Crise na Europa - Os PIIGS dão as boas vindas a Hungria

Por: Celso Cardoso

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A crise na Europa parece ganhar mais um capítulo e os PIIGS mais uma letra: a “H” de Hungria. No dia 04 de junho fortes rumores apontavam para um possível “default”, termo técnico utilizado para designar um calote na dívida, da Hungria devido a um déficit fiscal da ordem de 7,5% do PIB. Os mercados reagiram rapidamente e o BOVESPA caiu 2,01% depois de abrir estável.

A pergunta que os investidores fazem é até onde a crise vai chegar ? Ressabiados com a recente crise do subprime nos EUA, os investidores estão provocando fortes oscilações no mercado e esse aumento de volatilidade deve se manter pelo menos até o fim da Copa do Mundo. No último dia de Maio o IBOV alcançou os 63.000 pontos, mas sem força para seguir adiante voltou para os 61000 pontos e vem oscilando nesta estreita faixa até hoje. Os analistas técnicos chamam esse tipo de formação de movimento de acumulação. Quem sabe na batida dos tambores africanos e ao som ensurdecedor da vuvuzelas o mercado não toma um rumo “para o alto e avante”.

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Voltando ao cenário europeu, vemos que os principais países credores – Alemanha, França e Grã-Bretanha – passam a impressão de não estarem muito interessados em resolver essa crise sem que Grécia e parceiros de crise promovam profundas reformas em seus sistemas financeiros. A Alemanha que já puxa a fila e dá o tom com 15.000 demissões no funcionalismo público (essa moda podia pegar aqui na Terra Brasilis) e redução de 40.000 postos nas forças armadas. Na Inglaterra o novo primeiro-ministro já começa com uma batata quente nas mãos e anuncia fleumaticamente que é tempo de apertar os cintos. A França até bem pouco tempo atrás teve que lidar com revolta social quando mexeu no sistema de previdência pública. O pacote aprovado até o momento é da ordem de 650 bilhões de dólares, cerca de 500 bilhões de euros para blindagem do euro. Acho pouco, muito pouco se compararmos com o pacote aprovado pelo congresso americano durante a crise do subprime que foi da ordem de 1 trilhão de dólares (770 bilhões de euros). Os americanos montaram esse plano para salvar o sistema financeiro e até hoje os EUA não voltaram aos níveis pré-crise. A crise na União Européia envolve seis países e outros dez estão na fila para colocar suas iniciais na sigla que vai acabar virando nome de vulcão da Islândia. Ficamos então com menos dinheiro e mais países em crise isso sem contar com a resistência alemã em abrir os cofres incondicionalmente. Pelo andar da carruagem acho que ainda voltaremos a esse assunto nas newsletters seguintes.

Na semana que vem abordaremos a visão FOREX para os pares EURO x DOLAR e DOLAR CANADENSE x DOLAR AMERICANO.

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