Quem um dia iria imaginar que as pessoas iriam se comunicar através de programas de computador e máquinas quase humanas?
Se pensarmos nos antigos programas de rádio onde os locutores liam cartas românticas nas madrugadas poderíamos até pensar em máquinas, uma vez que o rádio é uma máquina. Mas da forma como nos relacionamos hoje era algo impensável.
Trocamos as cartas e os locutores pelo teclado do computador e a facilidade e o anonimato das redes sociais.
Estamos vivendo uma verdadeira revolução do comportamento humano. Uma revolução sociológica da maneira como nos relacionamos com os nossos semelhantes e o mundo. Aliás, mundo esse que é puramente virtual.
É óbvio que toda essa tecnologia pode e deve ser usada como forma de aproximação das pessoas, mas não pode ser usada única e exclusivamente como forma de se relacionar com o mundo.
Estamos deixando de visitar pessoas, ir até a esquina comprar o jornal, ir a bares, restaurantes e lojas. Estamos deixando de nos divertir no mundo real para nos divertir no mundo virtual. Deixamos de ir ao cinema ou mesmo a locadora. São muitas renúncias reais pelas nossas escolhas virtuais.
Mas o que assusta é que estamos deixando de conviver com pessoas reais para conviver com vaidades virtuais. Exibicionismo e voyerismo que imperam num mundo virtual onde encontramos de tudo e todos das mais diferentes vertentes e tribos dispostos a verem e serem vistos. As redes sociais se tornaram uma grande vitrine mundial. As pessoas se oferecem e se buscam; se moldam conforme a sua vaidade ou conforme os desejos alheios.
A vaidade virtual dos modismos cibernéticos sociais estão transformando a vida numa mistura pobre de espírito e rica em consumo altamente capitalista orientado pelas grandes companhias americanas imperialistas movidas a silício e papel moeda.
Perceba que a sua meta é ter um telefone sofisticado e um tablet para que possa continuar plugado no “ciberworld” e não perder a chance de, mesmo vivendo no seu mundo real, poder mostrar toda a sua vaidade nas redes sociais virtuais.
Você está sendo manipulado e não percebeu que não é você que está vendo o mundo, mas sim o mundo é que está de olho em você. No seu cotidiano e nas suas vaidades. As pessoas sabem muito mais de você do que você imagina.
Minha moda é “retrô”. Estou de olho em mim antes que outros me vigiem.