O Lazer Dentro Da Sociedade Moderna

O LAZER DENTRO DA SOCIEDADE MODERNA

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GEOVANI DOS SANTOS SOUZA*

LEONARDO SILVA GARCIA*

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MAYRA DE SOUZA FERREIRA*

Resumo

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Quando falamos em lazer quase sempre lembramos de diversão e entretenimento, mas hoje nossa sociedade está demasiadamente ligada ao capitalismo, sendo difícil encontrar em nosso precioso tempo um espaço para o lazer, por isso e muito importante que as instituições ampliem e busquem soluções que façam com que os seus funcionários não desenvolvam lesões crônicas, não fiquem alienados e sem aumentar as suas capacidades intelectuais.

Introdução

Lazer no dia-a-dia pode ser um gesto que para alguns seria um absurdo, mas para outros, aquilo seria a maior diversão de suas vidas, o que pode ser interessante para um indivíduo pode ser desinteressante para outras pessoas, por isso a palavra lazer pode ser compreendida de acordo com a formação e desenvolvimento cultural. De acordo com a sua funcionalidade diária, esse lazer pode estar inserido no seu trabalho, dependendo de como funcione a sua jornada de trabalho. Se o indivíduo  está se sentindo a vontade, desenvolvendo sua capacidade de criar sem aquela cobrança de dar tudo certo, certamente essa pessoa além de render mais no trabalho terá uma qualidade de vida, mas melhor.

Palavras-chave: lazer; trabalho; sociedade; escola

O Conceito de lazer

Marcellino, (1996, p.11) Considera que “Não se pode conceituar o lazer de forma isoladamente sem relação com outras esferas da vida social. Ele influencia e é influenciado por outras áreas de atuação numa relação dinâmica”, portanto dentro da sociedade o lazer depende de cada individuo, no entanto ao pensarmos em lazer logo se tem a idéia de diversão. Para uns pode ser lazer ficar deitado em casa ou beber cerveja em um Boteco. Segundo Dumazedier (1983, p.34):

O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares ou sociais.

*Graduandos em licenciatura Plena e específica em Educação Física pela Universidade Vale do Acaraú.

O conceito de lazer em sua especificidade se liga nas concepções funcionais compensatórias e utilitárias. Sempre buscando o retorno de suas ações para tirar proveito e beneficiar-se do mesmo, o lazer pode ser ao mesmo tempo férias e trabalhos voluntários, andar e fazer esporte, prazeres gastronômicos e entretenimentos musicais, atividades de azar, leitura de jornal e estudo de uma obra-prima, conversa fútil e conversa cultural. São atividades que não visam à obtenção de um pagamento e colocam-se à margem das obrigações familiares, sociais, políticas e religiosas. São desinteressadas e realizadas livremente, a fim de proporcionar satisfação aos indivíduos que as praticam. Assim o lazer não pode ser compreendido como um simples assimilador de tensões ou alguma coisa boa que ajude a conviver com as injustiças sociais.

Existe lazer no trabalho? A resposta é positiva desde que se possa sentir prazer naquilo que se está fazendo, logo unido o útil ao agradável, trabalhar e divertir-se ao mesmo tempo. No entanto se o individuo trabalhar constrangido, mal humorado, pressionado pelo chefe pode gerar um mal estar muito grande e até um desgaste emocional, o que acarretará numa perda de produtividade.

O Lazer na escola: A escola é a instituição responsável pela construção do conhecimento, promovendo processo de ensino-aprendizagem, a escola é de onde predomina a forma de ensinar e aprender. Compreendemos a educação como mediadora de um contexto social determinado, se faz necessário criar redes dialógas entre a escola e a comunidade. Uma dessas redes, se considerarmos uma ação efetiva no que se refere ao envolvimento do grupo, pode ser definida a partir de praticas de lazer podendo ser exploradas em ambos os espaços. Ao mesmo tempo, é preciso buscar compreensão sobre os papeis dos dois: escola e lazer, na construção de uma sociedade crítica e participativa. Assim, durante as aulas o professor deve criar oportunidades para que o aluno assimile o conhecimento de forma prazerosa, desenvolvendo habilidades e atitudes, que estimulem a criatividade, criticidade e suas capacidades cognitivas, ou seja, a ludicidade deve estar sempre presente na pratica do processo, pois de forma prazerosa se torna, mas fácil aos educandos assimilarem as atividades pedagógicas bem como os conteúdos.

Marcellino (1996, p.18), defende que:

O ideal é que cada pessoa praticasse a atividade que abrangesse o vários grupos de interesse, procurando dessa forma exercitar, no tempo disponível, o corpo,  a imaginação, o raciocínio, a habilidade manual, o os outros costumes e o relacionamento social, quando, onde, com quem e  da maneira que quisesse.

Logo podemos afirmar que de alguma forma existe lazer na escola e no trabalho cabe a cada líder criar mecanismos para aplicar está opção.

As barreiras para o lazer

Dentro de uma sociedade onde “tempo é dinheiro”, as pessoas não dão um valor supino ao lazer, ou seja, não se preocupam consigo mesmo, na agitação do dia-a-dia de trabalhar até nos finais de semana, deixando de se preocupar com a sua própria saúde, a hora que era para o seu lazer ela inventa outro trabalho para que haja um aumento na renda mensal de sua família.

Fica a interrogação trabalhar-se muito para ganhar dinheiro por necessidade ou por ambição?

MARCELLINO, 1996 apresenta alguns fatores de resistência ao lazer e que sua prática se constitua em privilégio: o primeiro é o sexo, pois segundo ele a sociedade ainda é machista e no país homens e mulheres exercem as mesmas funções, porém com salários diferentes. O segundo aspecto é a faixa etária, por as crianças estarem fora do mercado de trabalho, não são consideradas como ser que deva ter uma vivência no lazer e sim como apenas preparação da vida adulta. O idoso por já ter saído do mercado de trabalho tem dificuldades em participar de atividades de lazer.

Opção de lazer e aumento da produção: a ginástica laboral

Atulmente impõe-se uma nova rotina aos trabalhadores, que geralmente têm uma vida sedentária, passando diversas horas na mesma posição e quase sempre repetindo movimentos milhares de vezes ao dia, com isso, os trabalhadores têm grandes chances de desenvolver patologias como a lesão por esforço repetitivo (LER). Para reverter esse quadro as empresas estão investindo cada vez mais em seus funcionários. Por mais que seja apenas por alguns minutos o lazer no trabalho tem extrema importância

Com a crescente preocupação das empresas com a saúde e desempenho de seus trabalhadores faz-se da Ginástica Laboral uma nova oportunidade de trabalho para os profissionais de Educação Física, médicos e fisioterapeutas, para lidar com a prevenção de lesões em seus funcionários.

Ginástica laboral é a realização de exercícios físicos no ambiente de trabalho, durante o horário de expediente, para promover a saúde dos funcionários e evitar lesões de esforços repetitivos e doenças ocupacionais. Porém segundo LÉO (1998), o insucesso na abordagem deste fenômeno, passa muitas vezes por profissionais mal preparados quanto à complexa fisiopatologia que cerca o fenômeno, a falta de abordagem interdisciplinar, bem como ao freqüente diagnóstico impreciso. Portanto se faz necessário a presença de profissionais capacitados e credenciados para atuar nessa área.

Um intervalo para o lazer no trabalho, como uma proposta alternativa para os setores produtivos de maior desgaste físico e mental, busca suporte no combate à monotonia e fastio das tarefas repetidas e rotineiras, ou seja, quando o homem está satisfeito, suas habilidades produtivas são quase ilimitadas, já estando insatisfeito, sua capacidade produtiva atinge níveis baixos. Diante desta observação imparcial do homem, empresários começaram a interessar-se pelas atitudes de seus funcionários. Muitas empresas lançaram os esforços no sentido de determinar as necessidades e desejos destes. Uma vez identificados, as empresas podem tomar a medidas necessárias que satisfaçam os trabalhadores. “(GRANDO, 1999. p. 59-60). Afirma que: “A finalidade básica das atividades recreativas no trabalho é satisfazer as necessidades e desejos no tempo livre, considerando a individualidade de todos os participantes”.

Segundo o artigo publicado no site do CONFEF existem dois tipos de Ginástica Laboral: a Preparatória e a Compensatória.

A preparatória é realizada antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho. Ela é constituída de aquecimentos e ou alongamentos específicos para determinadas estruturas exigidas. O objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões. Geralmente tem duração de 5 a 10 minutos.

A compensatória é realizada no meio da jornada de trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios específicos de compensação. Praticada junto às máquinas, mesas do escritório e eventualmente no refeitório ou em espaço livre, utilizando exercícios de descontração muscular e relaxamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades profissionais crônicas.

Considerações finais

Analisando o conceito de lazer vimos que ele é bastante abrangente não se limita apenas a recrear ou se divertir, é fundamental na vida de todos e abrange todos os setores da sociedade.

Tendo o lazer como aporte na escola e na comunidade, pode oportunizar uma prática que considere e respeite às identidades e manifestações culturais do lugar, estas manifestações podem até encontrar acolhimento espacial na escola, mas são desprezados em seu componente agregador de valor e, portanto, dotados de pluralidade de identificação. Ao situarmos a prática pedagógica da educação física no espaço escolar, questionamos sobre a sua possibilidade dialógica como fomentadora de uma práxis libertadora. Tentando buscar e dimensionar os conceitos de lazer e tempo livre, hoje embutidos na pedagogia como contribuição extra, o que projeta ações pejorativas em relação às manifestações localizadas na comunidade, a exemplo do hip hop, rap, pagodes e rodas de sambas. Ao conceituar tais manifestações, subestimamos o significado maior delas que é seu fator agregador social, cultural e político. Dessa forma fechamos as portas a um possível processo de aproximação entre pedagogia e comunidade e todos perdem com isso.

O que se pôde perceber é a diversidade da herança cultural popular tem sido historicamente afastada do âmbito educacional brasileiro, especialmente a cultura corporal e arte. Isto porque, a educação percorreu uma trajetória distante dos movimentos e das classes populares, embora presenciemos diversos e diferentes movimentos em que as organizações populares propunham uma concepção popular de educação que encontrava certa expressão. No entanto, as políticas públicas brasileiras até hoje, ainda não deram a devida importância e tratamento à temática educação e cultura.

Nos locais de trabalho ter um tempo reservado ao lazer é extremamente importante, e ninguém perde com isso, muito pelo contrário, alguns minutos para descansar, se alongar ou simplesmente para conversar, pode reduzir os níveis de estress fazendo com que o assalariado trabalhe, melhore e produza mais.

Referencias

CONFEF, Revista: Educação Física responsabilidade social e compromisso com o futuro; Ginástica Laboral 2004.

Acesso em 24 /02/2010. Disponível em: www.confef.org.br/prof.Ginástica Laboral

DUMAZEDIER, J. 1979. Sociologia empírica do lazer. Tradução de Silvia

Mazza e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva/Sesc.

GRANDO, J. C. Recreação Industrial uma Tendência na Empresa. Blumenau:

FURB, Dynamis – Revista Tecno-Científica. v. 7, n. 26, jan/mar, 1999.

LÉO, J. A.;  COURY, H. J. C. G. Em que os Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT) se Diferenciam das Lesões por Esforços

Repetitivos (LER)?. Revista Fisioterapia em Movimento. V.10, n.2, out/97-mar/1998.

p. 92-101.

LONGEN, Willians Cassiano: Ginástica laboral na prevenção de ler/dort? Um estudo reflexivo em uma linha de produção; dissertação de mestrado, Florianópolis 2003.

MARCELLINO, Nelson Carvalho: Estudo do Lazer – Uma Introdução; Editora Autores Associados, 1996 – Campinas/SP.

MARCELLINO, Nelson. 1987. Lazer e educação. Campinas: Papirus.