*OLIVEIRA, Lucinéia Garcia de.
Resumo
O presente estudo visa trazer à tona informações sobre a obesidade infantil. Abordando os seguintes aspectos: definição da obesidade, características, dados estatísticos, causas e suas respectivas consequências e tratamento.
Palavras-Chave: Obesidade, Infância, Conseqüências.
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*Acadêmica do 3º semestre de Farmácia, da Faculdade de Quatro Marcos – FQM.
1. Introdução:
A obesidade influi negativamente sobre vários sistemas do corpo, e por esse motivo, o índice de sobrevida dos obesos é menor em relação ao da população em geral. Isso faz com que a obesidade seja um dos mais alarmantes problemas nutricionais da infância, pois uma vida superalimentada gera como conseqüência à má qualidade de vida.
Contudo, a obesidade vem sendo um grande problema, não só nacional como mundial, que cada vez mais vem afetando crianças e causando efeitos drásticos em toda a vida. Sendo assim, deve-se abordar o quanto a obesidade está relacionada à diversos problemas de saúde, comprometendo o bem-estar do indivíduo, ou até mesmo colocando suas vidas em risco.
2. Desenvolvimento:
Em se tratando de obesidade, torna-se válido ressaltar BRASILEIRO FILHO, que diz que “o excesso de ingestão de energia, qualquer que seja sua origem, leva à obesidade, que é considerada uma doença nutricional de caráter endêmico. A organização mundial de saúde (OMS) colocou a obesidade como uma doença epidêmica. Em menos de cinco anos, a OMS publicou dois documentos sobre o assunto. Obesidade é definida como o aumento da quantidade de gordura no tecido adiposo. Portanto, proteínas, gorduras, carboidratos e álcool produzem energia e, se ingeridos em excesso, podem engordar, pois o organismo não distingue a energia fornecida pelos diferentes nutriente. Dados epidemiológicos mostram maior incidência de obesidade em populações que consomem gordura em excesso.”
No que diz respeito às conseqüências da obesidade, segundo BRASILEIRO FILHO, “a obesidade influi negativamente sobre o funcionamento de vários sistemas, como o circulatório, respiratório, urinário e locomotor. Além disso, predispõe a muitas doenças, notadamente hipertensão arterial, cardiopatia hipertensiva, aterosclerose, acidentes vasculares, cerebrais, infarto do miocárdio, diabete, litíase biliar, câncer do fígado, e da vesícula biliar e doenças articulares. Por esse motivo, o índice se sobrevida dos obesos é menor em relação ao da população em geral, com diferença altamente significativa”.
Segundo FONSECA, “o aumento da prevalência da obesidade em crianças e adolescentes, as suas repercussões biopsicossociais, os altos percentuais de insucessos terapêuticos e de recidivas e o grande risco de que a criança obesa se torne um adulto obeso fazem da obesidade um dos mais alarmantes problemas nutricionais na infância. No Brasil estima-se que cerca de 15% a 20% das crianças e adolescentes são obesos”.
Quanto às causas da obesidade, segundo MANCINI, “as principais causas são principalmente o sedentarismo e o excesso de calorias na alimentação. O sedentarismo não significa apenas não fazer exercícios, inclui também os pequenos confortos da vida moderna que eliminam toda movimentação, como por exemplo, o controle remoto da televisão, escadas rolantes, etc. Além disso, a alimentação dos brasileiros vem mudando nos últimos anos, substituindo alimentos saudáveis por pizzas, sanduíches, ou seja, alimentos que nem sempre contém nutrientes necessários para a boa saúde”.
Ainda se tratando das causas da obesidade, VIUNISKI diz que, “nem sempre o problema é comer demais. Algumas crianças queimam menos calorias que outras porque existem variações na secreção de substâncias e hormônios responsáveis pela regulação do processo de queima de gordura. Submeter as crianças somente a dieta de baixas calorias faz com que a taxa do metabolismo caia pela restrição calórica. Assim, os mecanismos de sobrevivência do organismo vão responder conservando as calorias em vez de queimá-las. Uma dieta mal orientada pode causar a queda do metabolismo e condições, herdadas ou adquiridas, que levam a ter a taxa metabólica mais lenta. Crianças com tendência genética para obesidade nascem como que programadas para apresentar logo no início da infância, o chamado de Hiperplasia de Tecido Adiposo, isto é, um aumento exagerado no número de células de gordura”.
Em se tratando do tratamento da obesidade infantil, MANCINI diz que, “um tratamento padrão e eficaz para obesidade infantil implica em modificar os hábitos da criança e de toda a família. Reeducação alimentar, atividade física e mudanças comportamentais, dentro de um ambiente positivo, de acolhimento, compreensão e cumplicidade entre todas, costuma trazer excelentes resultados. Além da família, a escola também tem um papel vital na prevenção e manejo da obesidade. A criança passa ali boa parte do dia, faz pelo menos uma refeição, tem ótimas oportunidades de aprender sobre estilo de vida saudável e gastar energia. Contudo, especialistas em obesidade infantil reconhecem que estamos diante de uma doença grave, de difícil manejo e que a prevenção ainda é a melhor proposta. É próprio do ser humano buscar uma saída fácil, quase mágica para seus problemas. Com a obesidade não é diferente. Sabendo que com uma real participação da família, com uma escola preocupada em ser um ambiente saudável e com um tratamento multidisciplinar, composto por especialistas em nutrição infantil, psicólogos, profissionais da atividade física, lançando mão dos recursos médicos mais modernos, pode controlar essa grave patologia, evitando, assim, uma intervenção cirúrgica, que deixa de ser um ato médico, para ser uma atitude desesperada”.
Conforme FONSECA, “as doenças cardiovasculares e o diabetes, cuja prevalência e morbimortalidade em adultos são muito altas, apresentam a obesidade como um importante fator de risco. A necessidade de implantar medidas preventivas e terapêuticas eficazes para diminuição da prevalência de obesidade na infância é, portanto, indiscutível. Suas causas multifatoriais, abrangendo aspectos genéticos, culturais, ambientais e emocionais, exigem como tratamento e prevenção uma abordagem ampla, direcionada não só à família, mas também à sociedade. Infelizmente, o tratamento, da obesidade na criança costuma ser negligenciado, tanto por parte da família como dos profissionais de saúde, na ingênua expectativa de uma resolução espontânea/mágica. As abordagens terapêuticas inadequadas direcionadas apenas para os aspectos nutricionais (dietas restritivas) são ineficientes e ainda podem agravar o problema. A baixa aderência ao tratamento tem sido uma constância nos serviços especializados no tratamento do obeso. A necessidade de maior compreensão desse fenômeno para adoção de medidas que possam minimizá-los tem sido um desafio para os profissionais que lidam com a obesidade na infância”.
3. Considerações Finais:
Conclui-se pelo exposto nessa pesquisa bibliográfica, que como medida de tratamento da obesidade infantil é muito importante promover a prevenção da doença, pois a prevenção é a melhor solução. No entanto, é vital que tanto a família como a sociedade possa estar interferindo nesse aspecto. Para, então, poder oferecer uma melhor perspectiva de vida à criança.
Bibliografia:
BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo: Patologia Geral. 3. Ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2004.
FARIA, José Lopes de. Patologia Geral: Fundamentos das Doenças, com Aplicações Clínicas. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003.
FONSECA, João Gabriel Marques. Enciclopédia da Saúde: Obesidade e Outros Distúrbios Alimentares. 2. Ed. São Paulo: Ed. MEDSI, 2001.
MANCINI, Márcio Corrêa. Obesidade cresce e aumenta o risco de doenças no Brasil. Vida Saudável, 35 ed. São Paulo, 2002.
VIUNISKI, Nataniel. Obesidade infantil: um guia prático para profissionais da saúde. Rio de Janeiro: Ed. EPUB, 1999.