O ensino de uma língua estrangeira em nosso país obedece a duas necessidades: uma legal e outra político-cultural.
A necessidade legal se apóia em uma visão de currículo, que prevê o domínio e a capacidade de assimilar as diferentes disciplinas que compõe a grade escolar e a partir desse processo inicial de escolarização garantirá a continuidade do aprendizado nas séries seguintes.
Desse ponto de vista político-cultural, o ensino de uma nova língua é bem mais que um oferecimento de um simples instrumento de interação social: É uma abertura que permitirá, ao aluno a modificar seu mundo social e desempenhar-se efetivamente como um cidadão, reafirmando assim sua identidade sociocultural.
Atender a essas exigências é em suma propor um conjunto de objetivos e de estratégias pedagógicas que permitem ao aluno apropriar-se gradualmente desse novo sistema lingüístico que está efetivamente aprendendo, e demonstrando habilidades especificas que compreende. E pensando no processo aprendizagem com as competências de representação e comunicação de investigação e compreensão e de contextualização sócio-cultural, baseadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
A proposta é estimular os alunos a trabalhar de forma autônoma, de maneira que possam identificar suas possibilidades e dificuldades no processo da aquisição da língua espanhola.
O estímulo e a capacidade de ouvir, discutir, falar, escrever, descobrir, interpretar situações, pensar de modo criativo, fazer suposições, e inferências relativamente ao conteúdo, é um caminho que cremos; que vai ampliar capacidade de abstrair elementos comuns a várias situações, para que se possa fazer difundir e aperfeiçoar suas possibilidades de comunicação, criando significado por meio da língua.
A aprendizagem do espanhol não é um mero exercício intelectual de memorização de um repertório de vocábulos ou de conjunto de estrutura lingüísticas. E mais; é uma experiência de vida que amplia possibilidades de interação discursiva do mundo com o mundo.
Toda prática está embasada em alguma teoria. Alguma concepção de mundo sempre informa nossas atitudes e orienta nossas escolhas. Diante disso, é preciso estar, como os escoteiros, sempre alertas para os pressupostos que fundamentam não apenas nossas ações, mas também nossos pensamentos, nossos valores, nossos procedimentos interpretativos diante das coisas do mundo.
Assim ao ensinar línguas estrangeiras, os professores e seus alunos adentram a salas de aula, munidos de uma ou várias séries de pressupostos sobre o que seja uma língua, sobre o processo de ensino-aprendizagem daquela língua, sobre seu capital cultural no contexto social em que se insere. Tais pressupostos nem sempre encontram respaldo nas teorias desenvolvidas por lingüistas renomados, mas resultam do entrecruzamento ao mesmo tempo particular e socialmente construído que dada individuo realiza entre as diferentes comunidades discursivas de que faz parte.
Por isso é importante que estejamos prontos para identificar e desafiar constantemente nossos pressupostos e suas implicações.
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