COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO AUDIVISUAIS NA EAD: PODEMOS FORMAR LEITORES CRÍTICOS?

Com o desenvolvimento das tecnologias para melhorar a comunicação humana na sociedade, surge a necessidade de preparar e formar leitores de novos meios de comunicação, como os audiovisuais na EAD.

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Sabemos que, em quase todos os meios de comunicação, educar para a mídia significa formar leitores críticos e reflexivos, capazes de formar opiniões e discutir assuntos de interesse próprio.

O desafio de formar leitores críticos

Como fazer com que o aluno se torne crítico e reflexivo, considerando que, em quase todo o ensino de mídias visuais, os produtos já estão prontos e acabados? Os alunos, muitas vezes, apenas consomem produções já desenvolvidas, sem espaço para debate ou reflexão.

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A limitação dos audiovisuais no ensino

Os audiovisuais raramente trazem propostas inovadoras que ajudem o leitor a refletir sobre os temas apresentados. Embora sejam ferramentas atraentes por combinarem som, imagem e escrita, os produtos audiovisuais geralmente estão finalizados, limitando o estímulo à reflexão, à exploração de novos sentidos ou a um discernimento criterioso.

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Os audiovisuais restringem-se a um único sentido "verdadeiro," dificultando debates. Isso preocupa, pois os alunos acabam apenas assimilando o conteúdo como definitivo, sem indagações ou suposições sobre o que é certo ou errado.

Vivemos em uma era de transição em que sons e imagens ocupam um espaço crescente. É essencial compreender que as tecnologias audiovisuais e a internet promovem uma interatividade que mescla realidade e ficção. Nesse contexto, o ensino precisa buscar novas maneiras de estimular a reflexão crítica.

A leitura como ferramenta essencial

A leitura é um mecanismo fundamental para adquirir conhecimento. No entanto, com os audiovisuais ganhando cada vez mais espaço como fonte de informação, surge a questão: como separar os conteúdos audiovisuais da realidade, especialmente para jovens que vivem imersos no mundo virtual?

Embora muitos jovens saibam ler, a preocupação recai sobre qual estilo de leitura é mais adequado diante dos audiovisuais. Pesquisas sobre ensino de leitura apontam a necessidade de novas abordagens que vão além do simples prazer ou estímulo inicial.

Ler vai além de decifrar códigos; significa estabelecer conexões e interpretar de forma crítica. Com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, torna-se indispensável ler bem, rápido e de forma analítica.

Limitações do audiovisual para a reflexão

O audiovisual, como tecnologia, carece de elementos que estimulem o pensamento crítico ou permitam análises aprofundadas. Seu conteúdo já vem pré-estabelecido, dificultando interpretações variadas e mantendo um único sentido idealizado.

Apesar de suas limitações, os audiovisuais são um suporte importante no ensino. Eles combinam elementos visuais, sonoros e textuais, tornando o aprendizado mais atrativo e prazeroso. Quando utilizados em sala de aula, podem ser ferramentas valiosas para o ensino da língua materna e outras disciplinas.

Marisa Lajolo define "ledor" como aquele que lê superficialmente, sem compreender as entrelinhas. Já o "leitor" é capaz de interpretar sinais implícitos, independentemente do gênero textual. Essa distinção ressalta a importância de formar leitores mais críticos e reflexivos.

O objetivo do ensino da língua materna

A língua trabalha com uma rede de signos altamente ideológicos, e compreender esse mecanismo é essencial para tornar o ensino da língua materna mais agradável e significativo. Isso promove maior interesse das partes envolvidas e enriquece o processo de aprendizagem.

Ser mediador no processo de formação do leitor/escritor de audiovisuais significa trocar ideias sobre o que foi lido, assistido e ouvido. Esse processo envolve comentar, compartilhar opiniões, fornecer estratégias e superar dificuldades, dando sentido ao que está sendo lido e aprendido.

REFERÊNCIAS:

  • DELORS, Jacques e outros. Educação um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da Comissão Interacional sobre Educação para o século XXI. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
  • GAZETA DO POVO, Jornal - Leitura de brasileiros, que chegaram até a quarta série, não consegue ler e entender um bilhete-São Paulo, 2009.
  • LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1999.
  • MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a Distância.
  • PRETTO, Nelson De Luca. A universidade e o mundo da comunicação: análise das práticas audivisuais das universidades brasileiras. Tese de doutorado em comunicação. São Paulo.ECA/USP, 1994.