.

Escrevo esta minha triste experiência como um grito de alerta, para que você não acredite em tudo que brilha, pois nem tudo que brilha é ouro, nem todo aquele que se diz santo é santo.

Sua Fé é um tesouro que há cada dia deve crescer e fortificar, quando fui convidado para a campanha, à pessoa que me formulou o convite entoava em alta voz, que aquela campanha era fogo puro, que ali se ouvia a voz de Deus, que ali se realizava milagres e maravilhas, enfim era um pedaço do céu.

Você quer ouvir a voz de Deus, entre em seu quarto em silencio, em segredo, e ore, pois por certo o Senhor te ouvira e respondera.

Ali você estará a salvo de profetadas, pancadas, bofetadas, e pisões nos seus pés.

Você não precisa de intermediário para se fazer ouvir por Deus, tampouco Deus necessita de estafetas, ou ofice-boy para falar contigo.

Os Jovens terão visão os Velhos terão sonhos.

Sua relação com Deus é personalíssima.

Guarde a sua fé, não permita que pessoas que você sequer conhece o testemunho de vida utilize de sua fraqueza emocional e passe a profetar em sua vida.

Até porque a maioria dessas pessoas que tem o habito de sair profetizando a torto e a direito, ou aquelas que pulam, gritam, rodopiam, e falam línguas inconclusivas, vivem afligidas por dividas, quando não por dividas, por problemas de relacionamento conjugal, ou por problemas de relacionamento com parentes e vizinhos, estas pessoas não tem benção, não tem santidade, vivem em guerras intermináveis e na mais completa miserabilidade.

Ouviram a palavra mais não se converteram, mascaram a dureza de seus corações, quando falam em coração contrito e aquebrantado.

Praticam a arte da profetada na espera que os incautos movidos por sentimento de gratidão as abençoe com algum dinheiro ou algo de valor.

Redigido pelo: Bispo Mauricio Cleudir Sampaio

Advogado-Jornalista