Filosofia - Apostila

FILOSOFIA

ANÚNCIO

ENSINO MÉDIO

1.ª Série

ANÚNCIO

Prof. Silvano

ANÚNCIO

PORQUE ESTUDAR FILOSOFIA

O estudo da Filosofia pode nos proporcionar condições seguras para, de modo racional, fazermos uma crítica a uma determinada realidade, sistema, objeto ou situação.

É aí que reside a atitude do ser humano de senso crítico, aquele que faz uso da razão, isto é, procura descobrir o que está escondido pelas aparências do cotidiano.

A Filosofia exige coragem para ir, a fundo, na busca da verdade e aceitar o desafio da mudança.

Introdução à Filosofia

A palavra FILOSOFIA é formada por dois radicais gregos: Filo=amigo e Sofia=conhecimento.

Filosofia é, também, o exercício da indagação. É o fruto da necessidade de conhecer e apreender a realidade em seus mínimos detalhes.

Filosofar envolve uma mudança de atitude diante da vida, descartando as explicações que nos foram impostas como verdadeiras.

Passamos a ver o mundo de forma diferente, com um olhar mais atento e crítico, procurando conhecer além dos aspectos superficiais das coisas e também sua razão de ser, aproximando-nos de uma condição de vida mais livre.

Como Filosofar

O método da Filosofia é uma reflexão, mas não é uma reflexão qualquer. A reflexão filosófica compreende três etapas, a saber:

RADICAL: é preciso que se vá até as raízes do problema, até

seus fundamentos. Uma reflexão em profundidade. Abandonar o dogmatismo do senso comum e buscar as causas do problema.

RIGOROSA: deve-se proceder criticamente, colocando-se tudo em dúvida. Ir além das aparências, numa palavra, ser cético.

DE CONJUNTO: o problema não pode ser examinado ou analisado de modo parcial, isto é, é necessário avaliar a totalidade do fato, somente após isso feito é que podemos concluir alguma coisa.

Atitudes que nos Levam ao Filosofar

ADMIRAÇÃO: é quando estamos diante de uma situação diferente, inesperada, temos uma atitude de admiração e esta atitude é o ponto de partida para o ato de filosofar, pois nos leva a descoberta de nossa própria ignorância e aos questionamentos.

DÚVIDA: a dúvida é companheira dos homens em momentos cruciais de sua existência e para a Filosofia é o ponto de partida para uma reflexão profunda, tentando chegar às raízes dos problemas.

INSATISFAÇÃO MORAL: é a insatisfação das pessoas com os costumes e/ou atitudes (regras de convivência, leis, formas de governo, evolução da ciência, etc.) que as cercam também levam ao filosofar.

A FILOSOFIA E OUTRAS FORMAS DE CONHECIMENTO

Existem muitas formas de conhecimento, os seres humanos têm explicações variadas para os diversos fenômenos de sua existência e essas explicações são buscadas para proporcionar maior segurança ao homem diante do mundo. O conhecimento é uma forma de compreender a realidade.

Mito: é uma forma de explicação que tem validade apenas entre o grupo cultural em que surge. Geralmente e composto de explicações fabulosas, não tem nenhuma ligação com a realidade e nem com a verdade e nem com a racionalidade dos fatos; e não é passível de questionamentos.

Religião: a forma de conhecimento religioso possui uma sistematização e organização aceitas por aqueles que têm fé em determinada crença. As religiões possuem códigos de conduta (Ex.: Os Dez Mandamentos) e líderes que ditam o comportamento e a compreensão da realidade a seus fiéis.

Senso Comum: é um conhecimento a partir do cotidiano, que não exige maior aprofundamento ou investigação. É um conhecimento superficial, isto é, conclui a partir das aparências, e está imediatamente relacionado ao Mito e à Religião.

É um conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos.

Trata-se de um conjunto de idéias que nos permite interpretar a realidade.

O senso comum, porém, não é refletido e se encontra misturado a crenças e preconceitos. É um conhecimento ingênuo [não-crítico], fragmentário [assistemático], e muitas vezes sujeito a incoerências] e conservador, isto é, resistente a mudanças.

O senso comum nos remete ao Filósofo Herbert Marcuse, da Escola de Frankfurt, que denunciou a criação do chamado homem unidimensional: um indivíduo que consegue ver apenas a aparência das coisas, nunca indo até a sua essência. O homem unidimensional é conformista, consumista e acrítico. Ele se sente feliz porque a mídia lhe diz que ele é feliz e, quando se sente triste, vai ao shopping, fazer compras.

Senso Crítico: é uma forma de conhecimento aprofundado sobre a realidade, isto é, é fundamentado em fatos empíricos e/ou teóricos, pelo primeiro é comprovado pela experiência e por este último através fundamentação teórica.

O Senso Crítico vai além das simples aparências do cotidiano.

Ciência: também é uma forma de explicação racional, possui método e pretende ser profunda em suas explicações. A diferença em relação a Filosofia está na existência de um objeto de estudo definido.

Filosofia: por ser uma explicação racional, pode atingir a todos os seres humanos. Por isso, ela se preocupa em ter uma sistematização, um argumento que seja capaz de expressar a reflexão feita sobre a realidade, de maneira profunda que ultrapasse as narrativas do Mito.

ÁREAS DA FILOSOFIA

Assim como outras áreas do conhecimento, a Filosofia possui também suas divisões, a Filosofia é dividida em:

- A Razão: é a faculdade de pensar corretamente e discernir. Está ligada à Lógica.

- Lógica: estudo da forma e da estrutura; procura o método correto de raciocínio.

- Ontologia (ou Metafísica): é o campo da Filosofia que estuda o SER enquanto ser.

- Teoria do Conhecimento: dedica-se ao estudo das possibilidades do conhecimento humano.

Estas áreas acima são as áreas-base da Filosofia, que sem as quais não é possível ter um entendimento abrangente das demais áreas.

A Razão

Razão é um termo que vem do Latim: Ratio. Que é a faculdade de julgar e/ou pensar, que caracteriza o ser humano, isto é, a capacidade de distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal, ou seja, ter bom senso. “E esta faculdade é naturalmente igual em todos os seres humanos”. Conforme o Filósofo francês Descartes (1596-1650), em seu “Discurso do Método”.

Princípios Racionais

Desde o começo, a Filosofia considerou que a Razão opera seguindo certos princípios estabelecidos e que estão de acordo com a realidade, mesmo quando os empregamos sem conhecê-los, nós os respeitamos porque somos seres racionais e porque são princípios que garantem que a realidade é racional. São eles:

- Princípio de Identidade: “A” = “A” ou “O que é, é!”. Este princípio afirma que um SER só pode ser conhecido e pensado se for percebido com sua identidade.

objetos e possamos conhecê-las a partir de suas definições.

- Princípio da Não-Contradição: “A” é “A”, e é impossível que seja, ao mesmo tempo, e na mesma relação, “Não-A”. Este princípio afirma que as coisas e as idéias contraditórias são impensáveis e impossíveis.

- Princípio do Terceiro Excluído: ou “A é X ou é Y e não há terceira possibilidade”. Este princípio define a decisão de um dilema – ou é isto ou é aquilo – e exige que apenas uma das alternativas seja a verdadeira.

- Princípio de Causalidade: este princípio afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma causa para existir ou para acontecer. Ele pode ser enunciado da seguinte maneira: “Partindo de A, necessariamente, houve B”. Ou “para ter acontecido B, houve A”.

Atividades Racionais

As Atividades Racionais dividem-se em três conceitos, a saber:

a) Intuição: é uma visão direta e imediata do objeto do conhecimento, sem necessidade de provas ou demonstrações para saber o que conhece. Pela intuição, capta-se, de uma só vez todas as relações e a verdade da coisa intuída. É um ato intelectual de discernimento e compreensão, como, por exemplo, os

psicólogos se referem a intuição como um insight descrevendo-o como um momento em que temos uma compreensão total, direta e imediata de alguma coisa.

b) Dedução: consiste em partir de uma verdade já conhecida (seja por intuição ou por demonstração anterior) e que funciona como um princípio geral ao qual se subordinam todos os casos que serão demonstrados a partir dela.

Costuma-se representar a Dedução com o seguinte argumento:

“Todo trabalhador merece respeito,

Joana é trabalhadora.

Portanto: Joana merece respeito.”

c) Indução: realiza um caminho exatamente inverso ao da Dedução. Com a Indução, partimos de casos particulares e procuramos o geral.

Exemplo: colocamos água no fogo e observamos que ela ferve e se transforma em vapor. Induzimos que o fogo possui uma propriedade que produz a evaporação dos líquidos. Essa propriedade é o Calor.

Lógica

Raciocinar ou argumentar é o ato próprio da razão. É um tipo de operação discursiva do pensamento que consiste em estruturar logicamente juízos e deles tirar conclusões.

O raciocínio vai de um juízo a outro, passando por vários intermediários. Nesse sentido podemos afirmar que o raciocínio é um conhecimento mediato. Ao contrário da intuição que é um conhecimento imediato.

O Raciocínio Lógico

A Lógica iniciou-se com o Filósofo grego Aristóteles, ele desejava disciplinar e ordenar a linguagem e o pensamento.

Lógica é, também, o estudo da “amarração” feita entre as afirmativas, de modo a ter uma última afirmação (conclusão) sustentada pelas primeiras.

A finalidade da Lógica é aplicar corretamente as operações do pensamento, ela é um instrumento para filosofar.

O Silogismo

É um tipo especial de argumento, ele é dedutivo e formulado a partir de proposições.

Argumento: é formado por três partes básicas, a saber:

1- Premissas: afirmações iniciais que a partir das quais se concluirá uma outra afirmação.

2- Dedução: é um processo de raciocínio, por meio do qual chegamos a uma conclusão.

3- Conclusão: afirmação nova feita a partir das premissas.

Exemplo:

Todo ser humano é racional. [Primeira Premissa]

Sócrates é um ser humano! [Segunda Premissa]

Logo: Sócrates é racional. [Conclusão]

Classificação das Proposições

As Proposições classificam-se em: Afirmativas ou Negativas e Universais ou Particulares:

a) Universal Afirmativa. Ex.: Todo aluno estudioso tira nota 10.

b) Universal Negativa. Ex.: Nenhum gato é azul.

c) Particular Afirmativa. Ex.: Algumas alunas são altas.

d) Particular Negativa. Ex.: Alguns gatos não são brancos.

O Termo Médio

O Termo Médio está presente nas duas premissas, sem ele o argumento torna-se inválido.

Exemplo: Toda ave é bípede.

O Tucano é uma ave.

Portanto: O Tucano é um bípede.

Principais Regras do Silogismo

1) O Silogismo tem três termos: um termo médio e dois termos extremos.

2) Na conclusão não deve conter o termo médio.

3) O Universal pode gerar o Particular, mas o Particular não pode gerar o Universal.

4) A conclusão deve estar sustentada apenas no que as premissas afirmam.

5) De duas premissas Negativas nada se conclui.

6) Duas premissas Afirmativas não podem gerar uma conclusão Negativa.

7) Se uma das premissas for Particular, a conclusão deve ser Particular. E se uma das premissas for Negativa, a conclusão deve ser Negativa.

8) Nada se conclui de duas premissas Particulares.

Exemplo: As mulheres ocupam-se, às vezes, com a vaidade

Cláudia é uma mulher vaidosa.

Portanto: A vaidade é uma característica das mulheres.

Regra 1, ok

Regra 2, foi violada

Portanto: o argumento se tornou inválido na regra 2, pois o termo médio aparece na conclusão.

Sofismas

Sofismas são raciocínios ilegítimos, geralmente com aparência de validade, isto é, um engano.

- Sofisma de Conversão: trata-se de uma conversão mal feita.

Ex.: Alguns alunos passaram de ano, logo os demais não passaram.

- Sofisma de Ambigüidade (Duplo sentido): baseia-se na duplicidade de sentidos.

Ex.: O menino viu o incêndio do edifício. Dúvida: o menino, estava localizado fora do edifício e viu o edifício em chamas? Ou o menino do edifício viu o incêndio ocorrer fora deste?

- Argumentum Ad Baculum: Ocorre quando, cessada a força do argumento, recorre-se ao argumento da força.

Ex.: Passe o dinheiro ou eu te mato. O assaltante está recorrendo à força como justificativa. Não se deve pensar apenas na força bruta. Lembre-se da pergunta: “Você sabe com quem está falando?” [Carteirada], na qual também se utiliza a força (que vem de um poder econômico, jurídico, político,

religioso, etc, para justificar atitudes, exigir determinado tipo de comportamento, etc. A intimidação, a chantagem, a ameaça do uso da força também caracteriza um sofisma desse tipo.

- Argumentum Ad Hominem: ocorre quando, no lugar de discutir o argumento lançado, combate-se a pessoa que o formulou.

André argumentou que certa criança não pode ter sido a culpada do roubo porque toda criança é incapaz mentalmente, e João rebate este argumento afirmando que André não foi um funcionário exatamente honesto e por isso perdeu o cargo, então como confiar em suas idéias?

- Argumentum Ad Misericordian: ocorre quando se apela para a emoção e o sentimento para que determinada conclusão seja aceita.

Ex.: Um aluno que tirou nota baixa em cinco disciplinas, de modo a ser reprovado nas mesmas. Ocorre que o aluno, nesta situação, perde a bolsa de estudos, pois para mantê-la deveria não ser reprovado em mais que duas disciplinas.

O que o aluno faz? Chega para os professores das respectivas disciplinas, conta seu drama, diz que sem a bolsa não tem condições de estudar, que seu futuro está “jogado fora”, que está perdendo um ano de estudos, etc., e pede aos professores que “reconsiderem” sua nota, que conceda uma outra chance.

A pergunta é: o que seu drama pessoal tem a ver com um possível auxílio do professor para a melhoria de sua nota? Nada!! Racionalmente falando. Uma coisa não justifica a outra.

- A Pergunta Completa: é a conhecida expressão, cujo enunciado é “jogar verde para colher maduro”.

Ex.: Onde está a arma do crime? Caso se responda sim ou não, está-se concordando que houve um crime e que existe uma arma desaparecida que foi utilizada no crime.

- Ignorância no assunto: consiste em colocar numa argumentação algo estranho ao assunto.

Ex.: Um Prefeito é acusado de se mostrar indiferente à onda de violência por que passa a cidade. Em resposta, argumenta contra o prefeito anterior, contra os salários dos policiais, etc.

Dialética

A Dialética se assemelha ao diálogo, em que há mais de uma opinião. É um constante movimento, em que tudo se transforma.

As Três Leis da Dialética

1.ª Lei: Da Passagem: é o processo de transformação dos seres. São mudanças mínimas que com o passar do tempo se tornam em grandes mudanças.

Ex.: A água esquentando a 100ºC , deixa o estado líquido e passa para o estado gasoso.

2.ª Lei: Dos Contrários: é a contradição que provoca o movimento e a transformação.

Ex.: o ovo já tem sua negação, pois nele habitam juntos duas forças, uma que ele permaneça ovo e outra que ele se torne um filhote.

3.ª Lei: Negação da Negação: quando algo novo surge é Tese, depois vem a Antítese (contra a Tese) e a Síntese (contra a Antítese) que é uma nova tese; recomeça o ciclo novamente com destino ao infinito.

Ex.: Pré-Historia [Tese]

Idade Antiga [Antítese]

Idade Média [Síntese]

Tese, Antítese e Síntese explicam o movimento do universo, da vida, da humanidade e do pensamento, pois as coisas não são para sempre, nem tampouco definitivas.

Metafísica (Ontologia)

Na Metafísica de Aristóteles, ele afirma que a Filosofia Primeira estuda os primeiros princípios e as causas primeiras de todas as coisas e investiga “o Ser enquanto Ser”.

As Causas Primeiras são aquelas que explicam o que o ser é, e também a origem e o motivo de sua existência.

O Filósofo grego, para explicar as causas da existência do Ser, elaborou uma teoria, “A Teoria das Quatro Causas do Ser”, são elas:

  1. Causa Material: é aquilo que compõe a materialidade de ser.

Ex.: água, barro, ar, madeira, vidro, carne, etc.

  1. Causa Formal: é aquilo que explica a forma que um ser possui.

Ex.: o rio e o mar são formas da água; tijolo e o vaso são formas do barro; furacão, tornado são formas do ar; mesa, cadeira são formas da madeira; espelho, pára-brisa são as formas do vidro; peixe, porco, ser humano são as formas da carne.

  1. Causa Eficiente: é a causa que explica como uma matéria recebeu uma determinada forma, quem ou o que deu forma à matéria.

Ex: O Carpinteiro deu forma à madeira transformando-a em mesa ou cadeira, o Oleiro deu forma ao barro transformando-o em tijolo, o serralheiro deu forma ao ferro transformado-o em grade de portão.

  1. Causa Final: é a finalidade para o ser existir e aparentar-se como tal.

Ex.: Cadeira para sentar-se, tijolo para a construção civil, grade de portão para proteger as residências, ser humano para viver, prosperar, amar e buscar sempre a felicidade.

Ato e Potência do Ser

Todos os casos de Seres acima citados são passíveis de outras mudanças, ou seja, na situação em que se encontram estão em Ato e as mudanças que possam vir a ocorrer com eles são a Potência.

Detalhadamente significa que:

- Ato é a atualização de uma matéria, ou seja, aquilo que ela é no momento atual.

- Potência é a virtualidade que está contida numa matéria, é o que ela poderá vir a ser.

Ex.: Espiga de milho (ato)

Pamonha (potência)

Teoria do Conhecimento

Chama-se, em Filosofia, Teoria do Conhecimento a explicação e a interpretação filosófica do conhecimento humano, a qual se dedica ao estudo e a possibilidade do conhecimento, como ele se processa, seu alcance e seus limites.

A Teoria do Conhecimento é uma área de fundamental importância para a Filosofia e tem como fundador o Filósofo inglês John Locke (1632-1704) quando surgiu com sua obra “Ensaio sobre o Entendimento Humano”.

A Teoria do Conhecimento parte de quatro tópicos, quais sejam:

1- Possibilidades do conhecimento, que acompanha a pergunta: Pode o sujeito apreender realmente o objeto?

2- Origens do conhecimento. Há duas formas de conhecimento:

a) Teórico, especulativo, racional e mediato;

b) Intuitivo, sensível e imediato.

3- A essência do conhecimento, que acompanha a pergunta: É o sujeito que determina o objeto ou o objeto que determina o sujeito?

4- Critério do conhecimento. Há um conhecimento verdadeiro, em caso afirmativo como podemos conhecer essa verdade?

Sujeito e Objeto

A representação, por sua vez, é o processo pelo qual a mente torna presente diante de si a imagem ou a idéia de algum objeto.

Portanto para que exista conhecimento, sempre será necessário a relação entre os dois elementos básicos: um sujeito conhecedor [nossa consciência e nossa mente] e um objeto conhecido [a realidade e o mundo].

Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir apreender [captar a mensagem] o objeto, isto é, conseguir representá-lo mentalmente.

Quatro Possibilidades de Conhecimento

A verdade é a evidência? A resposta mais simples é esta: o sentimento de evidência, de certeza, é um dado puramente subjetivo (pessoal) que não pode ser fundamento objetivo.

Somos capazes de conhecer a verdade? É possível ao sujeito apreender o objeto? Afinal quais são as possibilidades do conhecimento humano?

As respostas dadas a estas questões levaram ao surgimento de duas correntes de pensamento antagônicas (rivais) na História da Filosofia:

  • Ceticismo: cuja idéia principal é a impossibilidade de conhecermos a verdade.
  • Dogmatismo: esta corrente defende a idéia da possibilidade de conhecermos a verdade.

Dessas duas correntes filosóficas surgiu uma terceira que é o:

Empirismo: segundo esta corrente todas as nossas idéias são provenientes de nossas percepções sensoriais, isto é, de nossos sentidos (audição, olfato, visão, paladar e tato). Coisa alguma nos vem à mente sem antes passar por um dos sentidos.

Segundo Locke, o fundador do Empirismo e criador da Teoria da Tábula Rasa, “ao nascermos nossa mente é como um papel em branco”. Só a experiência nos dá o conhecimento.

E finalmente o:

Inatismo: afirma que ao nascermos trazemos em nossa inteligência não só os princípios racionais como também algumas idéias verdadeiras, que, por isso, são idéias inatas.

Exercícios Propostos

O que pode nos proporcionar o estudo da Filosofia?

Quantas e quais são as etapas do filosofar?

Quais são as atitudes que nos levam ao filosofar?

Quais são as outras formas de conhecimento, além da Filosofia?

O que é o Senso Comum?

Quais são as áreas da Filosofia?

Dê um exemplo do Princípio de Causalidade.

De acordo com as oito regras do Silogismo, o argumento abaixo é válido ou inválido? Porquê?

Nenhum X é Z

Algum Z não é A

Logo: Algum X não é A

Quando ocorre o uso do Argumentum Ad Misericordian?

Utilizando-se das três leis da Dialética, coloque o barro na 1ª Lei, a semente na 2ª Lei e a água na 3ª Lei.

Complete:

Só haverá conhecimento se o mentalmente.

INTRODUÇÃO À POLÍTICA

Termo de origem grega: politikós . Tudo aquilo que diz respeito aos cidadãos e ao governo, aos negócios públicos. A Filosofia Política é assim a análise filosófica da relação entre os cidadãos e a sociedade, as formas de poder e as condições em que se exerce, os sistemas de governo, e a natureza, a validade e a justificação das decisões políticas.

Segundo Aristóteles, o homem é um animal político, que se define por sua vida ns sociedade organizada politicamente.

A política como ciência pertence ao domínio do conhecimento prático e é de natureza normativa, estabelecendo os critérios da justiça e do bom governo, e examinando as condições sob as quais o homem pode atingir a felicidade (bem estar) na sociedade, em sua existência coletiva.

Embora seja associado com mais freqüência à instituições de governo nos níveis municipal, estadual e nacional, o conceito de política pode ser aplicado a todos os sistemas sociais nos quais o poder representa um papel importante.

Ex.: Política de meio ambiente, políticas públicas, política financeira, política social, política educacional, política empresarial, etc.

TEORIAS DE ESTADO

Totalitarismo

Ao mesmo tempo que mobiliza as massas, o totalitarismo destrói a autonomia dos indivíduos, ao arregimentá-los a partir de uma ideologia imposta pelo terror, a fim de evitar a dissidência: a espionagem onipresente, quer seja pela polícia política, quer seja pela atmosfera de delação até no núcleo familiar, faz com que todos se sintam vigiados e ameaçados de expurgos, prisão, deportação e morte.

Anarquismo

Na mesma época em que emergiu o Socialismo de Marx e Engels, um outro movimento político que advogava a dissolução do Capitalismo (em que o Estado mantém a desigualdade social através da força e da garantia da propriedade sobre os meios de produção) ganhou destaque: O Anarquismo.

Um dos primeiros teóricos do movimento foi Proudhon, com o livro “O Que é a propriedade?”.

As bases essenciais da teoria anarquista são o fim da propriedade privada, considerada como suicídio da sociedade, o fim do Estado, visto como nocivo e que favorece apenas as classes dominantes. E a crença na liberdade e na ordem obtida de forma espontânea, sem intervenção estatal.

Bakunin e Proudhon retiraram das idéias do Filósofo inglês John Locke profundas implicações políticas, como a noção da primazia do indivíduo diante da sociedade e o conceito que todo indivíduo é único e possui um conjunto de direitos naturais que não podem ser sobrepujados por nenhum tipo de sociedade.

O anarquismo é conhecido pelo senso comum como sinônimo de ausência de ordem, mas na realidade significa ausência de coerção.

O movimento pede a anomia (ausência de leis) e a abolição dos governos por meio da revolução como ideários libertários. Embora rejeitem qualquer forma de poder, os anarquistas não recusam a constituição de organizações administrativas, mas desde que estas não gerem relações de poder.

Socialismo

No Capitalismo, a economia visa, em primeiro lugar, o lucro individual.

No Socialismo, a economia visa, primeiramente os interesses sociais, isto é, a organização social procura atender as necessidades básicas da população, tais como a educação, saúde, emprego, habitação, transportes, combate à mortalidade infantil e à discriminação racial e de gênero, aumentos da expectativa de vida, etc.

Mas continuam a existir diferenças sociais entre as pessoas, salários desiguais, e o Estado controla, em favor da maioria do povo, a economia e a política, bem como os meios de formação e difusão ideológicas.

Características Básicas do Socialismo

Numa sociedade socialista, não há separação entre donos do capital e donos da força de trabalho. Todos os meios de produção são controlados pelo Estado.

Em geral, continuam existindo a pequena propriedade rural e a propriedade particular de pequenos negócios, tais como oficinas em geral, táxis, padarias, restaurantes, lojas de comércio varejista, etc., geridos pelo trabalho familiar. As pessoas são também proprietárias de bens individuais, como automóveis, motocicletas, computadores, telefones celulares, rádios, roupas, bicicletas, TV, etc.

Não havendo diferenças entre donos do capital e assalariados, não há classes sociais, embora haja diferenças sociais entre trabalhadores manuais e intelectuais.

A economia segue uma planificação global, isto é, a produção visa tender as necessidades básicas da população e não o lucro da empresa.

O excedente produzido pelo trabalho do povo é recolhido pelo Estado e devolvido à população na forma de benefícios sociais: educação gratuita, atendimento médico gratuito, alimentos básicos baratos (subsidiados pelo Estado), práticas de esportes para todos, aluguéis proporcionais aos salários, etc.

Nesse tipo de sociedade, ninguém pode explorar o trabalho de outra pessoa.

Economia Planificada ou Planejada

As decisões a respeito da produção (produzir o quê, quanto, como, onde e quando.) são decisões sociais, concretizadas através do Estado socialista.

Assim, os órgãos econômicos e estatísticos do Estado socialista se empenham em recolher dados sobre quais são as necessidades do conjunto da população. De posse desses dados é feito um plano econômico para a produção, por determinado tempo, de acordo co m as possibilidades das forças produtivas naquele momento.

Em cada plano, são estabelecidas algumas prioridades. Deste modo, a atividade econômica deve atender primeiro as necessidades básicas da população, para só depois voltar-se para a produção do que é apenas conveniente ou mesmo supérfluo.

Os órgãos econômicos estatais planejam não apenas a produção, como também a continuidade e o aperfeiçoamento do processo produtivo e a formação de fundos de reserva.

Principais Conseqüências Práticas da Economia Planificada ou Planejada

  • Eliminação das crises cíclicas de superprodução;
  • Aceleração do desenvolvimento das forças produtivas e
  • Elevação do padrão de vida do conjunto da população.

Capitalismo

O Capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa Idade Média – do séc. XI ao XV – com a transferência do centro da vida econômica, social e política dos feudos para os centros urbanos. A partir da segunda metade do séc. XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo de produção em série, geração de lucro e acúmulo de capital.

Na Europa Ocidental, com o acontecimento da Revolução Francesa, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capitalismo se impõe.

Capitalismo e Cristianismo

Há quem trabalhe sistematicamente e seja bem sucedido? Para Calvino, isso deve ser sinal de que o bem-sucedido é um dos eleitos de Deus.

O trabalho não é a causa da salvação, mas, se um homem se torna rico pelo trabalho, é porque a riqueza conquistada é um indício de sua salvação.

Na prática da doutrina calvinista seria entendida como a permissão para a busca da riqueza, em nome da glória de Deus. Isso juntamente com a restrição ao consumo, levaria a acumulação capitalista como analisou o Filósofo alemão Max Weber (1864-1920) em sua obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. As restrições impostas ao uso da riqueza adquirida só poderiam levar a seu uso produtivo como investimento do capital.

Nesta doutrina acentua-se uma valorização religiosa da atividade profissional e do trabalho: realiza-se uma recomendação ascética onde se prega a renúncia a todos os gozos e prazeres deste mundo. Valorizando o trabalho e o espírito trabalhador, pois para o calvinista é somente através do trabalho e da profissão que se rendem glórias a Deus.

O Calvinismo difunde uma ética, que segundo a qual o homem deve manter uma contabilidade diária de seu tempo, de maneira que não se desperdice um segundo sequer. O desperdício de tempo em conversas ociosas, em sonhos, numa vida social intensa constitui pecado mortal, o homem deve empregar todo e qualquer segundo para servir ao Senhor Deus e garantir o seu lugar de “eleito”.

A prosperidade conquistada através desse trabalho não deve ser consumida nem gozada, deve ser economizada no sentido de entesouramento, para ser reinvestida criando novas formas de trabalho. Portanto segundo Weber o objetivo do capitalismo é aumentar a riqueza alcançada.

No Catolicismo ocorre o contrário, pois considera o trabalho como um castigo e deve desenvolver-se apenas na medida em que o homem dele necessite para a sua sobrevivência, sem intenção de prosperar.

Não atribui ao trabalho nenhum grande mérito ou significado capaz de conduzir o homem à salvação individual. O mérito está em livrar-se do trabalho para dedicar-se à vida contemplativa de orações, ponto em que o homem fica unido a Deus.

O Funcionamento do Capitalismo

Certos indivíduos passaram a se apossar do Meios de Produção (terras, máquinas, capital, etc.). Enquanto isso, outros indivíduos ficaram apenas donos de sua Força de Trabalho. Porém, só a terra, as máquinas e o dinheiro não produzem sozinhos, eles precisam de uma força: o trabalho, a força humana.

Dessa maneira, os Meios de Produção e o Trabalho formam as Forças Produtivas.

A força de trabalho do Proletário é comprada pelo Capitalista (empresário).

O capitalismo, por sua natureza, gera miséria, fome, violência, guerra e destruição da natureza. É um sistema que trata o cidadão como consumidor e converte direitos em privilégios, negando sua participação política plena.

No modo de produção capitalista não se investe no que é necessário à população, mas no que dá lucro.

A Pirâmide Social do Capitalismo

O capitalismo não oferece as mesmas condições a todos. Ele é como uma pirâmide.

No ponto mais alto estão os donos do capital, a pequena minoria que controla as grandes riquezas.

No centro da pirâmide está a Classe Média e o grande alicerce é integrado pelos trabalhadores, os assalariados explorados da cidade e do campo, que só dispõe da sua força de trabalho.

Critério de Renda para se Identificar as Diferenças Sociais

Com base no Salário Mínimo, a identificação das diferenças sociais por critério de renda é o seguinte:

  • Classe Baixa: é o indivíduo que ganha até 6 (seis) salários mínimos para sustentar a família. Nesta camada estão incluídos os Pobres e os Miseráveis.

Os primeiros, segundo o livro “Capitalismo para Principiantes” de Carlos E. Novaes e Vilmar Rodrigues, sobrevivem apenas com o necessário e os segundos não tem o necessário para sobreviver.

  • Pequena Burguesia ou Classe Média (com suas subdivisões: média-alta e média-baixa): é o indivíduo que ganha de 7 (sete) a 40 (quarenta) salários mínimos.
  • Classe Alta: a renda desses indivíduos é a partir de aproximadamente 53 (cinqüenta e três) salários mínimos. As informações acima foram retiradas da revista “Veja na Sala de Aula” (guia do professor) Ed. 2020, ano 2007e pág. 07.

Os Políticos da Política dos Capitalistas

Para assegurar a defesa de seus interesses, os capitalistas controlam as três esferas da sociedade: a Política, a Jurídica e a Ideológica.

Na esfera política, controlam o Estado impedindo que ele venha a ser ocupado pelos trabalhadores; reforçam o poder de seus partidos políticos, para que eles elejam a maioria dos Senadores, Deputados Federais, o Presidente da República, os Governadores, os Deputados Estaduais, o Prefeito e os Vereadores.

Na esfera jurídica, procuram aprovar leis que defendam seus interesses e impeçam que os trabalhadores os prejudiquem,assim, por exemplo, a lei proíbe que uma família da favela invada as terras improdutivas de um latifundiário.

Na esfera ideológica, inculca-se na mente das pessoas que a desigualdade é um acontecimento natural e imutável. Moldando-as para o conformismo.

A Lógica do Capitalismo

O produtor simples de mercadorias é um possuidor de meios de produção que os utiliza para ganhar a vida.

Ele produz mercadorias (M) que vende e, com o dinheiro (D) da sua venda, compra outras mercadorias (M) para consumir e continuar produzindo. O ciclo de produção toma a forma M-D-M.

O objetivo disso é satisfazer suas necessidades e as de sua família, porém isso não o torna mais rico.

A Mais-Valia

A mais-valia é a forma pela qual ocorre a exploração do trabalhador pelo patrão. Por exemplo, em uma indústria de garrafas, um operário produz 30.000 garrafas por mês, em um dia foram vendidas 1.000 unidades de garrafas a R$ 9,00. Tendo o dono da fábrica um faturamento real de R$ 9.000,00 neste dia, o salário do operário é de R$ 1.000,00 por mês.

Portanto a mais-valia no mês foi de R$ 269.000,00. Na venda de um dia, o empresário pagou seu funcionário e, portanto, no restante do mês o proletário “trabalhou de graça”.

Outra forma de aumentar a mais-valia é introduzir inovações tecnológicas no processo produtivo, tais como: equipamentos eletrônicos e robôs na indústria, tratores e colheitadeiras automáticas na agricultura. Assim um menor número de trabalhadores produzem mais em menor tempo e a mais-valia é ainda maior.

Liberalismo

O liberalismo político considera a vontade individual como fundamento das relações sociais, defendendo portanto as liberdades individuais – liberdade de pensamento e de opinião, liberdade de culto, etc. – Em relação ao poder do Estado, que deve ser limitado. Defende assim o pluralismo de opiniões e a independência entre os poderes – Executivo, Legislativo, Judiciário – que constituem o Estado.

Comunismo

A produção capitalista gera sua própria negação. E é assim que se passa da sociedade capitalista para o comunismo. Trata-se da passagem necessária a uma sociedade sem propriedade privada, e portanto, sem classes, sem divisão do trabalho, sem alienação e sobretudo sem Estado.

Na teoria marxista, o comunismo, tanto pode designar a doutrina revolucionária que visa a emancipação do proletariado pela apropriação coletiva dos meios de produção quanto o regime político econômico de tipo coletivista no qual a ditadura do proletariado se estabelece pela destruição total da burguesia, pela abolição das classes sociais e pelo desenvolvimento das forças de produção segundo a fórmula “a cada um segundo suas obras”.

Política Neoliberal

É um projeto econômico e político no qual ataca o Estado de Bem-Estar Social com seu encargos sociais e com a função de regulador das atividades do mercado. Segundo o Neoliberalismo esse tipo de Estado destrói a liberdade dos cidadãos e a competição, sem as quais não há prosperidade.

O modelo de política neoliberal foi aplicado, primeiro, no Chile, depois na Inglaterra e EUA, expandindo-se para todo o mundo capitalista e, depois da “queda do muro de Berlim”, para o Leste Europeu.

Características do Neoliberalismo

  • um Estado forte para quebrar o poder dos sindicatos e movimentos operários, para controlar o dinheiro público e cortar drasticamente os encargos sociais e os investimentos na economia;
  • um Estado que restaure a taxa de desemprego necessária para formar para formar um exército industrial de reserva;
  • um Estado que realize uma reforma fiscal para incentivar os investimentos privados e, portanto, que reduza os impostos sobre o capital e as fortunas, aumentando os impostos sobre a renda individual e, portanto, sobre o trabalho, o consumo e o comércio;
  • um Estado que se afaste da regulação da economia, deixando que o próprio mercado, com sua racionalidade, isto é, um Estado para abolir investimentos estatais na produção, drástica legislação antigreve e vasto programa de privatizações.

Globalização

É um processo no qual a vida social nas sociedades é cada vez mais afetada por influências internacionais com origem em praticamente tudo, de laços políticos e de comércio exterior à música, estilos de vestir e meios de comunicação de massa a comuns a vários países.

Na economia globalizada, porém, as Empresas Transnacionais operam simultaneamente em muitos países diferentes e exploram em vantagem própria as variações nas condições locais.

Ex.: Se trabalhadores em uma sociedade industrial, como a Grã-Bretanha ou os EUA, entram em greve para reivindicar melhores condições de trabalho e melhorias salariais, a empresa transnacional pode simplesmente transferir suas atividades para outro país, onde os trabalhadores sejam mais passivos e com expectativas mais baixas. Nas indústrias de serviços, tais como atividade bancária e seguros, esse resultado pode ser também obtido apenas transferindo o trabalho para outro computador.

A globalização econômica concentra mais o poder econômico e debilita a posição dos trabalhadores sob o Capitalismo Industrial.

DEMOCRACIA E CIDADANIA: ORIGENS E CONCEITOS

Democracia é um (termo de origem grega, demos = povo e kratos = poder) regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos. Segundo o Filósofo francês Montesquieu “Quando, na República, o povo detém o soberano poder, temos a democracia”.

Geralmente, as democracias ocidentais constituem regimes políticos que, pela separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, visam garantir os direitos fundamentais da pessoa humana, sobretudo os que se referem à liberdade política dos cidadãos.

Na sociedade democrática, nascida das transformações que culminaram na Revolução Francesa, o indivíduo é visto como homem (pessoa particular) e como cidadão (pessoa pública).

O termo Cidadão designava originalmente o habitante da cidade. Com a consolidação da sociedade burguesa, passa a indicar a ação política e a participação do sujeito na vida da sociedade.

Cidadão é o indivíduo que possui direitos e deveres para com a coletividade da qual participa – existem interesses comuns que o cidadão precisa respeitar por meio da atuação na vida pública –

nas sociedades modernas, a participação política dos cidadãos é limitada pela divisão de classes, que não possibilita a todos os indivíduos um acesso igualitário aos bens materiais e culturais produzidos na sociedade. A desigualdade social não permite a efetivação das liberdades constitutivas da Sociedade Civil, entre elas a liberdade política de participação nos assuntos públicos, que não se realiza para todos os membros da sociedade.

A Cidadania, segundo o Antropólogo T.H. Marshall, é composta de Direitos de Primeira Geração, que são os direitos civis e políticos, e dos Direitos de Segunda Geração que vem a ser os direitos sociais.

Os direitos civis, conquistados no séc. XVIII, correspondem aos direitos individuais de liberdade, igualdade, propriedade, de ir e vir, direito à vida, segurança, etc.

Os direitos políticos alcançados no séc. XIX, dizem respeito à liberdade de associação e reunião, de organização política e sindical, à participação política e eleitoral.

Os direitos sociais, econômicos ou de crédito, foram conquistados no séc. XX, a partir das lutas do movimento operário e sindical. São os direitos ao trabalho, saúde, educação, aposentadoria, seguro-desemprego, enfim, a garantia de acesso aos meios de vida e bem estar social.

Na segunda metade do séc. XX, surgiram os Direitos de Terceira Geração, que tem como titular não o indivíduo, mas os grupos humanos como o povo, a nação, coletividades étnicas ou a própria humanidade. É o caso do direito à autodeterminação dos povos, ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, o consumidor, as mulheres, as crianças, os jovens, os idosos, etc.

Nos Direitos de Quarta Geração estão os direitos relativos à Bioética para impedir a destruição da vida e controlar a criação de novas formas de vida em laboratório pela Engenharia Genética.

Cidadania: Igualdade de Direitos Civis, Políticos e Sociais

A base da Cidadania é a criação de Direitos e Deveres para todos, independente de preferências políticas, religiosas, estéticas ou sexuais. Para ser um Cidadão ou uma Cidadã, a pessoa precisa assumir uma atitude universal e igualitária.

Ser um Cidadão é possuir os mesmos Direitos e Deveres que os demais, nem mais e nem menos.

Cidadania Civil: Leis de Todos para Todos

A Cidadania Civil ampara-se na idéia de que todas as pessoas são iguais perante a lei, sejam afrodescendentes (negros) ou brancos, capitalistas ou proletários.

O direito e o dever é o mesmo para todos, de modo que as pessoas são iguais portadoras de liberdades individuais básicas: direito à vida, direito à propriedade, direito de ir e vir, liberdade de imprensa, pensamento e religião, liberdade de associação e justiça.

Cidadania Política: Igualdade de Participação na Esfera Pública

Esta Cidadania preocupa-se com a participação de todos nos processos de definição política da sociedade, quando os cidadãos, atuando ativamente na esfera pública, definem o ideal de sociedade e o sistema de direitos que consideram mais justos e adequados.

Historicamente, a renda, o sexo e o Status deixaram de possuir valor como critérios para se definir o direito de participação na esfera pública.

Não importa se os ricos ou pobres, homens ou mulheres, jovens ou idosos: todos os cidadãos, podem emitir suas opiniões políticas, votar e ser votado, criar e fundar partidos políticos, grupos ou associações com finalidades pacíficas.

Cidadania Social: Igualdade de Oportunidades

Preocupa-se com o Direito à posse de um padrão mínimo de bem estar no interior da sociedade nacional. Isso significa enfocara participação mínima ou completa de grupos e pessoas no acesso aos bens econômicos e culturais socialmente produzidos, tais como educação, saúde, trabalho, e segurança, buscando assegurar a todos ao menos uma igualdade mínima de oportunidades sócio-econômicas.

Cidadania envolve igualmente o pertencimento a uma sociedade inclusiva e solidária, em que os cidadãos percebem-se como iguais destinatários de uma herança social sintetizada na idéia de igualdade de liberdades e oportunidades. Todos são iguais herdeiros dos direitos civis, políticos e sociais que organizam a vida em sociedade.

Ser Cidadão significa desempenhar um papel social específico, fundado sobre regras e valores, sobre o modo de agir, sentir e pensar e sobre uma idéia de bem viver.

IDEOLOGIA

A Ideologia é a dissimulação da realidade difundida através de idéias falsas, símbolos, preconceitos, propagandas e frases para neutralizar e dominar aqueles que historicamente pertencem à classe dominada, sem que eles percebam que estão sendo dominados. A ideologia é uma arma que se apóia no senso comum.

Exemplo: Quando uma notícia que relata alguma crise social, política ou mundial é apresentada, uma manifestação em frente ao Banco Central, em seguida se apresenta outra notícia que tenha um tom espetacular, curioso ou alegre, como o caso dos Oscars do filme Titanic ou cenas do Rallye Paris-Dakar.

Isso ocorre para que o telespectador não tenha tempo para refletir sobre o assunto da manifestação. Trata-se de impedir que o indivíduo tome consciência da realidade.

A ideologia é um instrumento de homogeinização da sociedade, ela nos faz pensar de acordo com os interesses da classe dominante.

A Propaganda como Instrumento Ideológico

A propaganda é considerada um método de persuasão de massas, e é concebida como uma catequese [modo de transmitir uma visão de mundo], em antítese à análise racional, praticada

pelos cidadãos, catequese que leva sutilmente as pessoas a

pensarem e acreditarem através da manipulação do conteúdo de comunicação e por meio do controle centralizado dos meios de comunicação.

A propaganda é um meio moderno para inculcar nas massas novas atitudes e valores, e formar opiniões de acordo com os interesses da classe dominante.

Principais Focos da Ideologia

Ideologia na Família: é na família que se manifestam as primeiras formas de ideologia: a dominação dos pais sobre os filhos, do marido sobre a esposa e vice-versa.

Ideologia na Religião: muitas religiões, historicamente, têm-se prestado a manter as relações de dominação, de submissão e de alienação das pessoas, enquanto alguns poucos se arrogam o direito de mandar em nome de Deus.

Ideologia do Estado: o Estado por ser controlado pela classe dominante, é a maior expressão da ideologia burguesa, por ser um corpo de leis que na maioria das vezes ficam só no papel sem serem colocadas em pratica.

Ideologia da Comunicação: os meios de comunicação ou mídia são na atualidade um dos veículos de transmissão e imposição da ideologia dominante, utilizando-se das seguintes formas:

Ideologia do Consumismo: o Capitalismo transforma tudo em mercadoria. Ex.: Dia das Mães, Dia dos Namorados, Natal, Posse de Presidentes, etc.

Ideologia da Moda: também uma característica do Capitalismo que, precisando aumentar os lucros, busca na moda uma imposição de seus padrões. Ex.: Moda Verão, Moda Inverno, Moda jovem, Moda Gestante, etc.

Ideologia Imperialista: é a ideologia das superpotências que se manifesta na cultura importada, que mostra como é o modo de vida das nações centrais. É como se fosse uma ordem que diz “imitem-nos”.

“Tomem Coca-Cola!”, e segundo Dorfman e Mattelart, ao importar o produto, importa-se também as formas culturais desta sociedade, mas nunca seu conteúdo, ou seja, fatores que permitiram seu crescimento industrial.

Está historicamente comprovado que os países dependentes foram mantidos nesta condição pela divisão internacional do trabalho, que os condena a limitar todo esenvolvimento que pudesse dar-lhes independência econômica.

Assim eles mostram ao mundo seu padrão de vida para nos inculcar a idéia de inferioridade.

  • Ideologia de Segregação: manifesta-se no preconceito racial, na inferioridade da mulher ou do pobre e, conseqüentemente, na exaltação da riqueza, no elogio ao “esperto”.

Exercícios Propostos

O que é a Filosofia Política?

O que o Totalitarismo destrói no indivíduo?

Quais são as bases essenciais da teoria Anarquista e quais seus primeiros teóricos?

No Socialismo, o que a economia visa?

Qual o critério de renda para se identificar as diferenças sociais, no Capitalismo?

Como é a lógica do Capitalismo?

O que o Liberalismo defende?

Comente a segunda característica do Neoliberalismo.

O que é a Globalização?

Quais são os principais focos da Ideologia?

FILOSOFIA

ENSINO MÉDIO

2.ª Série

Prof. Silvano

INTRODUÇÃO À ÉTICA

Ética (do grego: Ethike [costumes]) é uma reflexão humana, para extrair dela o conjunto excelente de ações. A ética é uma parte da Filosofia que estuda a moralidade dos atos humanos. É uma ciência prática, de caráter filosófico.

Em síntese considera os atos humanos enquanto são bons ou maus.

Ética é o conjunto de princípios e valores morais que regula o comportamento de uma pessoa ou de um grupo em relação ao que é adequado ou inadequado, que estabelecem padrões em relação ao que é bom ou mau na conduta e nas decisões. A ética se distingue dos comportamentos controlados por leis.

Ética e Moral

A Moral tem caráter exclusivamente social, só se aplicando aos atos pessoais e possui bases históricas.

A Ética estuda a Moral, por isso não deve ser confundida com seu objeto de estudo, pois o estudo da ética é teórico analisando as escolhas que os agentes fazem em situações reais e verificando se as opções estão de acordo com os padrões sociais.

A Ética, como disciplina teórica, sempre definiu seu objeto de estudo como sendo a Moral, o dever de fazer, a qualificação do bem e do mal, a melhor forma de agir coletiva e socialmente.

A Ética avalia então os costumes aceita-os ou reprova-os, informa quais ações sociais são moralmente válidas e quais não o são, definindo o bem moral como o ideal do melhor agir ou do melhor ser.

AUTONOMIA E LIBERDADE

Consciência e Responsabilidade

Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre o bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício.

O importante no aspecto da ética é a vontade, esse poder deliberativo e decisório do agente. Para que exerça tal poder, a vontade deve ser livre, não podendo estar submetida à vontade de um outro nem submetida às paixões, mas, ao contrário, tendo absoluto poder sobre eles e elas.

Características do Sujeito Ético ou Moral:

  1. Ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, sentimentos e de capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas possíveis;
  2. Ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo por elas.
  3. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre várias alternativas possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta.

Na constituição do campo ético, são considerados dois tipos de agentes éticos que estão internamente relacionados:

  1. Passivo: é aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões, pelas circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
  2. Ativo: é aquele que controla interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões, discute com sigo mesmo e com os outros o sentido dos valores.

Avalia sua capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos outros sem subordinar-se nem se submeter cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a violência contra si e contra os outros.

A Duplicidade Moral

Ao analisar a Moral sob o aspecto de sua duplicidade nos países latinos, e em particular no Brasil, o Filósofo Srour destaca que:

Rastreia-se uma dupla moral, uma moral da integridade, que é a moralidade oficial e edificante. Esta moral se difunde nas escolas, nas Igrejas, nos tribunais e na mídia; e uma moral do oportunismo que é uma moral pragmática e dissimulada.

A moral da integridade tem por base uma ética da convicção, cuja matriz teórica é deontológica [do grego deon = o que é obrigatório].

É praticada por aqueles que muitos denominam ‘rigoristas’, agentes que se orientam pelo rigor moral, pessoas escrupulosas, cuidadosas, severos, minuciosos no respeito às normas vigentes.

Os valores da moral da integridade são a honestidade, a lealdade, a idoneidade, o respeito à verdade e à legalidade, ou

seja, compromisso com a retidão de caráter.

A moral do oportunismo assume um caráter interesseiro e repousa na complascência ante as transgressões às normas morais oficiais.

Esta moral tem por base o egoísmo ético que, na ânsia de obter vantagens e saciar caprichos, despe-se de quaisquer escrúpulos. É eticamente marginal porque reduzida ao mais estreito interesse pessoal.

Os praticantes dessa moral são os ‘laxistas’ [do latim=frouxo, permissivo], agentes que tendem a fugir ao dever e à lei, mas se valem de um discurso com boa consistência interna. A moral do oportunismo finca raízes no solo de uma forte tradição histórica e desfruta de larga difusão que recorta diagonalmente todas as classes sociais.

A moral do oportunismo funciona com base em procedimentos cínicos como o “Jeitinho Brasileiro”, a falta de escrúpulos, o desprezo pelas conseqüências dos atos praticados, a trapaça, a valorização da malandragem, a bajulação (“puxa-saquismo”). Valoriza o enriquecimento rápido. Em decorrência desta moral, foi cunhada a máxima de que, “desde que a finalidade seja alcançada, a ação se justifica, não importam os meios, sejam eles lícitos ou não”.

Exercícios Propostos

Como parte da Filosofia, a Ética estuda o quê?

Complete:

A Moral tem caráter ... históricas.

Quais os dois tipos de agentes éticos?

Comente sobre a moral da integridade.

Qual é a segunda característica do sujeito ético ou moral?

Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente. E qual é a função do agente consciente?

Qual o caráter assumido pela moral do oportunismo?

Quais são as atitudes do agente ético passivo?

O importante no aspecto da Ética é:

Ética é o conjunto de princípios e valores morais que regula o:

RELAÇÕES ENTRE MORAL E POLÍTICA

O Renascimento foi a construção de uma nova imagem para o mundo a partir de elementos do passado, como a releitura dos textos dos filósofos da antiguidade. É em nome do humanismo que o homem torna-se responsável por seus atos, isto é, o homem deixa de ser determinado e passa a agir com o seu livre arbítrio.

O Filósofo Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi funcionário da República de Florença, suas reflexões sobre a moral política de seu tempo levaram-no a produzir obra marcadas por uma leitura não Teocêntrica [Deus no centro] do poder e seu exercício, defendendo o realismo político. Sua obra mais conhecida e importante foi, e é até nossos dias, O Príncipe.

Natureza Humana e Poder Político

O poder político tem uma origem mundana. Nasce da própria malignidade humana e aparece como a única possibilidade e enfrentar um conflito, não há garantias de sua permanência. A perversidade das paixões humanas sempre volta a se manifestar, mesmo que tenha permanecido “adormecida” por algum tempo.

O poder não é artificial, mas uma virtualidade presente onde quer que hajam pessoas reunidas.

Fugir dessa realidade é deixar-se enganar pelas aparências, é aceitar, inocentemente, que se encubra o que de fato existe com o que se gostaria que ocorresse.

A Força da Lei e a Lei da Força

O poder funda-se basicamente na força, na sua forma mais crua. Na aparência, ele pode manifestar-se com roupagens douradas, episcopais, com ou sem espadas ou de terno e gravata.

O reconhecimento do papel da força enquanto elemento fundamental da vida política leva Maquiavel a contrapor-se frontalmente ao mito da existência de uma história regulada pela Providência Divina. Ao introduzir a força na gênese (origem) de todo e qualquer domínio político, ele também está admitindo que nenhuma ordem existente é intocável e permanente, mas que qualquer poder rival pode vir a derrubar o governo existente.

O homem como sujeito da história define-se por seu poder de alterar a situação em que vive.

É Necessário ser Leão e ser Raposa

Incumbe saber usar dessas duas naturezas, nenhuma das quais subsiste sem a outra. Tendo, portanto, necessidade de proceder como animal, deve um governante adotar a índole ao mesmo tempo de leão e da raposa; porque o leão não sabe fugir dasarmadilhas e a raposa não sabe defender-se dos lobos.

Assim cumpre ser raposa para conhecer as armadilhas e leão para amedrontar os lobos.

A Aparência

O Político desejoso de conquistar e manter-se no poder tem uma regra para o sucesso, qual seja:

Ver-se-á obrigado a agir de forma distinta daquela julgada moralmente correta. Em face disso ele tem uma saída: “dissimular e impor-se, também, pelas aparências”.

Aparência X Essência

Nenhum governante que deseja manter-se no poder pode “possuir ou colocar inteiramente em prática todas as qualidades que são consideradas boas”. Deverá ser guiado pela necessidade, isto é, adquirir o poder de ser mal e disso fazer uso quando necessário.

É Necessário Aparentar-se Bom

Não é necessário que um líder possua todas as qualidades valorizadas numa sociedade, mas é “indispensável que pareça tê-las”.

Quanto a autoridade “deve fazer-se temer de modo que, se não conquista o amor, evite o ódio”.

A Religião como Aparência

Maquiavel analisa a religião. Demonstra como a religião pode ser usada para introduzir o povo a certos comportamentos e, segundo ele, o importante é que ela seja útil como um meio para se garantir a ordem política e os fins a que um Estado se propõe.

LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO

Todos os cidadãos e cidadãs continuam sendo mães ou pais, protestantes ou católicos, etc. a grande questão é que existe uma esfera pública, típica do exercício da cidadania, e uma esfera privada, específica ao exercício da vida particular de cada um, as quais demandam específicos modos de agir, sentir e pensar.

A Esfera Pública é: representada especialmente pelo sistema político e pela sociedade civil é o espaço no qual são definidos os direitos e deveres extensíveis a todos, espaço no qual as pessoas devem agir na condição de iguais.

A Esfera Privada: refere-se particularmente aos âmbitos da família e do trabalho são os espaços em que as pessoas desenvolvem suas vidas particulares.

Podemos dizer que a esfera pública é o espaço no qual definimos o que é justo, o que é lei, o que deve valer para todos. E a esfera privada é o espaço em que decidimos a nossa vida pessoal.

Na esfera privada, a questão da diferença não é um problema. Ao contrário, é vista como uma virtude, como a confirmação de um dos pilares básicos das sociedades modernas, quando estas firmam entre seus valores máximos a liberdade das pessoas para viverem segundo suas próprias crenças e valores. O ponto central reside em percebermos o caráter complementar existente entre as esferas privada e pública.

Na esfera privada, ninguém é obrigado a possuir os mesmos gostos e interesses, pois há uma esfera pública que garante a todos a liberdade para realizarem suas próprias escolhas.

Isso significa que a preservação da liberdade privada só é possível se as pessoas, uma vez na esfera pública, agirem não como particulares orientado pura e simplesmente por interesses privados, mas como cidadãos dotados de crenças próprias e que

procuram estabelecer um consenso baseado na idéia da igualdade de direitos e deveres. Ao fazê-lo os cidadãos constroem as condições de existência própria da cidadania.

A esfera pública não se limita à representação partidária. Há uma outra via de acesso à vida político-democrático: a sociedade civil.

A Sociedade Civil define-se em contraposição ao Estado

(conjunto organizado das instituições políticas, jurídicas, policiais, administrativas, econômicas, etc., sob um governo autônomo e ocupando um território próprio e independente, o Estado representa a emanação da sociedade civil e da nação), podendo ser entendida como “o campo das várias formas de mobilização, de associação e de organização das forças sociais”.

A Sociedade Civil enraíza-se na vida cotidiana, envolvendo associações de moradores, ONG’s, entidades de classes e outras formas de associação que possibilitam a constituição de grupos de pressão. Estes possuem um papel fundamental, pois expressam a vitalidade política de uma sociedade que não se limita a uma política de “governos e partidos”.

Esse vigor explicita uma vontade política que se forma no cotidiano, buscando sensibilizar os Três Poderes às questões sociais, ou mesmo solucionando-as por iniciativa própria.

Quando a Esfera Privada Apropria-se da Esfera Pública

A apropriação privada da esfera pública significa a intromissão indevida de “marcas pessoais” no espaço público e a submissão dos valores de igualdade e liberdade ao valor hierarquia. E seu resultado prático é a alteração radical das regras da esfera pública: sob essas condições, o que vale é a marca e não a lei, de modo que o direito se transforma em favor.

Quando a esfera privada invade a esfera pública, o papel social do “cidadão” é abandonado em prol da emersão de pessoas dotadas de marcas distintivas, exigindo não mais o igual respeito e consideração típico dos cidadãos, mas tratamento diferenciado. Assim, o que é um dever civil (pagar tarifas), um direito político (pressionar os representantes políticos) ou um direito social (o acesso a linhas públicas de crédito) deixa de ser universal (extensível a todos) para tornar-se algo pessoal (exclusivo e restrito a poucos), de compadrio e favorecimento voltados para interesses privados.

Exercícios Propostos

O que foi o Renascimento?

Qual a origem do poder político?

O homem como sujeito da História define-se como?

Porque é necessário ao governante a necessidade de proceder como animal?

Qual é a regra para o político manter-se no poder?

Complete:

Maquiavel analisa a Religião. Demonstra ... propõe.

Como é representada a esfera pública?

A que refere-se a esfera privada?

Qual a diferença entre Estado e Sociedade Civil?

O que significa a apropriação privada da esfera pública?

FILOSOFIA

ENSINO MÉDIO

3.ª Série

Prof. Silvano

FORMAS CONTEMPORÂNEAS DE ALIENAÇÃO MORAL: INDIVIDUALISMO E CONDUTAS MASSIFICADAS

Alienação

O termo Alienação surgiu no séc. XVIII, quando o Filósofo francês Jean-Jacques Rousseau transferiu a idéia de alienação da doutrina jurídica para o âmbito filosófico-político com o objetivo de explicar o fundamento do Estado e da Sociedade Política. Para o pensador francês, a alienação é um fenômeno pelo qual os indivíduos deixam-se influenciar, perdendo sua consciência e transferindo seus direitos a terceiros.

Alienação é tornar algo alheio a alguém, isto é, tornar algo pertencente ao outro, seja este outro o que for.

Em suma alienação é o processo pelo qual os atos de uma pessoa são governados por outros.

Trabalho Alienado

Ao executar a rotina do trabalho, o ser humano vai se transformando em um escravo daquilo que cria por uma razão simples:

O trabalhador alienado não desfruta dos benefícios que resultaram de sua atividade profissional. O trabalho alienado produz para satisfazer as necessidades do mercado consumidor.

Segundo o Filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o trabalho alienado ocorre o seguinte modo:

Apresenta-se como algo estranho ao trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. O operário não se realiza em seu trabalho.

Afinal, o trabalho alienado é um trabalho de sacrifício que não pertence ao trabalhador, mas sim à pessoa que dirige a produção.

Consumo Alienado

No consumo alienado, o prazer de uso é muitas vezes substituído pelo poder da posse, isto é, um grande número de coisas é comprado apenas para ser possuído e não usufruído, o prazer de ostentar a posse de certas coisas tornou-se mais importante do que o prazer de usá-las.

O consumidor alienado age como se a felicidade consistisse, apenas, numa questão de poder ter as coisas.

No consumo alienado o consumidor “compra rótulos e marcas”, só satisfaz os desejos e as fantasias que lhe foram inculcadas pela mídia (meios de comunicação, inclusive a Internet.).

Esta atitude das pessoas corresponde aos interesses dos grandes grupos econômicos. Produzir para consumo de forma que logo esta produção se torne obsoleta, é um princípio fundamental do modo de produção capitalista.

O Lazer Alienado

O processo de alienação na sociedade afeta também a utilização do tempo livre destinado ao lazer.

A indústria Cultural e de diversão vende filmes, programas de TV (populares [trash]), casa de espetáculos, peças de teatro, como outro produto de consumo qualquer. Agindo dessa forma muitos querem acreditar que estão se divertindo.

O conceito de “Indústria Cultural” foi veiculado pela primeira vez em 1947, pelos Filósofos Horkheimer e Adorno, no texto A Dialética do Iluminismo. O termo foi cunhado em oposição à cultura de massa, que dava a idéia de uma cultura surgida espontaneamente da própria massa.

Para Adorno, a idéia de que os produtos da Indústria Cultural vem do povo é equivocada, pois esta indústria, ao aspirar à integração vertical de seus consumidores, isto é, atinge todas as classes sociais, não apenas adapta seus produtos ao consumo das massas, mas também determina esse consumo.

Para os frankfurtianos os produtos da Indústria Cultural teriam cinco funções:

  1. Serem comercializados;
  2. Promover a degradação e a deturpação do gosto popular;
  3. Obter uma atitude sempre passiva de seus consumidores.
  4. Os produtos da I.C. jamais devem desagradar os consumidores.
  5. A produção é homogeinizada e nivelada por baixo.

Relação Social Alienada

As relações humanas estão cada vez mais afetadas pela indiferença recíproca. Não há um envolvimento, somente um jogo de interesses. As pessoas não são amigas e nem inimigas. Conversam sobre o supérfluo e trocam cumprimentos formais.

Não ocorre entre elas a troca de experiências e sentimentos verdadeiros. Não há amor ou solidariedade entre as pessoas, exceto se essas atitudes forem “midiatizadas”.

Para Adorno , a idéia de que os produtos da Indústria Cultural tem origem no interior da população é equivocada, pois a Indústria Cultural, ao aspirar à integração vertical de seus consumidores, isto é, atingindo a todas as classes sociais, não apenas adapta seu produtos ao consumo das massas, mas também determina esse consumo.

Relação Pessoal Alienada

Atingido pelo processo de alienação, o ser humano perde o contato com “seu eu” , com sua individualidade. Sente-se como uma “coisa” que precisa alcançar os sucessos: no amor, financeiro, pessoal, sexual, intelectual, social, etc. O indivíduo, ao deixar-se, submete-se ao mercado. É como se disséssemos ao mundo: “Eu serei como tu queres que eu seja”.

Numa palavra: “submissão”.

A Televisão Alienante

As programações de TV, em toda a América Latina, segue os seguintes preceitos alienadores, influenciados pela Indústria Cultural dos EUA:

  1. Silenciar ao máximo sobre questões da política nacional que possam causar polêmicas ou descontentamentos;
  2. Privilegiar, em contrapartida, esportes (Copas do Mundo, Olimpíadas, etc.) cataclismas (furacões, tsunamis, enchentes, etc), crimes passionais, notícias sensacionalistas (acidentes aéreos, suicídio de baleias, desabamentos de metrô ou de Igrejas, etc), entre outras;
  3. Aumentar o espaço para notícias internacionais;
  4. Transmitir os conteúdos das informações de modo a conduzir, os telespectadores, muito mais ao conformismo do que à uma reflexão sobre o assunto, divulgando dados soltos, em ritmo acelerado, sem dar tempo para a análise minuciosa do público;
  5. Minimizar ou neutralizar a importância dos Movimentos Populares, das reações anti-imperialistas ou dos processos revolucionários;
  6. Etiquetar ou rotular as pessoas envolvidas na política, conduzindo o público a simpatizar ou antipatizar com elas, conforme os interesses do agente de divulgação;
  7. Utilizar grande volume de imagens que dêem ao telespectador a convicção de que o que se relata é verdadeiro.

Exercícios Propostos

Para o Filósofo Jea-Jacques Rousseau o que é a Alienação?

Complete:

O trabalho alienado ... atividade profissional. O trabalho alienado ... consumidor.

O que é o prazer dentro do contexto do consumo alienado?

Quais as cinco funções da Indústria Cultural?

Exponha o que você entendeu sobre o “amor ou solidariedade midiatizados”.

De acordo com a Relação Pessoal Alienada, o que vem a ser Submissão?

Quem influencia as programações de Televisão da América Latina?

Complete:

A Televisão Alienante procura silenciar ao máximo ... descontentamentos.

Dê sua opinião sobre o terceiro preceito da televisão alienante e justifique-o.

Porque a televisão alienante utiliza grande volume de imagens em seus noticiários?

INTRODUÇÃO A BIOÉTICA

A Bioética estimulada pela mídia sensacionalista e uma infinidade de artigos e debates. Na imprensa comum e até na imprensa científica, multiplicam-se propostas extravagantes, como a de clonar seres humanos descerebrados, para servirem de “bancos de órgãos”, a de clonar “filhos” para os casais portadores de doenças hereditárias a partir do cônjuje sem problemas, a de fecundar óvulos de chimpanzé com espermatozóides humanos, para “produzir seres subumanos destinados a funções de trabalho repetitivo e penoso”, e tantas outras.

DESAFIOS ÉTICOS CONTEMPORÂNEOS: A CIÊNCIA E A CONDIÇÃO HUMANA.

Fecundação In Vitro com Transferência de Embriões

Conhecida abreviadamente pela sigla FIVET, vem sendo aplicada de maneira regular para resolver certos casos de esterelidade em casais que não podem ter filhos de forma natural, especialmente em conseqüência de uma obstrução definitiva da trompa de Falópio na mulher, que impede o encontro do óvulo com o espermatozóide, ou de esterelidade masculina por produção de espermatozóides malformados, incapazes de fecundarem o óvulo

por si mesmos.

Valoração Ética

1) O ser humano deve ser respeitado como pessoa desde o primeiro instante de sua existência. Os embriões humanos produzidos in vitro são seres humanos e, conseqüentemente, são sujeitos de direitos: a sua dignidade e o seu direito à vida devem ser respeitados desde o momento da fecundação. Destruir um embrião humano é matá-lo.

2) Toda experiência não diretamente terapêutica com embriões humanos é ilícita.

3) É imoral produzir embriões humanos destinados a serem usados como material genético disponível.

Transplante de Órgãos

O transplante pode ser definido como “o deslocamento de uma parcela maior ou menor de tecido ou de algum órgão de uma parte do corpo para outra, ou de um organismo para outro”. São numerosos os tecidos e órgãos que já foram transplantados: rins, coração, córnea, fígado, pâncreas, pulmão, pele, válvulas cardíacas, etc. Os melhores resultados foram alcançados nos transplantes de rim e córnea.

Do ponto de vista moral, não há qualquer problema com o autotransplante, plenamente justificado.

Também é lícito o xenotransplante, de um animal para o homem porque a simples presença de tecidos ou órgãos que não tenham se originado no organismo da pessoa não representa nenhum tipo de degradação da dignidade humana.

No entanto, como uma das condições para o êxito do transplante é que um órgão proveniente do cadáver do doador seja retirado o mais cedo e rápido possível, para que o tecido nobre não se deteriore, torna-se necessário ter certeza absoluta da morte do doador antes de retirar-lhe o órgão. Por isso, do ponto de vista da Bioética, uma das questões mais importantes diz respeito à certeza da morte do doador humano.

Experiências com Seres Humanos

Os animais e plantas foram criados em função do homem, e por esta razão, quando há um motivo razoável, podem ser sacrificados em benefício do ser humano, servindo-lhe de alimentação, de material de experimentação científica, etc. Mas o homem nunca pode ser sacrificado em função do homem, pois não é lícito fazer experiências científicas usando o ser humano como simples cobaia.

Em face disso, convirá repisar que o cientista é um homem, e por isso está submetido aos preceitos da Ética como qualquer outro profissional.

Da mesma forma, todo avanço médico tem de submeter-se aos princípios morais, como aliás acontece em todas as áreas do saber humano. O pesquisador experimental não tem por que gozar de qualquer privilégio ou isenção especial.

No entanto, em toda pesquisa sobre novas terapias ou medicamentos, há um momento em que não bastam as experiências já realizadas sobre animais de laboratório e é preciso fazer alguns testes in anima nobili , isto é, em pacientes vivos. Portanto, há experiências que se podem realizar licitamente no ser humano. Quando, no julgamento de Nurenberg, se tornaram públicos os crimes do médicos nazistas nos campos de concentração, elaborou-se um código de Ética, posteriormente ampliado e aperfeiçoado na Declaração de Helsinki, em 1964, posteriormente revista em Tóquio, em 1975. Essa declaração estabelece os requisitos para a licitude de experiências no ser humano:

  • O experimento deve ter suficiente fundamento científico e uma base experimental prévia, na qual tenham sido usados animais de laboratório, para evitar riscos desnecessários ao ser humano.
  • Aquele que realiza o experimento deve ter uma adequada formação humana e científica, bem como a devida sensatez e senso de responsabilidade.
  • O risco que o paciente corre com relação à vida, saúde, doenças, etc., deve ser proporcional aos benefícios que ele e a sociedade possam ter diretamente.

Portanto, são ilícitas todas as experiências que comportam um perigo grave e não tem utilidade para a saúde da pessoa que é submetida a esse procedimento arriscado.

Experiências com Embriões

A partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida. Portanto as experiências com embriões não se diferenciam em nada daquela que se pratica em seres humanos adultos; mais ainda, é agravada pela particular vulnerabilidade do feto, completamente desprovido de meios de defesa.

Pela sua condição de ser humano desde o começo da concepção, o embrião não pode ser objeto de experimentação, nem sequer até o 14º dia da sua existência.

Qualquer experiência não diretamente terapêutica com embriões vivos é, absolutamente ilícita, tanto como as experiências do médico nazista, o Dr. Menguele.

E o mesmo caso se aplica à prática de manter embriões vivos para fins comerciais.

Se é imoral obter embriões mediante fecundação in vitro para qualquer finalidade, mesmo para dar filhos a um casal estéril, a gravidade é ainda maior quando isso se faz para obter material de pesquisa.

Diante desse panorama o Parlamento Europeu proibiu:

  1. O comércio de embriões e fetos humanos, bem como o seu uso com fins industriais.
  2. A criação de seres humanos idênticos por clonagem, com fins de seleção racial ou por outros motivos.
  3. A implantação de embriões humanos em úteros de animais ou vice-versa.
  4. A fusão de gametas humanos com as de outras espécies animais.
  5. A produção de seres humanos em laboratórios.

São medidas que auxiliam, mas insuficientes, se não se combatem ao mesmo tempo as práticas que preparam o terreno para esses abusos: o aborto e a fecundação in vitro.

Genética e Bioética

A dignidade humana deve ser respeitada, tanto na fase embrionária ou fetal, como posteriormente. Em qualquer etapa de seu desenvolvimento estamos diante de uma pessoa humana.

As intervenções genéticas no mesmo são lícitas apenas quando visam o benefício do indivíduo no qual se realiza a intervenção.

Não é lícito alterar o patrimônio genético normal do homem. Mas é lícito intervir no seu patrimônio genético defeituoso quando se pretende obter um resultado terapêutico em benefício do próprio indivíduo, desde que exista o consentimento do mesmo ou dos seus representantes legais.

Clonagem

Quando as experiências de clonagem se restringem a seres irracionais, em princípio a Ética nada tem a objetar. Os problemas éticos se apresentam quando os cientistas tentam fazer com o ser humano as mesmas experiências que se fazem com o gado e com outros animais.

Até o aparecimento da ovelha Dolly, porém, ainda não se tinha conseguido obter a clonagem usando o núcleo proveniente de células somáticas adultas (células da pele, dos músculos, do cérebro, etc.).

Por isso, a clonagem de Dolly gerou reações em todos os países do Ocidente, que se apressaram em proibir qualquer tentativa de clonagem humana.

Na tempestade pós-Dolly, o Grupo Europeu de Conselheiros sobre as Implicações Éticas da Biotecnologia apressou-se a tomar uma posição contrária à clonagem humana.

Noëlle Lenoir, presidente desse organismo, afirma numa entrevista concedida ao jornal Lê Fígaro: “Se se usasse a clonagem para fabricar dois ou mais indivíduos geneticamente idênticos, o ser humano seria instrumentalizado, o que não é aceitável. Em nossa opinião, a instrumentalização começa no momento em que se utiliza a técnica da clonagem de uma pessoa para satisfazer uma necessidade de ordem pessoal ou utilitária. Isso contradiz a concepção ocidental do Direito, que remete ao fundamento ético, isto é, ao princípio, do Filósofo Immanuel Kant, que diz ‘o homem é um fim e não pode ser considerado apenas um meio. O homem não é um objeto, é um sujeito no sentido pleno do Direito’ ”.

Exercícios Propostos

O que significa a sigla FIVET?

Qual a definição do transplante de órgãos?

Qual é o principal motivo que se aplica a Fecundação in Vitro com transferência de embrião?

O que é xenotransplante?

Porque o homem nunca pode ser sacrificado em função do próprio homem?

Que motivos levaram a criação da Declaração de Helsinki, em 1964?

Porque o embrião não pode ser objeto de experimentação?

Quando as intervenções genéticas são lícitas?

Porque a clonagem da ovelha Dolly gerou reações no mundo ocidental?

Qual é o princípio do Filósofo Immanuel Kant, que vai contra a clonagem humana para satisfazer uma necessidade de ordem pessoal ou utilitária?

REFERÊNCIAS

ABRÃO, B.S (Coord.). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores)

ALVES, M.M. Lógica: Uma Introdução. Taubaté: Edição Própria, 2000.

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CHAUÍ, M. Convite à Filosofia.13.ed.São Paulo: Ática,2005.

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FINI, M.I (Coord.). Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Filosofia. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – SEE. 2008.

JAPIASÚ,H; MARCONDES,D.Dicionário Básico de Filosofia.3.ed.Rio de Janeiro:Zahar,2001.

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OLIVA, J.T. Afinal, O Que é a Clase Média?Veja na Sala de Aula. São Paulo. ed.2020.n.24,p.6e7,2007.

PAIVA, V.D. Filosofia Encantamento e Caminho: Introdução ao Exercício do Filosofar. São Paulo: Paulus, 2002.

SADEK, M.T. Maquiavel: A Política Como Ela É. São Paulo: FTD, 1996.

SANTOS, A.R.D. Ética: Caminhos da Realização Humana. 3.ed.São Paulo: Ave Maria, 2001.

SENAI, DN. Educação e Cidadania (série Senai Formação de Formadores), 2000.

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TELES, A. X. Introdução à Filosofia. 21.ed. São Paulo: Ática, 1984.

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

GAARDER, J.O Mundo de Sofia. São Paulo: Cia. Das Letras, 1995.