Minha amiga
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Tenho uma amiga inimiga das amigas minhas
Tão velha, tão grosseira, um verdadeiro bronco
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Mora em mim, não a convidei e é proprietária
De meu ser tomou posse e sem ela não vivo!
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Quando na cama me deito, com aquelas carinhas
Vem a desgraçada no meu leito feito tronco!
Transforma o meu eu em mulher solitária
Consome a mim e a noite no meu quarto cativo
Me vira a cabeça, meu corpo reboliça
Desassossego de horas, refém dos desejos
Me esfrego no lençol meus eternos pecados
Aos poucos me entrego toda submissa
Me abandona depois no leito como lampejos
Desmaio de prazer num quarto todo bagunçado...
(Ademar Oliveira de Lima)