UMA LÍNGUA EM MOVIMENTO

UMA LÍNGUA EM MOVIMETO

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A língua brasileira nunca foi tão falada e divulgada em tantos paises e continentes como tem sido hoje; a nossa língua encontra-se no ápice da comunicação ultrapassando fronteiras, desfazendo divisas e sendo projetada no mundo. É claro que nem todos os estudiosos da linguagem encontram-se com esse otimismo. Como sabemos a nossa língua nasceu do latim vulgar levado à Península Ibérica pelos romanos, durante o processo de romanização no inicio do século III, processo que encontrou tenaz resistência dos habitantes originários dessa região. Depois do processo de romanização, sofreu a Península Ibérica a invasão dos povos bárbaros germânicos, em diversos momentos e com diversidade de influencias, que muito contribuíram para a fragmentação lingüística. Depois de todo esse processo longo, encontra-se Portugal organizado sócio economicamente, começando a expansão marítima que trouxe padres jesuítas para as terras tupiniquins. A primeira barreira encontrada pelos colonizadores dói a língua, pois havia muitas tribos indígenas, cada uma com sua língua própria. Com isso, passaram os portugueses por um grande choque lingüístico até a língua portuguesa se oficializar. Passaram os portugueses por um grande processo de adaptação de vocábulos tendo que adotar uma língua emergencial, mais adiante foram buscar na África negros de tribos distintas, que deram sua contribuição lingüística para o processo de abrasileiramento da língua. E hoje somos o que somos. Dizem os gramáticos que a língua está em crise, se seguíssemos a norma não estaríamos; do outro lado, estão os lingüistas que, verdadeiramente, defendem que temos uma língua falada de varias maneiras. Essa briga de intelectuais nos deixa atordoados com questões que nos intrigam: para a vida acadêmica devemos seguir a norma e para a vida social temos que falar de qualquer jeito, se consigo ser claro e estabelecer um elo de comunicação, tudo bem? Gramáticos e lingüistas de lado, nós temos é que falar, nos comunicar de uma maneira que a norma seja obedecida e que a beleza que é a língua brasileira seja contemplada em todos os lugares. É bem verdade que a discussão que a nossa língua está em crise não é nova e não foi levantada apenas por gramáticos e lingüistas, mas também por uma pequena parcela da sociedade formada por intelectuais e pedagogos.

Devemos sim valorizar a gramática, mas devemos também respeitar a maneira de falar de cada um. Podemos ensinar a nossa língua, mas valorizando a língua do povo, o que a grande massa pensa, anseia. Essa é a visão de muitos pedagogos. A língua é um meio de dominação enquanto quero dizer a língua oficial a língua dos letrados, políticos acadêmicos e membros de academia ditas de letras. Só se forem de letras porque de linguagem não entendem muito. A língua brasileira do povo não foi ensinada, foi apenas passada, sofreu processos tão grandes, tão transformadores como não podia ser diferente. A língua está em movimento, está sujeita a influencias influências internas e externas. Essas crise da língua não existe, a crise existe é no governo que não investe em educação. As escolas públicas são um verdadeiro desastre. Precisamos preparar professores que sejam capazes de lidarem com mudanças com a internet e principalmente sensíveis e susceptíveis a tantas mudanças sofridas pela língua brasileira. É bem verdade que os estrangeirimos têm invadido o nosso léxico. Acredito que tem ate nos ajudado a nos comunicarmos melhor. A língua brasileira não está em crise, está em evidencia. Tem-se escutado melhor a massa; embora os intelectuais venham torcendo o nariz para esses homens simples, porém politizados. É o caso do presidente Lula, que não precisou seguir Napoleão Mendes Mesquita, um Pasquale Cipro Neto. Um Evanildo Bechara para falar com todo mundo, fechar os maiores acordos políticos de todos os tempos. O preço que ele tem pago QUAL? Por estar no poder entre grandes intelectuais incrustados de diplomas, títulos e comendas não o desanima. O fato do nosso presidente não falar a língua dos intelectuais não afetou o seu desempenho político. Temos aqui mais um componente, uma prova contundente de que a língua portuguesa não está em crise. Precisamos acreditar que não é possível uma uniformização dessa ou qualquer outra língua.

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A língua brasileira, em todos os tempos, tem inspirado grandes poetas que abusaram dela para escrever grandes obras e compor grandes poesias e músicas. A música que grandes intérpretes têm levado mundo a fora, encantando grandes massas, os grandes cantores que saem do Brasil para cantar lá fora, cantam em língua brasileira. Sem falar nas grandes obras literárias como Grande Sertão Veredas e novelas como Corpo de Baile, romances como Escrava Isaura e outros foram escritos em língua portuguesa, cabendo a esses grandes escritores mostrar para o Brasil e o resto do mundo os vários falares de um povo que usando a língua brasileira não a língua de elite, mas a língua dos fracos, dos excluídos marginalizados e ate mesmo daqueles que não existem para o estado por que não pagam impostos, não tem registro civil, em resumo, não existem oficialmente e dói essa a língua que Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, José Lins do Rego e Raquel de Queiroz e outros mostraram para o resto do Brasil quantas críticas, quanto espanto o melhor seria calar essa vozes brasileiras, essa língua que eles falam, não se aprende na escola, mas na vida.

E o hoje? Como está a língua brasileira com todos esses avanços tecnológicos? A linguagem da internet tem atrapalhado o processo de alfabetização? São essas e muitas outras perguntas que já respondemos a longo desta exposição. Como já dissemos anteriormente, a língua brasileira nunca esteve tão bem, não só agora, mas ao longo de todo processo. A condição de colonizados não conseguiu fazer-nos um povo submisso linguisticamente.

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É inegável a contribuição do português de Portugal para a língua brasileira, só que nesse processo de evolução ficamos com o português brasileiro. O português de Portugal é diferente em muitos aspectos do nosso. É inegável que existam em nosso país vários dialetos ou, prefiro dizer, falares. O jovem fala de um jeito o adulto de outro, mas sempre preservando a essência dessa língua mãe que sofreu e sofrerá muitas influencias que em nada nos impedirar de falarmos como falamos hoje. A língua brasileira consegue se adaptar a qualquer situação pois já conseguiu sobreviver a condições impostas por imperadores, regentes, governos militares e hoje ao processo de globalização que começou a grande febre dos celulares e da internet e é justamente a internet que tem sido a grande dor de cabeça de pais e pedagogos pois a velocidades de informações é tão grande, que não há tempo para escrever as palavras como elas têm que ser escritas do ponto de vista da gramática normativa mas quem foi que disse se a palavra não está no dicionário ela não existe ou está errada; nunca se repetiu tantos bordões e neologismos que são o grande pesadelo dos gramáticos. Ainda bem que temos uma ciência não tão nova assim porém é como toda ciência, o lugar do novo das grandes surpresas da substituição de paradigmas, da reformulação crítica das teorias antigas que tanto escravizou a nossa língua, cabe à lingüística o papel de destronar os sabedores da linguagem e mostrar que a nossa língua e gostosa de ser ouvida e falada, que a poesia popular e a erudita podem ser contempladas e analisadas com a mesma totalidade. Os poetas populares começam a ser valorizados e reconhecidos em seu poético. A língua brasileira é isto: a soma do antigo com o novo, do erudito e do popular na mesma medida. É preciso acreditar que a luta por um lugar ao sol ou no primeiro mundo já começou pois o mundo já sabe quem somos, não um pais de prostitutas e corruptos, mas um pais de uma diversidade cultural enorme, que sabe ser intelectual mas respeitando o que “não é”.