Para entender o momento tecnológico em que vivemos:
A compreensão pessoal do mundo parece se construída, cada vez mais, por conteúdos midiatizados que dilatam os horizontes espaciais, pois não é mais preciso estar presente fisicamente nos lugares onde fenômenos observados ocorrem. Tanto evento empolgante ou arrasadores podem ser assistidos ao vivo no conforto da casa dos telespectadores. Assim como se pode graduar em cursos originários de outros países. Enfim, o desenvolvimento das mídias modificou o sentido de pertencimento dos indivíduos, que passam a se cosmopolitas – ou cidadão do mundo. Os lugares anteriormente remotos estão agora ligados a redes globais e com o desenvolvimento das TIC a velocidade da comunicação se torna virtualmente instantânea. O mundo parece um lugar cada vez menor. (HACK, 2009 p.30)
E o ensino parece estar caminhando para este mesmo sentido, e nas últimas décadas, a EAD tomou um novo impulso com a integração de tecnologias tradicionais de comunicação como o rádio e a televisão associados aos materiais impressos enviados pelo correio, o que favoreceu a disseminação e a democratização do acesso à educação em diferentes níveis, permitindo atender a grande massa de alunos:
“Educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais” (Moore e Kearsley,. 2007 p.23).
É importante compreender que os desafios da EaD são congruentes com os desafios do sistema educacional em sua totalidade, cuja análise implica em analisar que educação se pretende realizar, para quem se dirige, com quem será desenvolvida, com o uso de quais tecnologias e quais as abordagens mais adequadas para acelerar o processo de inclusão social da população brasileira.
A importância da leitura é de um valor incalculável para o crescimento de um cidadão em meio há sociedade e para a sua vida em todos os aspectos. A leitura leva ao acesso de bens culturais, que o próprio ser humano proporcionou no decorrer da história, e ela deve ser vista como um dos principais instrumentos que permite ao ser humano situar-se com os outros, de discussão e de crítica para se poder chegar ao seu sentido exato. Podemos ver a leitura como condição de um instrumento de conscientização, quando diz respeito aos modos como a sociedade trabalha, em conjunto, repartida em segmentos diferentes ou composta de indivíduos singulares, se relaciona para uma produção cultural ou para outras manifestações necessárias que se envolvem socialmente.
A exposição à mídia e as novas tecnologias nos dias atuais é inevitável. Por aonde vamos e mesmo que não saíamos do lugar, há algum instrumento de informação e comunicação pronto a nos mostrar qual a mais nova notícia do dia, todo tipo de notícia que possamos imaginar desde uma propaganda de um produto em uma loja, há uma notícia de um acidente em nossa cidade entre tantas outras mensagens que somos expostos. (POOTTER, 2004):
Em 1984, Peter Large computou que havia sido produzida mais informação no período de 30 anos desde 1954 do que nos cinco mil anos anteriores a essa data. Segundo John Naisbitt, ainda em 1984 calculava-se que os textos sobre informação técnica e científica duplicam de volume a cada 5 anos e meio e que nos anos 1990 esse número se aceleraria para cada 20 meses. A metade dos cientistas que já viveram a Terra, em 2004, estava viva e produzindo informação. (op.cit.,p.5)
Vemos aqui um exemplo que as informações cada vez mais vão aumentando e como transformar todas estas informações em conhecimento? Pois muitos não sabem o que fazer com tanta informação e muito menos consegue ter um olhar mais criterioso sob o ponto de dizer esta é uma informação verdadeira e está é falsa. O cidadão comum, segundo Potter (2004), está exposto a uma média de 300 anúncios por dia, há maioria deles não solicitada pelo ouvinte/destinatário. É um volume muito grande para que prestemos atenção da tudo como se estivéssemos em concentração total: enquanto essas mensagens vêm, desenvolvemos muitas atividades simultaneamente.
Com todas essas informações expostas o que realmente precisamos captar? O que é mais importante para mim? O conteúdo destas informações midiaticas na sua maioria são curtas, rápidas e superficiais. Começamos a viver em um mundo da representação do mundo virtual tudo em torno da mídia:
A mídia não oferece uma janela transparente para o mundo. Ela oferece canais pelos quais as imagens e representações do mundo podem ser comunicadas indiretamente. A mídia intervém: ela nos dá versões seletivas do mundo em vez de dar acesso direto a ele. (BUCKINGHAM, 2005, P.3).
A maior dificuldade em ter a mídia próxima e bem expressa, como diz os pesquisadores e educadores mais recentes é que ela pode se tornar um grande problema é deixar a mídia invadir as casas e comandar as vidas dos cidadãos comuns, numa espécie de piloto automático.
REFERÊNCIAS:
BUCKINGHAM, David. Media Education – literacy, learning and contemporary culture. Cambridge-UK: Polity, 2005.
DELORS, Jacques e outros. Educação um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Interacional sobre Educação para o século XXI. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
HACK, Josias Ricardo. Gestão da educação a Distância. Grupo UNIASSELVI INDAIAL , 2009
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a Distância. Disponível em:
<http//www.eca.usp.br/prof/moran>.Acesso em: ago.2007.