EU SOU UM PASTOR. EU AMO A IGREJA.
A frase em epĂgrafe escutei dos lábios de um dos maiores teĂłlogos do mundo, o suĂço Jean-Jacques Von Almen autor do renomado livro “O Culto CristĂŁo”.
Estávamos vivendo anos conturbados. A ordem social estava fora dos eixos e os militares haviam assumido o poder no Brasil.
Ele estava fazendo uma conferĂŞncia na Faculdade Metodista de Teologia em Rudge Ramos, SĂŁo Paulo.
Quando chegou a oportunidade para perguntas, o teólogo foi bombardeado com as mais amargas criticas à atuação da Igreja naquele momento.
Ele ficou em silencio durante algum tempo e, de repente, começaram a surgir lágrimas em seus olhos. O auditório, atônito, silenciou. Ele, então, proferiu aquela frase que ficou gravada para sempre em minha mente:
“Je suis un pasteur, J´aime l´Eglise”. (Eu sou um pastor, eu amo a Igreja).
Qualquer pessoa honesta, com uma visĂŁo global, nĂŁo deixa de notar que a Igreja hoje tem muitos defeitos, que a maioria dos pastores tem terrĂveis falhas, que o programa das congregações está aquĂ©m do que deveria ser mas, mesmo assim, eu repito a frase de Von Allmen:
Eu sou um pastor. Eu amo a Igreja.
Quando viajo por terra, passo por cidades, vilas, povoados e sĂtios. Em muitos desses lugares vejo igrejas construĂdas ora grandes, ora minĂşsculas, e sempre repito baixinho:
“Glória ao Teu Nome, Senhor”.
NĂŁo podemos ser inquisidores, nem inspetores de controle de qualidade. Temos que ser gratos a Deus porque, mesmo em meio a tantas divisões, dissensões, confusões de idĂ©ias e de doutrinas…
… a Igreja permanece!
Linda, maravilhosa, imbatĂvel, vitoriosa, gloriosa.
As portas do inferno nĂŁo prevaleceram contra ela, nem prevalecerĂŁo jamais.
Eu amo esta virgem queimada do sol, morena, descalça, empoeirada, confusa, lutadora.
Eu amo esta plêiade de heróis, de guerreiros feridos, de gente teimosa que não se deixa vencer pelas intempéries, nem pela sanha do inimigo.
Eu te amo, Igreja do Senhor, resgatada pelo seu precioso sangue.
Amo teu futuro, quando adentrares os portões da glória.
Quem sou eu para não perdoar teus erros, teus pecados, tuas transgressões, teus defeitos.
SĂł posso repetir sempre:
Eu sou um pastor. Eu amo a Igreja.
Fico com Paulo. Creio que estas palavras que ele escreveu sĂŁo pertinentes para os dias que estamos vivendo:
“Em tudo somos atribulados, mas nĂŁo angustiados; perplexos, mas nĂŁo desanimados. Perseguidos, mas nĂŁo desamparados; abatidos, mas nĂŁo destruĂdos” (II CorĂntios 4.8,9).
Somos a Igreja do Senhor. É através de nós que o Senhor mostra sua glória ao mundo espiritual, conforme está escrito em Efésios 3.10:
“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”.
EntĂŁo, meu irmĂŁo, entenda uma coisa muito importante. Apesar das crĂticas, das rejeições, das perseguições, das tentativas de aniquilá-la, a Igreja permanecerá para sempre, enquanto o sol se levantar e se por.
GlĂłria a Deus porque ela Ă© indestrutĂvel.
Enquanto existir mundo, sempre haverá um povo que deixará o aconchego do seu lar para se dirigir a algum lugar de reunião onde algo que parece rotina se repete dia após dia, semana após semana, ano após ano.
Nunca deixará de existir um povo que se sentará em algum lugar confortável ou não para ouvir falar de Bartimeu, de Zaqueu, da Mulher Samaritana, da Mulher com o Fluxo de Sangue ou da Crucificação.
Sempre existirá um povo que se sentará para aprender os mesmos conceitos que, misteriosamente, quanto mais sĂŁo repetidos, mais novos parecem. Na Universidade da Igreja, aprendemos sempre que…
1. A BĂblia Ă© a Palavra de Deus.
2. O Senhor nos ama.
3. Jesus Cristo salva, cura, batiza com o EspĂrito Santo e voltará.
4. A salvação é para todo aquele que crê.
Sinto-me feliz de viver no Ocidente, pois sempre existirá uma igreja com um lugarzinho para eu me sentar, cantar um louvor e ouvir uma palavra. É terrĂvel saber que existem tantos lugares onde os crentes nĂŁo tĂŞm liberdade para adorar a Deus.
Obrigado, Senhor, por tua Igreja, por minha Igreja!