Parece que realmente o povo brasileiro tem vocação para sofredor.
As fortes chuvas que vem atingindo as regiões Sudeste e Sul do País nas últimas semanas, já provocaram dezenas de mortes em deslizamentos de terras, além de centenas de desabrigados e desalojados.
Na região Sudeste, o caso mais grave foi o deslizamento da encosta do Morro da Carioca, no município de Angra dos Reis, com o consequente soterramento da Pousada Sankay na noite do Reveillon, onde foram registradas mais de cinquenta mortes entre hóspedes, funcionários e moradores da localidade.
Nos municípios de Duque de Caxias e Magé, ainda hoje há vários bairros alagados e dezenas de desabrigados acolhidos em escolas da região. Os moradores com casas sob risco de desabamento estão sendo retirados das mesmas.
Nos estados de São Paulo e Minas Gerais. a situação é bem semelhante, porém notadamente nesse primeiro, a permanência de condições meteorológicas extremamente instáveis nos últimos dias, vem piorando as condições dos bairros atingidos e aumentando cada vez mais o número de desabrigados.
Na região Sul, além do registro de mortes, também há a perda de muitos hectares de lavouras, levando a prejuízos inestimáveis para os agricultores da região.
Não é preciso dizer que a situação é calamitosa, com familias inteiras sendo dizimadas e outras perdendo o pouco que tem.
As medidas adotadas até o momento pelo poder público, têm surtido pouco ou nenhum efeito prático. Tem se limitado tão somente a retirada defamí- lias de áreas de risco, porém sem dar garantias de resolução do problema num curto prazo.
Enquanto aguardam ajudapara reconstruir suas casas e restruturar suas vidas, as famílias atingidas choram e enterram seus mortos, envoltos num verdadeiro mar de lama e destruição e que tem que conviver eternamente com a lembrança dos momentos de horror que viveram.
Vale lembrar que 2010 é ano de eleições para os governos estaduais. Não seria o momento, mesmo que tardio, ou em nome de seus próprios interesses ,de os governadores, muitos dos quais candidatos à reeleição, tomarem medidas drásticas e efetivas para garantir às populações de seus estados, que situações como essas, que beiram o caos, não venham a se repetir no futuro.
Quem sobreviver à enchente, verá.