MANIFESTO DE UM SOLITÁRIO

Costumo dizer - e repetir - àqueles que ainda possuem a paciência para me ouvir que, se esta vida fosse um filme, dele, eu seria o herói, o mocinho!

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Ocorre que a vida não é esse filme e, nela, eu não passo, para muitos, de um boboca idealista e radical, cego por pensamentos antiquados e monetariamente inferior aos meus pares.

Sou malvisto por não seguir com o gado  e criticado por não curvar-me às atuais práticas baseadas tão somente em futilidades, modismos e lucros não merecidos.

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Em meu ramo, ou seja, a Educação Física, o cliente nem sempre tem razão. Aliás não tenho clientes porém alunos.

Algumas pessoas às vezes me procuram já com uma cura para o seu mal. Querem fazer o que gostam e não o que precisam. Geralmente o difícil e o certo são a mesma coisa e cabe aos profissionais sérios expor, para o próprio bem dessas pessoas, essa realidade.

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Devemos fazer a nossa parte e deixar que o aluno decida. Essa decisão porém não deverá jamais macular nosso trabalho. Não permita que seus alunos sabotem a sí próprios.

Meu sustento vem de meu conhecimento e do ingênuo, porém sincero, desejo de promover a saúde e a tão levianamente decantada "Qualidade De Vida".

Assumo o ônus da culpa em tentar orientar o aluno à sua independência física e mental e não à clausura da dependência quase química que alguns profissionais - que só tem a ganhar com a fraqueza psicológica de seus "clientes" -  insistem em alimentar.

O professor, o bom professor, não dá força ao seu aluno. O bom professor reconhece a força desse aluno e mostra, através das atividades, exemplo próprio e muito estímulo (verbal, psicológico e físico) como alcançar essa força e desenvolvê-la. Domá-la!

O bom professor apresenta o aluno para o próprio aluno, fazendo-o descobrir sua reais potencialidades e dando meios para superá-las e, quem sabe, superar o próprio professor!

O bom professor dá asas aos seus alunos e, independe do quanto ganham, sua fortuna se encerra neste momento de vitória e realização.

O bom professor NUNCA desiste de seu aluno. Quando muito o aluno, por achar-se incapaz, é quem desiste do professor - e dele próprio.

Dentre outras coisas já fui acusado (sempre de longe, pois as pessoas não se apresentam) de não ser ético por criticar os professores de vida fácil.

Devo, como professor de Educação Física, sempre defender meus irmãos de categoria mesmo estando alguns deles mal-intencionados?

Prefiro, assumindo os riscos dessa decisão, defender acima de tudo a integridade física e mental do ser humano. Prefiro proteger também a minha integridade e o amor pela minha profissão.

O respeito deve ser cultivado. O respeito próprio deve ser conquistado todos os dias, em nossa vida.