Educação: uma abordagem teórico-concentual

A Educação tem como objetivo a formação global e harmônica do ser humano, tendo um grande papel no processo de humanização e de transformação social, desde os tempos mais longínquos, propagando-se como aspiração fundamental da pessoa humana.

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Ela é interpretada como um processo de aprendizado, de conhecimento do educando, com a responsabilidade de ajudá-lo a atingir seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor, auxiliando no seu crescimento e  assegurando o seu papel de cidadão.  “A Educação é para a vida social” (DEWEY, 1978, P.7), vista como transmissora e receptadora entre pessoas, umas com as outras, e entre pessoas e grupos.

A Educação envolve os processos de ensinar e aprender. * quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. O ensino deve ser transmitido e compartilhado. É um fenômeno que acontece em toda sociedade, que se perpetua, é transmitida de pai para filho, através da cultura, do modo de ser, de agir, inevitável para que o indivíduo faça parte da sociedade. Como diz DEWEY. P.17:

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“ Educar-se é crescer, não já no sentido

puramente  fisiológico, mas no sentido espiritual,

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no sentido humano, no sentido de uma vida cada

vez  mais  larga, mais rica e mais bela, em um

mundo cada vez mais adaptado, mais propício, mais

benfazejo para o homem”

Ainda DEWEY, P, 17, define a Educação como: um processo de reconstrução e reorganização da experiência, pelo qual lhe percebemos   mais  agudamente.

Diante do contexto atual, que o mundo contemporâneo está vivendo, a educação necessita ser compreendida como instrumento de transformação social, necessitando de pressupostos teóricos bem determinados e de conceitos que fundamentem e guie os seus caminhos. Como aborda Libâneo (1944 p.22-23).

“Educação é um conjunto amplo  que  se refere  ao processo   de     desenvolvimento    unilateral da personalidade,     envolvendo     a    formação    de qualidades  humanas – físicas, morais, intelectuais estéticas   –   tendo   em   vista   a   orientação   da atividade  humana  na  sua  relação   com   o   meio social, num  determinado contexto  de  relações de sociais. A  Educação   corresponde,  pois,  a  toda modalidade  de    influências  e   inter-relações de personalidade social  e de caráter, implicando  uma concepção  de  mundo, idéias, valores,  modos  de agir, que se traduzem  em  convicções  ideológicas, morais,   políticas  princípios   de   ação   frente   a situações reais e  desafios  da  vida  prática. Nesse sentido,  educação  é   instituição   social   que   se ordena  no  sistema  educacional  de  um país, num determinado   momento  histórico:  é   um  produto, significando   os   resultados   obtidos   da    ação educativa conforme propósitos sociais  e  políticos pretendidos;     é    processo    por    consistir    de transformações   sucessivas   tanto    no    sentido histórico   quanto   no   de    desenvolvimento    da personalidade”.

Na frente dessa conjuntura, os novos paradigmas adaptados á educação criticam o educador que transmite um saber,  que não se apóia na necessidade do atual, se tornando um saber falso, inútil, onde é transmitido o conhecimento, uma atividade mecânica em que o educando cópia e não questiona, por ser assim determinado. DEWEY, P.22 diz que: “a criança não participa da significação social do seu habito. Ganhou, através de estímulos com que procuramos imprimir-lhe esse hábito, uma conformidade mecânica. Pode chegar a ser um esplêndido exemplar de "bicho ensinado", mas não se educou”.

Numa concepção que acredita na emancipação do homem, a educação deve ser o grande desafio de humanização, vez que tem como incumbência preparar os indivíduos para participar da reestruturação da própria civilização, levando em conta o desenvolvimento de toda a humanidade. Nesse sentido, é preciso crê que a unidade escolar seja realmente o lugar onde se desenvolve a razão humana, base para liberdade intelectual, social e política do homem. Nesse sentido, DEWEY P. 20 admite que: “(…) toda relação social que seja realmente vivida e participada é educação para o que delas partilham.”

Atualmente,  vários trabalhos demonstram a preocupação com o processo educativo,e preconizam a valorização da Unidade Escolar como instrumento de apropriação do saber e do desenvolvimento das competências, compreendendo tratar-se de um serviço de qualidade que se presta a sociedade, vez que a escola obriga-se a cooperar na eliminação de seleção social, agindo com mais democracia e contribuindo no sentido de ajudar a construir uma sociedade mais justa, mediante a um excelente ensino, que promova aos educandos á apropriação dos conteúdos escolares básicos, que ressoe nas nossas vidas, no viver cotidiano.

Faz-se necessário planejar meios organizados intencionalmente para trabalhar a moral e a ética, e concordando como Paulo freire (2009.p.16) que diz: “A   ética de que falo é a que sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por essa ética inseparável da prática educativa (…). É com esse fazer e  atitude que se prepara as condições pelas quais os educandos venham a aumentar o saber, em força e em felicidade. Podemos dispor três  características  acentuada  por  DEWEY, p.24.

  • Primeiro,  a  escola deve simplificado o ambiente escolar que é tão complexo para que a criança gradualmente lhe venha conhecer os segredos e nele participar.
  • Segundo, deve organizar um meio purificado, isto é, de onde se elimine certos aspectos reconhecidamente maléficos do ambiente social. A escola não visa perpetuar na sociedade seus defeitos.
  • Terceiro, deve promover um ambiente de integração social, de harmonização (…) a escola deve ser a casa da confraternização.

A escola deve planejar meios organizados intencionalmente para o trabalhar uma prática educativa,enquanto prática formadora , onde a atividade educativa deve ser sempre compreendida como uma condição de libertação de tendências, prazer e estímulos de renovação da prática educativa.

Nesse sentido, a atuação da Unidade Escolar, baseia-se na preparação do educando para o mundo e suas ações contraditórias, facilitando instrumentos que por meio de conteúdos e de socialização estes possam participar ativamente no processo de construção da sociedade. Como menciona Luckesi (1944, p.70):

“(…) os conteúdos não devem ser fechados

e refratários ás realidades sociais. Não basta que

os conteúdos sejam apenas ensinados, inda que

bem que bem ensinados; é preciso que se liguem,

deforma indissociável, a sua

significação humana e social”.

O mundo hoje  se encontra complexo, organizando-se em uma série de artes, de ciência se de inúmeras instituições que só com muitos anos de estudos podemos entender e praticar. A escola , ambiente complexo deve simplificar para que o aluno conheça aos poucos e possa descobrir os segredos e nele participar.

cresce ainda mais nesse milênio e indica para a necessidade de se pensar numa escola voltada para a formação de cidadãos, e conseqüentemente inseri-lo na  sociedade. No  processo  educativo, o  aluno  e  o  meio  social, são  dois fatores coerentes e se completam. O meio escolar ou o meio social devem facilitar as condições pelas quais os educandos libertem e trabalhe sua própria personalidade.

Estamos vivendo numa fase de competições e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem novas exigências para aqueles que desejam ingressar no mercado de trabalho. A obrigatoriedade com a construção da cidadania exige uma prática educacional voltada para a compreesão da realidade social e dos direitos, deveres e responsabilidades em relação á vida pessoal e coletiva além,da afirmação do princípio e da participação política.

No contexto da globalização da economia, comenta-se muito  em  preparar o cidadão para o trabalho, mas, que a Unidade Escolar não deve oferecer apenas essa preparação, é preciso oferecer uma formação total, e, se a escola não oferece, nenhuma outra instituição  o fará. A escola deve está sempre se aperfeiçoando para acompanhar as mudanças da sociedade, afinal o mundo necessita e exige cidadãos criativos com habilidades e capacidades determinadas. Nesse sentido, cabe a todo educador encarregasse da sua própria formação, refletindo sobre as novas exigências da vida moderna, sobre o trabalho e o seu papel como educador, para que possa atuar melhor nessa formação holística. Como se posiciona Masi (2000, p.11):

“Formação total significa educar não apenas

para o trabalho, mas também para o estudo e

para o ócio; para a satisfação é

necessidades mais essenciais do homem:  o

amor, a amizade, a diversão, o convívio, a

solidariedade, a beleza. Significa formar

o cidadão em toda a sua  amplitude de

homem econômico, estético, social e ético.”

Diante das promessas de inovações no campo educacional, deduzi-se que é necessário reinvestir na Unidade Escolar, procurando o desenvolvimento de um fazer pedagógico que possa valorizar  a experiência dos  educandos, valorizar  a pesquisa, “Não há  ensino sem pesquisa  e  pesquisa  sem  ensino, Freire, 2009, p.29” os processos não-formais de educação, articular a educação de adultos  e  de jovens, introduzir socialmente a ação especificamente escolar. É preciso olhar o educando como um trabalhador em busca de aperfeiçoamento,  não é um  produto, nem um objeto, nem um cliente, ele precisa ser visto e compreendido como  um produtor do saber. A escola deve e precisa ter espaços diversificados, para as diversas formas de trabalho a serem desenvolvidos. É o que evidência Canário (2009,p.9):

“Acredito  que  mais do que a  formação  nas

faculdades, o professor deverá completar seu

aprendizado no fazer, no trabalho dentro da escola.

Acredito  que  a  função  do  professor  deverá   se

organizar em quatro pólos: como analista

simbólico, que equaciona e resolve problemas;

como profissional das relações entre pessoas e

saberes; como artesão que constrói e reconstrói o

seu saber profissional permanente; como construtor

de sentidos para as ações educativas”.

A Unidade Escolar representa o saber, a cultura, o caminho para ingressar na sociedade, no mundo do trabalho, a possibilidade de manutenção e ascensão social. É muito importante ter consciência desse papel, afinal de contas, a escola, para cumpri seu verdadeiro papel, deve ser um lugar prazeroso, de alegria de sucessos e realizações para todos os envolvidos.

Nesse contexto, nota-se que a sociedade brasileira procura uma educação de qualidade que garanta as aprendizagens necessárias para formação de cidadãos participativos e críticos, que tenha possibilidade de agir com competência e responsabilidade na sociedade em que vivem e na qual esperam veres atendidos suas necessidades individuais, sociais, políticas e econômicas. Diante desse pressuposto a Geografia se apresenta como disciplina privilegiada, atuando juntas as outras no ensino-aprendizagem.

A Geografia é um ramo da ciência, que surgiu quando o homem passou a ter consciência espacial. Ela estuda a Terra enquanto morada do homem, e que se relaciona com o espaço terrestre, no sentido de interpretar, entender e explicar todas as transformações que ocorrem seja com fenômenos naturais ou por meio do homem, que é um grande agente de transformação.

As transformações ocorridas nos últimos anos no espaço mundial têm levando a educação á busca de novas propostas curriculares, visando atender as demandas requeridas pelo processo ensino-aprendizagem, de modo que possa explicar as novas realidades emergentes.

Atualmente é comum a expressão “aldeia global”. A globalização dos acontecimentos, dos valores, das culturas entre outros que se encontram presente no trabalho do educador com o uso das novas tecnologias, os inúmeros meios de comunicação e ferramentas diversas, passam a orientar e a conduzir o compromisso social.  No uso dessas inovações, é que as informações ultrapassam as fronteiras políticas, sociais e culturais. Segundo CASTROGIOVANNI (199, P.81), Afirma:

“Com a globalização há uma  tendência de tornar-se tudo representações estabilizadas, realidades pasteurizadas e virtuais. O específico precisa ser homogeneizado, integralizado nos padrões universais. Tudo se globaliza, como se as coisas,as pessoas e as idéias se transfigurassem pela magia multimídia”.

O papel da educação na construção de um mundo melhor é possível, e não se pode deixar de lado o papel das tecnologias nos processos históricos e sociais, não esquecendo que elas devem estar sempre em direção da construção de uma sociedade mais justa e solidária, centrada na vida, associada á cultura da paz e da sustentabilidade no mundo. Sem educação de qualidade não haverá desenvolvimento e sustentabilidade, necessários para o desenvolvimento do homem.

A Educação em todo o mundo representa o saber, a cultura, o percurso para um ingresso no mundo do trabalho na, consciente do seu papel. No Brasil, demanda uma Educação de qualidade, que assevere as aprendizagens necessárias á formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e compromisso individual, social, político e econômico. Nesse contexto é que a Geografia se apresenta como disciplina distinta para asseverar essa realização.