Capítulo 1, “O que se entende por Geografia como estuda da diferenciação de áreas”.
1ª Relacione a noção de diferenciação de áreas, suas inter-relações, e a Geografia na concepção de Hartshorne.
A noção de diferenciação de áreas, na concepção de Hartshorne, é entendida que região não é algo dado (como para La Blache), mas sim, entende-se região como o produto de algo buscado continuadamente no espaço geográfico, isto é, uma busca das causas nas manifestações humanas no espaço e, sobretudo, nas dinâmicas da natureza, ou ambas.
Nesse sentido, Hartshorne salienta que a geografia não é somente a ciência dos lugares dados, de fácil análise, mas sim, uma ciência complexa e densa que, busca compreender as totalidades pelas as partes afins.
Então, a Geografia, segundo Richard Hartshorne, não é uma mera descrição, e sim, trata das associações de fenômenos que conferem determinar caráter a lugares específicos (regionalizar) e, intrinsecamente, estudar para classificar as semelhanças e as diferenças que existem entre os lugares regionais, numa busca de fatores visando uma sistematização dos conteúdos e formas geográficas em categorias, porém, dentro de uma visão holística e geral. Por conseguinte, Hartshorne orienta também, que a expressão “diferenciação por áreas” podem induzir a erros se for fora da concepção ampla e não de super minuciosidades que a geografia aborda. Sendo, contudo, para Hartshorne, a concepção de diferenciação de áreas, é focada como uma busca racional das funções das manifestações orgânicas e inorgânicas no espaço geográfico e, no viés de diagnosticar e prognosticar suas inter-relações.
2ª Qual a diferença entre os estudos de diferenciação de áreas para a Geografia e para outras “Ciências do Campo”?
A diferença entre os estudos de diferenciações de áreas para a Geografia e para outras “Ciências de Campo” é porque para a Geografia, temos um ponto de vista mais global, isto é, mais amplo, daí, não dando ênfase a análise de categorias particulares e fechadas, nos retro-efeitos das dinâmicas antrópicas e naturais. Mas sim, aos fenômenos que caracterizar as regiões mais notáveis, observando os fatores comuns (como por exemplo: o clima etc.). Pois a geografia ver as diversidades como diversidades em construção (imprevisíveis, porém passíveis de análises numa ótica total), e não, como diversidades de lugares fixos e pré-estabelecido.
Já, para as outras “Ciências do Campo” observa se como método nos seus estudos de diferenciação de áreas uma peculiaridade intolerante que, tendem a observar e estudar as diferenciações de áreas de maneira tópica e detalhada, que embaçam suas visões, ao tentarem enxergar outras modalidades de diferenciação de áreas, daí se prende as especificidades, não tendo olhares amplos / mundiais nos seus estudos de diferenciações de áreas e, sem uma visão de região em sistema (dinâmicas regionais em teias).
Enfim, sua diferenciação, é que para “Ciência do Campo” o uso dos estudos das diferenciações de áreas é somente um dos recursos de ajuda, dentre vários métodos ou técnicas que poderão utilizar para auxiliarem como ferramenta em um determinado estudo de interesse. E, para a Geografia os estudos de diferenciação de áreas são considerados como quase seu objeto de estudo concreto (tendo muitíssimo significado), e não somente, como um instrumento utilizado para facilitar um determinado objetivo no tempo de intencionalidade.
3ª Em que medida o conhecimento que foi produzido por viajantes se distingue do geográfico.
Os conhecimentos produzidos por viajantes se distinguem do geográfico, porque os simples viajantes tendem a terem olhares verticais, ou seja, óticas de análises viciadas que, perdem elementos importantes e determinantes de conclusão de algo. Nesse sentido, não sendo bem esclarecidos na busca do real e total, como os viajantes geográficos.
Portanto, se distingue pelos seus métodos de análise e perspectiva, como por exemplo, que, por conseguinte, se distingue pela suas técnicas, porque os conhecimentos geográficos dividem as partes para compreender os equilíbrios e desequilíbrios gerais, usando o método da associação e comparação que chega a resultados mais integradores, isto é, amplos e horizontais. Já, os simples viajantes se prendem a metodologia minuciosas que, sem querer, se vêem tradicionais, a saber, sem críticas marcantes com resultados da viagem de estudo, daí quase presos numa boia de proteção vertical.