Algumas questões a partir do livro de Hartshorne, Richard. Propósito e Natureza da Geografia. Editora HUCITEC, 1978.

Relacione a obra de Hartshorne à herança teórica de Hettner.

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Seus relacionamentos encontram-se nas abordagens teóricas em comum e personalizada por Hartshorne, caracterizada por serem menos epistemológica e empirista dos reducionismos científicos, isto é, não se negando ao uso da dedução, usando nos seus estudos o raciocínio dedutivo, pois a geografia de Alfred Hettner (um grande geógrafo alemão, flexível com a filosofia, propagando um retorno a Kant) se baseava / fundamentavam-se no neokantismo de Rickert e Windelband, influenciando Richard Hartshorne, pois Alfred Hettner propõe a Geografia abordando uma busca racional do terceiro caminho para a análise geográfica, que não fosse o determinismo e o possibilismo geográfico. Nesse sentido, entendemos a obra de Hartshorne com a herança teórica de Hettner, porque Hartshorne expositava o pensamento de Hettner, dando continuidade, ou seja, desenvolvendo e aprofundando. Então, temos Hettner vendo a matéria específica da Geografia consistindo nas áreas da terra na medida em que diferem uma das outras e, com Hatshorne a Geografia como “a ciência da diferenciação de áreas”.

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Qual a importância para Hartshorne, do estudo das inter-relações entre fenômenos.

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Ele revela conceitos elementares para a regionalização, pois ver a necessidade de associar / localizar os espaços numa realidade ideográfica, analisado nas observações dos fenômenos naturais e, sobretudo, sociais nas regiões da superfície terrestre. Contribuindo para a Geografia e seus profissionais, nas suas visões horizontais / amplas, não ficando preso e, por conseguinte, minucioso e intolerante com as contínuas mudanças das aplicações geográficas dentro das variáveis realidades no espaço e tempo, (mesmo no contexto da Geografia Tradicional). Desenvolvendo, nesse sentido, conceitos relevantes sobre “áreas” e de “integrações”.

Portanto, com Hatshorne temos a importância de entender a área com possuidora de múltiplos processos integrados, dando-as capacidade de infinitalidade, ou melhor, observando que as inter-relações são fontes inesgotáveis. E, que o conjunto de todas as inter-relações possíveis daria o caráter esclarecido da área, porém salientando / limitando que, entender todos os sentidos dentro dos contextos das sociabilidades e das interfaces do homem X natureza das inter-relações dos fenômenos, é impossível e cansativo / penoso, logo sendo anticientífico.

Enfim, os estudos das inter-relações entre fenômenos são importantes para Hartshorne e para a essência do pensamento geográfico, pois ascende a Geografia dos Estados Unidos integrada e personalizada, dentro dos nossos clássicos da Geografia.

Defina Geografia Nomotética e, Geografia Idiográfica.

Geografia Nomotética, método de estudo geográfico generalizador, apesar de parcial, pois nesse estudo o pesquisador pararia na primeira integração e, por conseguinte, reproduzi-la-ia tomando os mesmos fenômenos e as mesmas inter-relações, em outros lugares, permitindo chegar a um “padrão de variação” daqueles fenômenos tratados, com a Geografia Nomotética, Hartshorne contribuiu para a Geografia Geral e Geografia Regional, diferenciando-as pelos os níveis de profundidades de suas colocações (Morais, 1983). Porque quanto maior a simplicidade de fenômenos e relações tratadas, maior é a possibilidade de generalizações e, quanto mais profunda a análise elaborada, maior conhecimento da singularidade local. Contudo, a Geografia Nomotética possibilitou observações tópicas (em modalidades).

Geografia Idiográfica, método geográfico que se baseia na análise singular de um local específico e unitário, que busca racionar e apreender vários elementos, que levaria ao conhecimento esclarecedor / intenso da realidade de um determinado local.

Fale sobre o método na obra de Hartshorne.

Ele (Hartshorne) observa que a Geografia trabalha as realidades dentro das complexidades, entendendo que a Geografia teria sua individualidade e autoridade decorrente de uma forma própria de analisar as realidades. Abordando, intrinsecamente, fenômenos variados, até mesmos os estudados por outras ciências. Porque os estudos metodológicos da Geografia não isolariam os elementos que influenciam e são influenciados, dando caráter de transformação re-transformação e, daí multitransformações em massa, isto é, a Geografia diagnosticaria os complexos salientando suas inter-relações. Deixando, por conseguinte, de procurar um objeto da Geografia e entendendo-a como um “ponto de vista”. Pois, todavia, Hartshorne ver essas inter-relações entre fenômenos heterogêneos, apresentando-as numa visão sintética e, aplicando-as como método em suas obras. Isso visto nos seus conceitos sobre “áreas” e “integrações” como referência de método do mesmo.

Então, a área é considerada como uma parcela da superfície terrestre, diferenciado pelo observador, que delimita por seus fatores, distinguindo as das demais. Pois a análise deveria integrar buscar a integração do maior número possível de fenômenos inter-relacionados, portanto seu método foi de observar uma área escolhida por opção, relacionando-a, daí selecionando outras, tentando revelar o maior número possível de fenômenos inter-relacionados para repetir com novos fenômenos em grupos separados, porém, integrados (é a Geografia Idiográfica).

Referências Bibliografias

Hartshorne, Richard. Propósito e Natureza da Geografia. Editora HUCITEC, 1978.

Morais, Antônio Carlos Robert. Geografia, Pequena História Crítica. Editora HUCITEC, 1983.