Papel e poesia

Sê tu, uma ávida folha, que em suas linhas paralelas

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Enchem-se de gozo, ao com a ponta molhada da caneta tocar

Tua pele de papel maciço, sedento das tuas palavras secas,

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Atrevidas, porém ei de amar.

A correntinha vermelha que carrego no braço indica

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Minha crendice, nos tantos deuses que se possam inventar

A loucura súbita em acreditar que uma força estranha possa

Me ajudar com seus santos e outros trá –lá –lás.

Naquela folha de papel ponho minhas observações

Tão imaturas, tão falsas, que até me fazem criar ilusões

Assim despeço-me do meu ar, do meu pecado original

Que foi o poder de te amar...