Ladrão Azarado

Mário Tinha 35 anos, casado, pai de dois filhos, professor em escola de 1º grau, estava a comer o pão que o diabo amassou, sua esposa da noite para o dia, sem que, nem porque aparente, resolveu voltar para casa da mamãe e, de quebra levou as duas filhas.

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Mário tentou reatar, de tudo fez, levou Glorinha para o cinema e, nem bem o filme havia terminado, o telefone celular dela toca, era a sogra aflita, pois a Paulinha filha mais nova de Mário estava febril, Glorinha diz a Mário que ele não precisa ir que qualquer coisa mais grave ela telefona, Mário insiste em acompanha–lá, porém Glorinha o convence a ficar, argumentando que sua Mãe não sabe que ela havia saído com ele.

Após quase uma semana, de tanto Mário insistir, Glorinha Resolve ir ao seu encontro, Jantam, Mário compra flores, Glorinha se sente amada, resolvem dar uma esticada até o motel.

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Mário está feliz, enfim estava a reconquistar seu grande amor, Glorinha ao som da boquinha da garrafa começa o strip, Mário se empolga, quando Glorinha já despida e ofegante se achega o seu corpo no de Mário, neste momento, nota algo frio e estranho olha pra baixo e se espanta, com aquilo murcho, frio e sem vida, Glorinha por três longas horas se esforça, faz respiração boca a boca, massagem e nada, cansada e, sentindo-se humilhada diante daquela situação resolve se vestir e ir embora.

Passam-se quatro longos meses sem Mário conseguir falar com Glorinha, num sábado à tarde Mário foi ao shoopping comprar o presente de aniversário de sua velha e amada mãezinha, de repente ele da de cara com Glorinha atracada com um baita de um negão, que mais parecia um guarda roupa, Glorinha o cumprimenta e de imediato lhe apresenta Zelão seu namorado, Zelão estende a mão para Mário e pergunta “Ocê meiorou daqueles pobrema?” Mário fica sem entender, até que Zelão resolveu lhe indicar uma garrafada a base de ovo de pata e pau Pereira que segundo Zelão levanta moral de qualquer um, foi demais, impossível de agüentar, depois dessa, Mário sai apressadamente sem sequer se despedir.

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Mário Lembra de Glorinha e Zelão a tristeza o abate cada vez mais, os dias vão passando, ele não tem motivação para sair de casa, uma semana, duas, três, um mês, dois, três, é demitido por justa causa abandono de emprego, as contas vã se avolumando, a única conta que está em dia é o carnê do Fiat Palio 1.0 98 que fora adquirido em nome de Dalva sua irmã, que vendo a situação, resolveu arcar com as prestações para não sujar seu nome.

Tempo depois, finalmente um dia amanheceu melhor e, se pos a conversar com os desocupados do local onde reside, o papo vem, o papo vai, um deles de nome Mica se abriu, disse que tinha uma fita para fazer que ele ia ficar bem que Mário parecia um cara legal, que iria ajudar a tirá-lo da pior.

Após os preparativos, Mário. Mica e mais três outros resolveram que o roubo seria a uma joalheria em um shoopping e que a fita aconteceria no final do expediente.

No dia, hora e local combinado lá estava Mário e os demais, Mário ficou ao volante de seu Fiat Palio 1.0 98, carro que havia escolhido para não dar bandeira, pois além de seu, estava todo documentado e não seria alvo de suspeita em uma blitz.

Tudo estava dando certo, todos estavam com a camisa do Corinthians, entraram, renderam a todos, clientes e funcionários pegaram as jóias, relógios, alianças, anéis colocaram em um saco e correram para o carro onde se encontrava Mário, entraram e partiram, ai Mica reclama do calor, Mário orgulhoso do seu Fiat Palio 1.0 98  fecha os vidros e liga o ar condicionado, entra numa rua ainda próxima ao local do roubo, a rua tem uma parte plana e, sua maior extensão é uma subida, o Fiat Palio perde a velocidade, o ar condicionado não refresca, de repente o motor se revolta e morre, sai todo mundo para empurrar o carro morro acima, só Mário continua no carro, e, é nesse momento que, ele, sem ter ninguém a lhe vigiar, mete a mão no saco e, vai colocando em seus bolsos, parte do produto do roubo, anéis, alianças, relógios, seus comparsas nada notam, pois estão com a atenção voltada para o esforço físico que estão a fazer empurrando o carro morro acima, ai, acontece o inusitado surge uma viatura da PM que ao tentar ultrapassar o Fiat Palio, assusta os comparsas de Mário que fogem em desabalada carreira morro acima.

Mário ao ver a viatura, tenta se manter calmo, porém após a fuga de seus companheiros um dos PM lhe aponta a arma e manda que ele desça do carro, Mário ficou aterrorizado, seu medo era que a arma que estavam lhe disparasse, seus braços e pernas não obedeciam a seu comando.

O Fiat Palio 1.0, 98 desgovernado, ganhou velocidade morro abaixo em marcha a ré, o PM efetuou três disparos, o Fiat Palio bateu de traseira em um poste, adeus monobloco , foi PT, “perda total”.

Mário ficou sem Glorinha, sem seu xodó que era seu Fiat Palio, e ainda pediu seguro, pois seus comparsas na delegacia descobriram que parte do roubo fora encontrado nos bolsos de sua calça, que acaso não houvessem sido presos, nunca iriam descobrir que Mário havia lhes passado à perna.

Quanto a Mário somente foi parar atrás das grades, porque após ser retirado das ferragens e submetido a revista os PM encontraram em suas vestes parte do produto do roubo.

Pobre Mário, a combinação Zelão, Glorinha, ovo de pata, pau Pereira, Mica, Fiat Palio 1.0 98, Foi uma combinação infeliz para sua vida.

Redigido por: Mauricio Cleudir Sampaio.

u.palmares@ig.com.br.