Sem estrilar pague a conta.

São Paulo é uma metrópole que fascina, atraindo imigrantes de diversas regiões do Brasil e países vizinhos. Movidos pelas indústrias, comércio e riqueza da cidade, esses fluxos migratórios refletem a importância econômica de São Paulo, responsável por 12,26% do PIB nacional.

ANÚNCIO

Entretanto, o crescimento acelerado da cidade ocorre sem um planejamento adequado ou infraestrutura correspondente. A periferia se expande rapidamente, com construções improvisadas surgindo em áreas de preservação ambiental de forma descontrolada.

Infraestrutura e Serviços em Colapso

O transporte coletivo já apresenta sinais claros de colapso, dificultando a mobilidade urbana. Nos hospitais e unidades básicas de saúde, os cidadãos enfrentam longas horas de espera, testando a paciência de todos que precisam de atendimento.

ANÚNCIO

A violência emerge como o maior desafio enfrentado tanto pelos paulistanos quanto por aqueles que adotaram a cidade como lar.

A convivência entre bairros nobres e favelas cria um cenário de contrastes, onde a criminalidade desafia os esforços de segurança, com assaltos e furtos ocorrendo em todas as regiões.

ANÚNCIO

Segurança em Declínio

Grades, alarmes, cercas elétricas e outros dispositivos de segurança não têm sido suficientes para conter a ação dos criminosos. O medo restringe o direito de ir e vir, deixando a população refém de uma violência que parece não distinguir entre bairros nobres e periferias.

Além disso, o sistema carcerário está em colapso. Presídios superlotados abrigam três vezes mais detentos do que sua capacidade original, sem orçamento para construir novas unidades prisionais. Esse cenário reflete um problema estrutural, agravado pelo crescente número de presos no Brasil, que ocupa o terceiro lugar mundial em encarceramento.

Realidade do Sistema Carcerário

Durante o Seminário Justiça em Números, foi revelado que 44% dos presos no Brasil aguardam julgamento.

A maioria dos encarcerados, cerca de 80%, vive em ociosidade, sem atividades produtivas, ocupando seu tempo entre refeições e jogos de futebol. Essa falta de ocupação fomenta a especialização em atividades criminosas, ampliando os desafios da ressocialização.

Nos finais de semana, detentos recebem visitas conjugais, com direito a banhos e locais reservados para intimidade. Apesar disso, o custo mensal de R$ 1.500 por detento é um peso significativo para o Estado e para os contribuintes, especialmente considerando que muitos trabalhadores brasileiros vivem com um salário mínimo.

Reflexões Sobre a Ressocialização

Se os presos fossem obrigados a trabalhar durante o cumprimento de suas penas, o custo de seu encarceramento seria reduzido, aliviando os cofres públicos e a sociedade.

Além disso, a ociosidade contribui para o fortalecimento de vínculos criminais e a criação de novos planos ilícitos. Quando libertados, esses indivíduos tendem a reincidir de forma mais violenta, prejudicando ainda mais a sociedade.

Parte dos impostos pagos pelos cidadãos é destinada a manter essa estrutura que, em muitos aspectos, carece de eficiência. Assim, sem políticas que imponham trabalho e medidas socioeducativas, o ciclo de violência e criminalidade persiste, enquanto a população arca silenciosamente com a conta.

Mauricio C. Sampaio

Andréa Silva Sampaio

Todos os direitos reservados, proibida a reprodução no todo ou em parte sem a expressa autorização dos autores.