Questões do livro “Propósitos e Natureza da Geografia” de Richard Hartshorne, Editora HUCITEC, Editora da Universidade de São Paulo, SP, 1978.

Capítulo 1, “O que se entende por Geografia como estuda da diferenciação de áreas”.

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1ª Relacione a noção de diferenciação de áreas, suas inter-relações, e a Geografia na concepção de Hartshorne.

A noção de diferenciação de áreas, na concepção de Hartshorne, é entendida que região não é algo dado (como para La Blache), mas sim, entende-se região como o produto de algo buscado continuadamente no espaço geográfico, isto é, uma busca das causas nas manifestações humanas no espaço e, sobretudo, nas dinâmicas da natureza, ou ambas.

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Nesse sentido, Hartshorne salienta que a geografia não é somente a ciência dos lugares dados, de fácil análise, mas sim, uma ciência complexa e densa que, busca compreender as totalidades pelas as partes afins.

Então, a Geografia, segundo Richard Hartshorne, não é uma mera descrição, e sim, trata das associações de fenômenos que conferem determinar caráter a lugares específicos (regionalizar) e, intrinsecamente, estudar para classificar as semelhanças e as diferenças que existem entre os lugares regionais, numa busca de fatores visando uma sistematização dos conteúdos e formas geográficas em categorias, porém, dentro de uma visão holística e geral. Por conseguinte, Hartshorne orienta também, que a expressão “diferenciação por áreas” podem induzir a erros se for fora da concepção ampla e não de super minuciosidades que a geografia aborda. Sendo, contudo, para Hartshorne, a concepção de diferenciação de áreas, é focada como uma busca racional das funções das manifestações orgânicas e inorgânicas no espaço geográfico e, no viés de diagnosticar e prognosticar suas inter-relações.

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2ª Qual a diferença entre os estudos de diferenciação de áreas para a Geografia e para outras “Ciências do Campo”?

A diferença entre os estudos de diferenciações de áreas para a Geografia e para outras “Ciências de Campo” é porque para a Geografia, temos um ponto de vista mais global, isto é, mais amplo, daí, não dando ênfase a análise de categorias particulares e fechadas, nos retro-efeitos das dinâmicas antrópicas e naturais. Mas sim, aos fenômenos que caracterizar as regiões mais notáveis, observando os fatores comuns (como por exemplo: o clima etc.). Pois a geografia ver as diversidades como diversidades em construção (imprevisíveis, porém passíveis de análises numa ótica total), e não, como diversidades de lugares fixos e pré-estabelecido.

Já, para as outras “Ciências do Campo” observa se como método nos seus estudos de diferenciação de áreas uma peculiaridade intolerante que, tendem a observar e estudar as diferenciações de áreas de maneira tópica e detalhada, que embaçam suas visões, ao tentarem enxergar outras modalidades de diferenciação de áreas, daí se prende as especificidades, não tendo olhares amplos / mundiais nos seus estudos de diferenciações de áreas e, sem uma visão de região em sistema (dinâmicas regionais em teias).

Enfim, sua diferenciação, é que para “Ciência do Campo” o uso dos estudos das diferenciações de áreas é somente um dos recursos de ajuda, dentre vários métodos ou técnicas que poderão utilizar para auxiliarem como ferramenta em um determinado estudo de interesse. E, para a Geografia os estudos de diferenciação de áreas são considerados como quase seu objeto de estudo concreto (tendo muitíssimo significado), e não somente, como um instrumento utilizado para facilitar um determinado objetivo no tempo de intencionalidade.

3ª Em que medida o conhecimento que foi produzido por viajantes se distingue do geográfico.

Os conhecimentos produzidos por viajantes se distinguem do geográfico, porque os simples viajantes tendem a terem olhares verticais, ou seja, óticas de análises viciadas que, perdem elementos importantes e determinantes de conclusão de algo. Nesse sentido, não sendo bem esclarecidos na busca do real e total, como os viajantes geográficos.

Portanto, se distingue pelos seus métodos de análise e perspectiva, como por exemplo, que, por conseguinte, se distingue pela suas técnicas, porque os conhecimentos geográficos dividem as partes para compreender os equilíbrios e desequilíbrios gerais, usando o método da associação e comparação que chega a resultados mais integradores, isto é, amplos e horizontais. Já, os simples viajantes se prendem a metodologia minuciosas que, sem querer, se vêem tradicionais, a saber, sem críticas marcantes com resultados da viagem de estudo, daí quase presos numa boia de proteção vertical.