1. INTRODUÇÃO
Hormônios sintéticos (utilizados para induzir e/ou acelerar o trabalho de parto) podem interferir na rede hormonal e interromper o encadeamento fisiológico e a seqüência do parto. Hormônios sintéticos causam efeitos físicos em determinada parte do corpo, mas não atuam no comportamento como os hormônios produzidos pelo próprio cérebro, além de possuírem uma ação isolada, não sendo regulados de acordo com o que está acontecendo no resto do corpo da mãe e do bebê.
Quando é ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto, o número de receptores de ocitocina no útero é reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso. Isso significa que a mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores.
A ocitocina materna atravessa a placenta e entra no cérebro do bebê durante o trabalho, agindo para proteger as células cerebrais fetais “desligando-as” (o cérebro do recém-nascido é bem mais resistente à ausência de oxigênio quando seus neurônios estão adormecidos graças ao hormônio materno) e diminuindo o consumo de oxigênio em um momento em que os níveis de O2 disponíveis para o feto são naturalmente baixos. Portanto, o hormônio materno prepara o feto para o parto, aumentando a resistência dos tecidos à falta de oxigênio e ao trauma do nascimento. A ocitocina sintética, porém, não tem a capacidade de atravessar a parede placentária, e não atingirá o organismo do bebê. Esse fato deverá trazer algumas consequências adversas para o recém-nascido já que o consumo de oxigênio em seu cérebro não irá diminuir.
O interesse pela pesquisa deve-se ao grande número de partos que atualmente são induzidos por hormônios sintéticos, às vezes sem o conhecimento da gestante, isso poderá causar várias reações adversas para o bebê no momento ou após o parto. Neste trabalho será discutido algumas intervenções que podem ser feitas para que não haja danos para o recém-nascido.
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo da pesquisa é conhecer o papel da ocitocina no metabolismo do bebê e da gestante e discutir algumas intervenções que podem ser feitas para diminuir os problemas causados pela aplicação de hormônios sintéticos.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os efeitos adversos do uso de ocitocina em gestantes no momento e após o parto, conhecer os problemas que atingem o bebê devido à aplicação desse hormônio e discutir possíveis soluções.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A ocitocina é responsável pela contração da musculatura do útero durante o parto e a contração da musculatura lisa das glândulas mamárias durante a amamentação. Esse hormônio pode ser utilizado para induzir o trabalho do parto.
Segundo Ziegel (1985) “quando a ocitocina é empregada para intensificação do trabalho de parto, o útero pode ser muito sensível e suscetível à droga. Somente uma pequena dose da droga pode ser necessária para produzir contrações efetivas”.
Nyberg, citado por Koehler[1] (2009), afirma:
“Durante o período pré-natal, o cérebro do bebê está mais vulnerável a danos irreversíveis e estudos indicam que substâncias ministradas por volta da hora do parto, mesmo em pequenas doses, podem causar efeitos colaterais na estrutura do cérebro e na química do recém-nascido que talvez não sejam claros até a idade adulta”.
Algumas consequências dessa aplicação pode ser evidenciada quando se utiliza a ocitocina por infusão intra venosa para a indução do parto ou para o estímulo das contrações, a sua administração em doses excessivas produz um superestímulo uterino que pode causar sofrimento fetal, asfixia e morte, ou pode conduzir a hipertonicidade, tetania ou ruptura uterinas.
Para que o trabalho e o parto aconteçam de forma ideal, algumas medidas simples podem ser tomadas, que permitem que o sistema límbico (parte primitiva do cérebro, comum a todos os mamíferos) faça o trabalho de produção dos hormônios necessários ao parto e ao imprinting no cérebro da mãe e do bebê. O neo-cortex humano - a parte mais racional e moderna do cérebro, que quando em ação impede o perfeito funcionamento dos comandos do sistema límbico, que comanda as funções fisiológicas previstas para o parto - é estimulado por luzes fortes, pela construção de um raciocínio por meio da linguagem, pelo frio (libera adrenalina), e pela sensação de estar em risco. Evitar todos esses fatores é a condição básica para que o parto seja facilitado, e que o corpo coloque em ação o modelo fisiológico previsto para um parto seguro e prazeroso.
4. METODOLOGIA
Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica a partir de livros e artigos científicos de forma exploratória. O delineamento do estudo consistiu primeiramente na determinação dos objetivos, onde foi apontado o problema e a pesquisa bibliográfica foi escolhida como técnica para a obtenção dos dados necessários para fornecer a resposta requerida.
Em seguida foi elaborado o plano de trabalho para orientar os procedimentos seguintes correspondentes ao desenvolvimento que se pretendia dar à pesquisa. Depois foram identificadas algumas fontes capazes de fornecer respostas adequadas à solução do problema proposto e foi feito a leitura do material.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. ed. 3. São Paulo: Editora Atlas S.A. 1996,
KOEHLER, Letícia. O perfeito e delicado sistema hormonal do parto. Disponível em: <http://guiadobebe.uol.com.br/parto/sistema_hormonal_do_parto.htm>. Acesso em: 04 de Novembro de 2009.
ZIEGEL, Erna E. Enfermagem Obstétrica. Ed. 8 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A.,1985. p. 417.
[1] KOEHLER, Letícia. O perfeito e delicado sistema hormonal do parto. Disponível em: <http://guiadobebe.uol.com.br/parto/sistema_hormonal_do_parto.htm>. Acesso em: 04 de Novembro de 2009. 5