Qual é o Verdadeiro Preço da Arte?

Há cerca de 13 anos resolvi “ouvir a voz que falava mais alto” e decidi ser artista. Tornei-me mágico profissional e até hoje trabalho com esta maravilhosa arte, sempre estudando muito e procurando cada vez mais me aperfeiçoar para atender cada vez melhor os meus clientes.
Sempre me perguntei também qual é o real valor do trabalho de um artista.
Por que, por exemplo, um quadro do artista “x” vale menos que um do artista “y”?
Ou um show do “fulano” vale mais que um do “cicrano”?
Procuro sempre conversar com pessoas bem informadas e de bom senso e muitas respostas foram: porque o produto do artista “y” é melhor do que o produto do artista “x”.
Acho que nos dias de hoje essa resposta não convence muita gente. Temos visto muitas “celebridades” instantâneas que se dizem artistas e cobram dezenas de vezes mais por um “show” de pouca qualidade se comparado com muitos artistas anônimos que povoam os diversos ambientes de entretenimento da maioria das cidades.
Definitivamente a palavra “qualidade” parece que ficou um pouco à parte quando o orçamento para um evento é apresentado.
O que vale, então? Ora, o primeiro quesito é: qual é o grau de interesse que o público tem em relação a esse “artista”? Esse “artista” atraírá muitas pessoas para o meu evento, ou para o stand da minha empresa em uma feira?
Outro fator é: quanto essa atração é importante para o seu cliente?
Se você é um artista e tem uma boa performance, será que consegue competir com a atração do stand ao seu lado em uma feira se ela for a última capa de uma revista masculina? Mesmo que essa “artista” não saiba articular uma única frase completa (e não vai precisar), o “show” dela certamente valerá muito, pois como eu disse, o grau de interesse do público é muito maior.
Eu, como mágico, já passei por diversas situações semelhantes e confesso, não há muito que se possa fazer.
Também não serve como consolo o fato de que a carreira dessa “artista” é efêmera e a sua pode durar uma vida inteira. Digo isso porque quando ela se for, outras virão.
A conclusão então é simples: o valor de um artista é representado pelo marketing que ele tem e não necessariamente pela qualidade de sua obra.
Dificilmente poderemos fugir desse fato.
Sendo assim, deixo o seguinte conselho, se é que vocês me permitem: faça a sua Arte com amor. Procure se esmerar ao máximo para ser muito bom naquilo que faz. Estude tudo sobre as técnicas que envolvem a execução do seu ato ou de suas peças. Estude também cultura geral, língua portuguesa, atualidades. Procure sempre estar bem informado.
Faça isso porque quando a “sorte” bater na sua porta você estará preparado.
O que é “sorte”?
É a conjunção de duas palavras: oportunidade e capacidade.
Pense nisso.

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