Dentre as ferramentas mais importantes de um departamento financeiro, podemos citar o Fluxo de Caixa como de imprescindível relevância. Instituído em suas formas mais primitivas desde o nascimento da Contabilidade, segue como braço forte e necessário do Controle Contábil-Financeiro.
Enquanto a Contabilidade desempenha um papel fundamental na análise crítica global através de seus inúmeros índices, mecanismos de controle, balanços e demonstrativos, o Fluxo de Caixa nos remete ao planejamento e assertividade das ações financeiras, assim como a capacidade de honrar com seus compromissos, ou seja, o Fluxo de Caixa reporta as oscilações financeiras ao longo do tempo, e proporciona segurança quando da viabilidade de aprovação de projetos que demandem recursos financeiros, apresentando uma análise apurada das condições econômicas da empresa.
Lawrence J. Gitman, em seu “Princípios da Administração Financeira, 1997” sentencia:
“O fluxo de caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando haverá necessidade de financiamentos bancários. Empresas que necessitem continuamente de empréstimos de última hora poderão se deparar com dificuldades de encontrar bancos que as financie.”
Jack Welch, fez a feliz observação:
“Muitas vezes nós medimos tudo e não entendemos nada. As três coisas mais importantes a medir em um negócio são: a satisfação dos clientes, a satisfação dos empregados e o fluxo de caixa.”
Um modelo simplificado de Fluxo de Caixa deve apresentar as seguintes características principais:
- Proporcionar observação das contas a pagar e a receber, segregando as principais fontes de entradas e de saídas, com previsão de datas de ocorrências e comparativo com o realizado;
- Observar os totais planejados diariamente e através do período estudado, e as nuances antecipando os possíveis gargalos e “gaps”;
- Observar o desempenho dos saldos, promovendo as análises e ações imediatas para correção da rota, evitando “overhead”;
- Proporcionar a análise macro do realizado criando série histórica de eventos para auxiliar na confecção do Orçamento anual;
- Proporcionar análises verticais e horizontais, promovendo as correções necessárias antecipando os eventos que possam prejudicar o resultado planejado.
Segue um modelo de FC:
Fluxo de Caixa | ||||
out/11 | 3-out | Total Previsto | Total Realizado | |
Previsto | Realizado | |||
Saldo Inicial | ||||
XXXXXXX | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
YYYYYYYY | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
WWWW | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
R$ - | R$ - | R$ - | R$ - | |
Total de Entradas | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
out/11 | 3-out | Total Previsto | Total Realizado | |
Previsto | Realizado | |||
AAAAAAA | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
BBBBBBB | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
CCCCCCC | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
R$ - | R$ - | |||
Total de saídas | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
Saldo Operacional | ||||
Saldo final | R$ - | R$ - | R$ - | R$ - |
Devido sua importância o Fluxo de Caixa deve ser um aliado dos profissionais envolvidos nos processos financeiros, e grande diferencial na tomada de decisões. Um FC bem feito pode antecipar planos ou postergá-los, assim como pode tornar uma empresa sustentável apesar de resultados negativos em sua contabilidade, pois aqui o que importa é o caixa e sua disponibilidade.
Havendo controle sobre a liquidez, é natural e sensato que mesmo em uma situação de crise a empresa possa sobreviver negociando seus títulos em conformidade com seus recebíveis, diferente do que ocorre na Contabilidade, onde o que importa é o regime de competência, não importando a data do efetivo pagamento.
Importante, então, que os dirigentes observem com clareza a confecção de seus fluxos de caixa, e incentivem seus gerentes financeiros a debruçarem-se sobre esta ferramenta e possam dela obter as informações cruciais para a saúde financeira de suas empresas.