Solidão em meio a tudo

Você já amou alguém? Já sofreu por amor? Então isto lhe interessa e muito!!!!

Solidão em meio a tudo!

Amor é fogo que arde sem se ver! Quem já foi queimado sabe bem disso! Eu me lembro muito bem daquele dia em que ouvi a sentença: Entre nós está tudo acabado! Na hora não senti nada e até parecia ter adorado a idéia, era carnaval e eu queria sentir emoções diferentes e o momento estava ali, a oportunidade foi jogada em meu caminho. Foi como uma batida em um corpo quente, tornou-se indolor, mesmo sendo uma pancada grave. Depois da festa aberta pelo rei momo, de eu tomar todas e de embriagar-me em novas emoções em outros lábios e de provar da seiva de outros corpos. O dia seguinte veio e, como uma segunda-feira, por ser assim, forçado a me inserir no ciclo normal e pisar no chão firme!

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Que é ferida que dói, e não se sente eu posso assegurar de cadeira cativa. No começo não consegui ficar sozinho, tive de arrumar programas. Porém os amigos quase todos já tinham suas namoradas, recorri aos antigos, aqueles da zoeira. Encontrar e ficar com as mulheres não foi difícil e até, no inicio, foi uma maravilha, entretanto se relacionar com aquelas que não tem um compromisso com o sentimento é penoso, tudo é fugaz. O dia seguinte é sempre cada vez pior é como uma ressaca de aguardente de primeira prova. Nada está bom, a não ser com outra bebedeira de encontro!!

É um contentamento descontente durante a balada, a primeira cerveja tem um gosto insosso, as demais descem porque é ladeira abaixo. As piadas, as danças e as conversas fiadas provocavam em mim alguns risos, apesar de amarelos, porém a sisudez me visitava a todo o instante, quando, ainda, não entorpecido pela bebida, cobrava da minha memória os momentos anteriores em um outro lugar com a pessoa amada. Os beijos recebidos das outras, nesta hora, serviram somente para deflagrar uma série de flashes-backs que foram minando a mínima força que ainda restava até isolar-me em meio ao público. Olha leitor! Por mais que eu tentasse uma solução para o problema, ela me levava cada vez mais para um fosso profundo. Resultado: recorri todas às vezes a bebida, contudo e somente, como uma solução temporária, dava conta desse estado de alma momentaneamente.

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É dor que desatina sem doer na medida em que invade a alma e vai desde um frio na barriga quando se vê na imagem uma pessoa parecida com o amor perdido ,até ver miragem fora do deserto, ver nas paredes, nas garrafas, nos copos, nos cabelos dos baladeiros a imagem adorada! E esse mal estar vai subindo e repercute no coração com seqüência arrítmica que incomoda até ao ponto de sair andando sem rumo, sem obedecer a nada e lei alguma, muito menos a do trânsito. No pensamento somente confusões, imagens desconexas que acredito ser bem próximo do desvario. Torna-se um vazio provocado por essa doença invisível, não há remédio algum para esse mal. Estar mal! É sentir a ausencia da mulher amada.

É um não querer mais que bem querer. Para o meu bem, deveria esquecer a amada, deletar esse arquivo e limpar o meu HD. Porém o meu mal, nesse ínterim , se enobrecia, encorajava-se e se postava como uma muralha e represava tudo e esta sensação, como uma magia, transformava-se num eterno querer. Por ser o meu bem e para o meu bem seria: esquecer, contudo isso não era o meu desejo. Nas ruas movimentadas, durante o meu vagar, as buzinas cobravam de mim uma ação. Esta minha condição assustava aos outros, entretanto a mim não preocupava, nem um pouco, eu estava ensimesmado e nem dava conta que atrapalhava o trânsito. Sem querer e sem perceber o meu circunstancial, abandonava-me na minha mente e levitava o meu corpo num vôo em meio ao tráfego insensível dos veículos e das máquinas humanas, que rodavam nas vias num só lema: pra frente que atrás vem gente! No meu transe só havia um farol o dos olhos verdes da minha amada!

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É um andar solitário entre a gente!!! É esta sensação que vivi. Lembro de, numa ocasião, ter caminhado a pé 16 quilômetros, tão solto como se o vento tomasse o timão das minhas mãos e meu navio seguisse a deriva, era como eu voasse sobre o espelho d´água comandado por um piloto automático cuja programação fora feita pelo demo. Era como uma aeronave solta no espaço sideral sem ponto de referência para aterrizagem, era similar a um pássaro planando e seguindo uma mudança climática guiado pelo instinto da sobrevivência.

É nunca contentar-se de contente... Quando lembrava dos momentos vividos com ela em época de bonança, separar-me nem pensar! Ir embora seria negar meu estado de profunda felicidade! Era como querer fixar em mim o momento eterno! Esquecer a marcação do relógio e do tempo da humanidade! E quando já completamente vencido e já em casa, eu ligava para ela! Até o aparelho telefônico ria de mim, seus chiados gargalhavam zambando do meu estado incerto! Só agora eu me dou conta do meu infortúnio. Naquela época até o meu bolso gritava todos os meses quando percebia o valor da conta, meus ouvidos tapados ignoravam-no. O meus olhos viam no demonstrativo de ligações e só liam o número do telefone dela. O meu coração sorria, embora estremecido do sofrer, de contentamento como se fosse uma besta selvagem, ele se apresentava como um insaciável, tornara-se um saco sem fundo só para o contra-fluxo do sofrer e prazer.

É um cuidar que ganha em se perder!!! Seria como se julgar inteligente e entalar na cabeça um ser poderoso e interiorizar o pensamento de que dominaria esse irremediável sentimento traquina, para num segundo momento e, ao longo do percurso, após muitas trombadas e bordoadas, dar-se conta de que perdeu a batalha e, com ela, a total liberdade, perdeu-se o sonho, perdeu-se a razão e se chafurdara num desassossego, Perdeu-se tudo, ficou a zero e de agora em diante o saldo só será negativo, nem mesmo a vergonha resiste e ,ainda, alimenta-se da idéia de que está no crédito. Adentra na condição de incapacidade total de ver que o adversário é muito mais forte e, além disso, é matreiro. Sua arma é a ilusão e, é também, infinitamente muito superior a nossa razão. Foi nesse estado deplorável em que me vi! A gente não escapa. É querer estar preso por vontade;

Depois disso é servir a quem vence, o vencedor! É, leitor, o nosso algoz. O caminho a seguir agora em diante é o da cabeça baixa, o nosso vocabulário é de subalterno, a submissão é de uma vassalagem em alto grau e não percebemos! Somos um cordeirinho a caminhar para ser sacrificado e devorado pela fome desse adorável sentimento. Podemos até brigar com a amada, até mesmo chegar a agredi-la fisicamente, mas não é o nosso ditador a quem atingimos, ele mora dentro da gente, nem o auto-flagelamento o alcançará! É um ser invisível e só o percebemos pelas nossas ações, e depois? Depois é que vem o problema! Ele se acoberta na emoção e nos joga em meio ao público, deixa aquele e nós próprio boquiabertos pelas atitudes feitas quando da retorno da razão.

E aí então, sem opção, é ter com quem nos mata, lealdade! Não podemos negar que a sua lealdade está acima de todas as coisas. Não se incomoda com nenhum sistema criado pelo homem e ultrapassa até o divino. Não se importa se o mundo está em crise, se esta é passageira , importa é que ele se estabelece dentro de nós e não nos abandona até mesmo em ocasião de delírio.

Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? É uma boa pergunta feita pelo nosso amigo Luisinho Vaz no século XVI e até hoje permanece como um inígma a ser decifrado pelos amantes e pelos poetas. Somente eles conhecem o real e, o segundo por viver e conhecer o imaginário e, portanto, são aqueles que mais se aproximaram do que seria o verdadeiro amor, eu sou, de minha parte , um simples mortal, só tenho que pagar o preço para senti-lo. Acredito que passarão séculos e séculos e o ser humano não conseguirá decifra-lo! No máximo, só conseguirá uma briga entre a razão e a emoção e ainda ser vencido. Pudera! Somos o mais frágil dos seres vivos.

Créditos: Luis Vaz de Camões - O Grande Poeta!!!!
Ademar Oliveira de Lima – o pequeno aprendiz