O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA MANUTENÇÃO DE CLASSES SOCIAIS

Durante o regime militar, o controle era o lema do governo perante o modelo Educacional adotado. Segundo Althusser, a articulação de uma sociedade é constituída por duas instâncias: a infraestrutura, que é a base econômica, e a superestrutura, que é a consequência da economia, refletindo no direito, religião, moral, política.

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A escola como instrumento de reprodução ideológica

Dessa forma, a ideologia dominante utilizava da escola como seu instrumento de reprodução. O Estado era desenvolvimentista. Seu objetivo era o desenvolvimento industrial acima de tudo, necessitando assim da forma de trabalho da classe social menos favorecida.

Em meio a isso, surge a didática tecnicista, que através do discurso reprodutivista aliava-se ao governo para oferecer recursos humanos necessários à incrementação do crescimento econômico e tecnológico da sociedade com a concepção economicista de educação, isto é, desejava formar um proletariado qualificado para o mercado de trabalho.

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Na teoria do conflito, a manutenção das relações de dominação era a meta do Estado, para isso, criou-se, a partir da lei 5692/71, a Educação Moral e Cívica.

Política educacional e controle ideológico

Então, a política educacional se desenvolveu em torno de alguns níveis como o controle político ideológico da Educação escolar, troca direta entre a educação e a produção capitalista que aparece de forma evidente através da pretensa profissionalização, incentivo à pesquisa vinculada à acumulação de capital e, por fim, transformar a educação em negócio rendoso, submisso ao Estado.

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Graças a isto, a educação, de um modo geral, sofreu interferências, pois foi atingida em sua concepção, incorporando a instrumentalização através de cursos profissionalizantes.

Ensino de Moral e Civismo e a inculcação ideológica

No ensino da Moral e Civismo, a inculcação ideológica se dava a partir de visões e representações dos livros didáticos, como a imagem da Família, “heróis” e símbolos nacionais, tendo o amor às coisas da pátria como fundamento para o progresso de um país, como afirma Elian Alabi Lucci:

“Para atingir esse objetivo, ou seja, promover o bem comum e o progresso social e econômico do país, o Estado adota um determinado regime político”, baseado em diversas normas.

Tais normas, segundo as teorias reprodutivistas, são fundamentais para a manutenção das classes sociais. A socialização ideológica dos alunos, então, estava presente nos cursos profissionalizantes até as universidades, onde a instrução era (e ainda é) adequada ao campo profissional que o estudante estava (e está) sendo preparado. Uma instrução para operários até para bacharéis em direito, engenheiros, médicos, etc.

O vestibular e a manutenção da socialização profissional

A teoria do conflito continua disfarçadamente viva no cotidiano das escolas. O vestibular corresponde a um exemplo da manutenção da socialização profissional, onde aqueles concorrentes que foram preparados tradicionalmente para tal exame possuem oportunidade de ingressar em cursos como direito, medicina, onde a concorrência requer ótimo aproveitamento nos conteúdos escolares, e, na instituição e vida profissional, respectivamente aprendem e são aceitos na sociedade como doutores, um título de manutenção de classe por parte da média e baixa classe social.