Tenho um desejo de realização ser feliz com meu trabalho. E este ser feliz inclui ter poder de decisão sobre ele, fazê-lo à hora que eu bem entender e com a dinâmica que eu quiser.
Assim pensando resolvi largar meu emprego e começar a trabalhar em casa. Bem não posso dizer que seja esta a chave da máxima apresentada acima. A gente se ilude acreditando que vai poder deletar tudo o mais a sua volta e só fazer as coisas do seu jeito e quando quiser.
Trabalhando em casa eu tenho o calendário do mês: dia tal buscar remédios do meu marido e dos meus pais; outros dias acompanhar minha mãe às compras, em outros, pagar as minhas próprias contas, mas a frente levar a medição de oxigênio ao Centro de Saúde. Às quartas-feiras aproveitar os preços baixos do supermercado. Mas isto é só o calendário do mês, tenho a casa (esta super relegada diante do corre corre da vida), o almoço, a roupa, os cuidados com meus pais, a atenção ao meu marido. E olha que não tenho filhos e meu marido é super companheiro!!!
Mas a isto! A gente se adéqua, trabalha mais em alguns horários do dia: noite e madrugada, compensa em alguns dias da semana: sábado e domingo! E vou seguindo, porém mais descontraída e menos escrava da estrutura massacrante da semana 2ª a 6ª, ou sábado, ou domingo. Do horário controlado de entrada e saída no emprego, do controle do chefe, dos colegas de trabalho, do relógio de ponto.
Mas o que realmente massacra em trabalhar dentro de casa é a solidão. A falta do ambiente de trabalho faz falta. Sinto falta dos amigos, dos almoços nos restaurantes, das intercorrências, a adrenalina das respostas ao imediato. Pena que tudo venha em dose tão cavalar e concentrada. Mas, se tenho que escolher fico com a opção do trabalho em casa.
Acho que o problema está mais na dosagem do que no formato. Todo santo dia aquela rotina: acorda, toma banho, toma café, sai atrasada porque ficou curtindo o despertar com a casa e o marido. Arrocho no transporte, correria para compensar o pouco de prazer que se deu ao acordar, ao olhar a rua e o céu azul da manhã. Chega no trabalho e lá vem a pedreira, as demandas, as correrias, parece a maldição: agora você é minha, sua alma é nossa!!!
Mas com todos estes aborrecimentos dá para olhar ao redor e sentir saudades, pois como eu disse acima o problema era mais de quantidade do que de qualidade. Apesar que esta qualidade também
Sheila Duarte
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