Principais características que propiciaram o surgimento da Geografia na Alemanha

A Alemanha foi o país com problemas sociais históricos, isto é, seu poder interno se encontrava disperso por várias unidades confederadas, principalmente entre a Áustria e a Prússia, assim como, atritos políticos e sociais e, sobretudo, territoriais na sua racionalidade, de busca/disputa pelo poder em consenso, vista e expandindo os pensamentos geográficos no seu processo de unificação (Confederação Germânica).

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Então, as características que proporcionaram os principais e notáveis contribuições para uma Geografia sistematizada, nasceram no seu processo histórico, da constituição do Estado/Nação da Alemanha, pois devido à necessidade de acompanhar as dinâmicas políticas ao seu redor, a Alemanha cresceu, usufruindo de fatores da Geografia para desenvolver sua organização como unidade, marcada pela identidade e fusão prussiana dos germânicos. Foi com as intencionalidades geográficas da Alemanha que houve as primeiras evoluções concretas do pensamento geográfico.

Nesse sentido, a Alemanha se viu obrigada a recorrer às abordagens geográficas recém elaboradas, para se manter numa competição com outras europeias, país forte hegemônico, militar e politicamente, no intuito de expandir seu território e suas ideologias (seus ideais), para aumentar suas áreas de domínios e, por conseguinte, seu crescimento econômico que propagava o progresso e a civilização.

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Sem dúvida, os andamentos da Alemanha como precursora de fundamentais pensamentos geográficos estão ligados aos acontecimentos ocorridos na Europa e no mundo, como: conflitos territoriais entre impérios, o sistema feudal, o Iluminismo da França, assim como as Grandes Navegações, o Colonialismo e o Imperialismo, que, no entanto, a Alemanha não foi pioneira em nenhuma das imposições destacadas. Mas esteve presenciando estes acontecimentos diretos ou indiretamente e, sobretudo, usando as noções geográficas nas duas grandes guerras do mundo, com o crescente uso das técnicas cartográficas.

Daí, revela-se a importância de sua organização territorial e sociopolítica dentro de suas carências que foram reconstruídas pelo uso e percepção dos pensamentos geográficos, usados como sua defesa e, intrinsecamente, como arma da manutenção de sua intencionalidade política e social, pois faz parte dos domínios da Geografia a análise dos espaços, que se materializam nos agentes da sociabilidade, a saber, a ascensão das modalidades capitalista, do comércio e do lucro.

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Contribuições ao Conhecimento Geográfico

Antes das preocupações territoriais desse país, que enriqueceu a Geografia moderna, isto é, antes do século XVIII, os conhecimentos geográficos não tinham uma continuidade padrão e notável em suas formulações e orientações, nas coerências empírica e epistemológica das ciências reducionistas.

Portanto, as elaborações seguras dos conhecimentos geográficos ocorreram mais ou menos no início do século XIX, como fruto das ilustrações e diversos fatores vindos dos pensadores geográficos da Alemanha e, por conseguinte, da França. Crescendo assim a Geografia junto com os desenvolvimentos autônomos e particulares da Alemanha neste período, porém dentro da evolução das relações capitalistas de produção, sabendo que as vigorosas relações capitalistas penetraram em atraso neste país.

Dentre os autores e pensadores da significação da Geografia de origem alemã e prussiana, temos:

Friedrich Ratzel
Com os pensamentos geográficos do antropocentrismo, ou mesmo antropogeografia, legitimou as ramificações expansionistas do Estado alemão recém-construído. Dando início à Geografia Humana e considerando-a como o estudo das influências que as condições naturais exercem sobre a humanidade. Ele faz uma associação entre o território e o povo e elabora o conceito do “espaço vital”, representando um equilíbrio entre a população e os recursos naturais, conectando o homem aos elementos paisagísticos.

Alexandre von Humboldt e Karl Ritter
Humboldt abordava os pensamentos geográficos avaliando a flora nos diversos biomas, de forma botânica. Já Ritter fazia observações mais humanizadas, focando no homem e suas ações como determinantes da identidade de um espaço geográfico.

Conclusão

É na Alemanha e na sua unificação que encontramos os precursores iniciais e as características da riqueza do pensamento geográfico, criados por alemães esclarecidos e preocupados em melhor compreender seu meio e outros lugares. Estes pensamentos desenvolveram noções de constantes influências sociais na natureza, trazendo variados protecionismos e exclusões.

Referência Bibliográfica

  • Morais, Antonio Carlos Robert. A Gênese da Geografia Moderna. Editora: HUCITEC, São Paulo, 1989.

Feito por Rafael Brito dos Reis
http://lattes.cnpq.br/5828207513252978
E-mail: rafaelpresbiterianoigeo@yahoo.com.br